70% das cidades mais seguras usam videomonitoramento
Análise é de Alex Fernandes, gerente de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina na Axis Communications
24/09/2025 às 09:13
Divulgação
Em um mundo onde mais da metade da população vive em áreas urbanas, a segurança pública tornou-se uma prioridade urgente. No entanto, os números são preocupantes: os índices de insegurança nas cidades estão aumentando e gerando um clima de incerteza para milhões de pessoas. O recente relatório “From Future Vision to Urban Reality” (Da visão do futuro à realidade urbana) da ThoughtLab, em colaboração com a Axis Communications, revelou que 35% das cidades pesquisadas sofreram crimes graves no último ano.

"Diante desse cenário, as soluções de videomonitoramento em rede se posicionam como uma ferramenta fundamental para prevenir, dissuadir e responder de forma eficaz à criminalidade, ajudando a criar ambientes urbanos mais seguros para todos. Por isso, autoridades com visão de futuro estão adotando estratégias proativas e quase preditivas que combinam monitoramento inteligente com coordenação de recursos, buscando sempre estar um passo à frente da criminalidade", afirma Alex Fernandes, gerente de Desenvolvimento de Negócios para a região da América Latina na Axis Communications.

Atualmente, 70% das cidades consideradas “preparadas para o futuro” já utilizam sistemas avançados de videomonitoramento nas ruas, espaços públicos e transporte, integrando dados em tempo real para uma gestão mais eficiente. A combinação de inovação tecnológica, análise de dados e cooperação entre autoridades e cidadãos é o caminho para cidades mais seguras, onde a liberdade de se movimentar sem medo deixa de ser um ideal e se torna uma realidade cotidiana.

Um dos passos mais eficazes para alcançar isso é a centralização das operações por meio de Centros de Crime em Tempo Real (RTCC, na sigla em inglês). Esses centros coletam e analisam dados provenientes de câmeras de monitoramento, sensores de áudio, radares e sistemas de análise inteligente.

Dessa forma, obtém-se uma visão integral do que ocorre na cidade em tempo real. Essas informações permitem coordenar melhor as respostas, alocar recursos estrategicamente e agir rapidamente em caso de emergências. Além disso, a detecção precoce de incidentes, como invasões em áreas restritas ou comportamentos suspeitos, ajuda a prevenir situações antes que elas se agravem, ativando alertas e medidas dissuasivas.

Como equilibrar privacidade e uso estratégico de dados

A cada 28 de setembro, o mundo celebra o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação, instituído pela UNESCO em 2015 para reforçar o direito dos cidadãos acessarem informações de maneira ampla e segura. No Brasil, esse debate tem se tornado ainda mais urgente diante da explosão no volume de dados coletados por empresas e do crescimento de incidentes de segurança. 
 
Em 2024, o país teve um aumento explosivo de 340% nos vazamentos de dados no terceiro trimestre, com 5,1 milhões de contas online comprometidas nesse período; no acumulado de janeiro a setembro de 2024, foram 13,7 milhões de contas vazadas. O Brasil ocupou a 8ª posição mundial em número de contas comprometidas também no terceiro trimestre do mesmo ano, segundo dados da Surfshark
 
Não à toa, 90% dos consumidores brasileiros afirmam que a proteção dos seus dados pessoais é um dos fatores mais importantes para que as empresas conquistem a sua confiança, segundo estudo da PwC
 
Se, por um lado, os dados dos consumidores são ativos estratégicos para empresas, utilizados em pesquisas, programas de fidelidade, cadastros e experiências digitais, por outro, representam alto risco quando não são protegidos de forma adequada. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, trouxe regras mais rígidas para esse cenário, determinando que qualquer dado pessoal, de informações básicas como CPF e data de nascimento até dados sensíveis como hábitos de consumo ou dados de saúde, só pode ser coletado e tratado dentro de bases legais específicas. 

“Estamos cada vez mais imersos em uma realidade em que a privacidade dos dados não é apenas um direito, mas uma expectativa integrada à experiência digital. Portanto, as empresas que adotarem modelos proativos de proteção terão uma vantagem competitiva significativa nesse contexto”, destaca o Martech Leader da Keyrus, consultoria internacional especialista em Inteligência de Dados e Transformação Digital, Lucas Monteiro.  
 
A implementação de legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na União Europeia marca avanços importantes na proteção de dados. Contudo, o novo modelo de segurança requer inovação contínua e adaptação às demandas de um cenário em rápida evolução. Entre os desafios, destacam-se a falta de padronização global e a resistência de alguns setores à mudança.
 
O sucesso dessa nova era dependerá da colaboração entre governos, empresas e sociedade civil. “As empresas precisam entender que transparência não é apenas uma obrigação regulatória, mas um fator determinante na construção de confiança. Quando o consumidor percebe clareza no uso dos seus dados, a relação deixa de ser apenas transacional e passa a ser de lealdade de longo prazo”, reforça Lucas.
 
Sicredi adota solução com IA para acelerar créditos

O Sicredi, instituição financeira cooperativa com presença em todo o Brasil, implementou recentemente uma solução baseada em OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) e Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa) para reduzir o tempo de análise de documentos nos processos de crédito de consórcios de bens novos com registro. A nova solução foi desenvolvida diante do cenário de amplo crescimento que o Sicredi vem apresentando nos últimos anos. Este ano, a instituição já alcançou a marca de R$ 57,8 bilhões em créditos sob sua gestão. Em 2024, foram comercializados R$ 14,9 bilhões em créditos de consórcio, apresentando um crescimento de 31,9% em comparação com o ano anterior. Esse desempenho consolida o Sicredi como a 7ª maior administradora de consórcios do Brasil em cotas sob gestão.

Com esse novo recurso é possível consolidar dados por meio de automatização, utilizando a IA para compreensão e estruturação dessas informações, ou seja, o OCR extrai os dados brutos dos documentos e a IA interpreta, corrige, valida as regras de segurança de negócio e toma a decisão de aceite documental, isso tudo se retroalimentando e evoluindo com base nos documentos e dados enviados.

O projeto foi estruturado em etapas que incluíram estudo de viabilidade, definição de tecnologias, desenvolvimento, homologação e projeto piloto. Nesse último, realizado entre abril e junho deste ano, participaram 17 cooperativas, das mais de 100 que compõem o Sicredi, o que resultou em 357 pagamentos liberados e mais de R$ 38 milhões em créditos pagos com o suporte da IA. O prazo médio do processo completo de análise, que era de aproximadamente 6 dias, foi reduzido para cerca de 2 dias com o uso do OCR e da IA. Diante deste contexto, o Sicredi estuda estender o uso da tecnologia para mais processos.

“A Inteligência Artificial é uma tecnologia que serve como ferramenta de trabalho, nos auxilia a melhorar a experiência sobre os processos, gerar eficiência e identificar oportunidades de negócio. Com esta automação, melhoramos a experiência dos nossos associados, reduzimos a carga operacional no dia a dia das nossas equipes e potencializamos o tempo do nosso gerente de negócio para reforçar o nosso diferencial que é o relacionamento próximo e humano”, afirma o diretor de Produtos e Serviços do Sicredi, Thiago Rossoni.

Gamificação: Startup recebe R$ 150 mil no Shark Tank Brasil

Foi lançada esta semana uma nova temporada do reality pioneiro de empreendedorismo, o Shark Tank Brasil. Um ano após a participação na 9ª edição, a Investeendo, startup paranaense que ensina educação financeira por meio da gamificação, dobrou o faturamento. Durante o programa, um “tubarão” gostou da proposta da startup, que garantiu um aporte de R$ 150 mil e cedeu 15% de sua participação societária. O reality é uma coprodução entre a produtora Floresta e a Sony Pictures Television, vai ao ar pela Sony Channel e está disponível no YouTube

“O principal fator que chamou a atenção, foi a postura e o olhar empreendedor, além do propósito do negócio, que leva o ensino de educação financeira e empreendedorismo para crianças, sobretudo de escolas públicas. Isso é algo que eu tenho fortíssima convicção que faz a diferença na sociedade, e eu queria investir numa empresa que criasse valor”, afirma Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz.

A Investeendo ensina educação financeira por meio de uma metodologia inclusiva baseada em jogos analógicos e aplicativos em totens digitais e tablets. Nas escolas e instituições de ensino, os alunos ganham um cartão personalizado e podem acessar a plataforma, realizar transações financeiras, verificar as notícias e ganhar moedas fictícias com a realização de missões. A partir do saldo, é possível trocar por itens físicos ou benefícios disponíveis na “lojinha” e estabelecidos pelos professores e equipe de coordenação.

Durante o episódio, quatro dos cincos tubarões mostraram interesse na startup. “Eu assisto o reality desde a primeira temporada, antes mesmo de me tornar empreendedor. Sempre sonhei em participar e levar a minha ideia para o Shark Tank e, quando aconteceu, foi uma oportunidade que não poderíamos deixar passar. O programa transmitido é exatamente o das gravações, não temos contato e eles não sabem as iniciativas antes das apresentações, é apenas aquele momento que temos para convencer”, conta Sam Adam Hoffmann, cofundador e CEO da Investeendo.
 
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