
Foto: Divulgação
A violência escolar enfrenta um dos piores cenários de escalada como nunca havíamos testemunhado. Entre 2013 e 2023, por exemplo, o número de vítimas registradas de violência interpessoal em instituições de ensino saltou de 3,7 mil para 13,1 mil, segundo o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). No mesmo período, casos de automutilação, ideação suicida e suicídio aumentaram 95 vezes. Desde 2001, ataques letais premeditados já deixaram ao menos 47 mortos.
Reforçando esses dados alarmantes, o Atlas da Violência 2024 mostra que, em 2009, 30,9% dos alunos relataram sofrer bullying. Uma década depois, em 2019, esse índice chegou a 40,5%. O número de estudantes que deixaram de frequentar a escola por se sentirem inseguros mais que dobrou em dez anos, passando de 5,4% para 11,4%.
Para o psicólogo Luti Christóforo, os dados evidenciam não apenas violência entre alunos, mas também uma estrutura que impacta toda a comunidade escolar: “Um professor que atua em um espaço respeitoso e seguro tende a ser mais motivado, criativo e acolhedor. Mas quando temos ambientes marcados por intimidação e desrespeito, tudo vai girar em torno da insegurança e insegurança emocional”, alerta.
Iniciativas começam a aparecer
Recentemente, a Secretaria Municipal de Educação de Santarém, no Pará, criou um Grupo de Trabalho para combater assédio e discriminação no ambiente escolar. Para Christóforo, a medida já representa um avanço:
“Prevenir o assédio e a discriminação é investir não apenas na saúde mental dos trabalhadores, mas também na construção de um senso coletivo de pertencimento. Ambientes respeitosos geram confiança e reduzem conflitos”, afirma.
Segundo o psicólogo, iniciativas alinhadas com políticas públicas precisam estar pautadas por valores de equidade e proteção, criando compromisso ético da sociedade com a justiça e a preservação da vida:
“Em tempos em que a saúde mental tem ganhado espaço nas discussões públicas, iniciativas concretas merecem ser reconhecidas, fortalecidas e replicadas em todo o país” conclui.
Luti Christóforo
Psicólogo Clínico - CRP 08/18577
(41) 99809-8887
@luti.psicologo
lutipsicologo@gmail.com