Vendas no comércio do Paraná apresentam diferenças regionais
03/09/2025 às 05:00

O varejo paranaense chegou ao acumulado de janeiro a maio com discreta alta de 0,26% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Apesar da estabilidade no resultado geral, as regiões do estado avaliadas apresentaram desempenhos bastante distintos. Em Curitiba e Região Metropolitana, as vendas cresceram 2,58%, puxadas principalmente pelas lojas de departamentos, que avançaram 10,34%. Em Ponta Grossa, o comércio também apresentou resultado positivo (2,07%), assim como no Sudoeste, com expansão de 1,61%. Por outro lado, três importantes polos do interior registraram retração: Maringá (-3,92%), Londrina (-2,72%) e Região Oeste (-2,07%). Em Maringá, o resultado foi impactado principalmente pelas quedas em materiais de construção (-8,73%) e combustíveis (-5,43%). Londrina sofreu com a forte retração em móveis, decoração e utilidades domésticas (-30,26%), enquanto na Região Oeste o setor de materiais de construção (-13,85%) e livrarias e papelarias (-9,77%) puxaram a queda.
CRESCIMENTO MENSAL FOI DE QUASE 3%
Na comparação com abril de 2025, o varejo paranaense avançou 2,48%. O maior crescimento foi registrado no Sudoeste (5,27%), com destaque para os setores de calçados e vestuário e tecidos. A Região Oeste também teve resultado expressivo (4,46%), seguida por Curitiba e RM (3,31%) e Maringá (0,79%). Em contrapartida, Londrina (-0,17%) e Ponta Grossa (-0,26%) tiveram pequenas quedas. Já em relação a maio de 2024, o comércio paranaense apresentou retração de 3,80%, reflexo principalmente da forte queda em Maringá (-12,86%), que sofreu com a desaceleração em vários segmentos. No acumulado do ano, os segmentos que mais impulsionaram as vendas no estado foram as lojas de departamentos (+9,35%), livrarias e papelarias (+4,13%) e óticas, cine-foto-som (+3,96%). Por outro lado, móveis, decoração e utilidades domésticas (-10,45%), materiais de construção (-7,89%) e calçados (-6,84%) foram os setores com maiores reduções de vendas.
MILHO ESTÁ COM A COLHEITA ATRASADA
A colheita da segunda safra de milho no Brasil atingiu 94,8% da área plantada, desempenho acima da média histórica recente, mas ainda atrasado em relação ao ciclo anterior. Esse cenário traz desafios logísticos e ameaça a competitividade do país justamente no momento em que o mercado internacional se volta para o cereal brasileiro, antes da entrada da safra norte-americana. Yedda Monteiro, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro, afirma que esse atraso compromete o melhor período de exportação do grão. “O milho brasileiro tem uma janela mais competitiva de julho a setembro. Se a colheita e o programa de exportação atrasam, parte desse milho só chega ao mercado quando os Estados Unidos já estão ofertando grandes volumes, reduzindo espaço para o Brasil nas vendas externas e pressionando os preços”, analisa.
PRESSÃO SOBRE PREÇOS INTERNOS
A produção brasileira deve ultrapassar os 130 milhões de toneladas em 2025, segundo estimativas da Conab e do USDA. Yedda avalia que o número real pode ser ainda maior, o que amplia o risco de sobreoferta. “É improvável que a demanda externa absorva todo esse volume, já que nossa janela de competitividade é relativamente curta”, destaca a analista. Embora a China e outros mercados tenham impulsionado as exportações brasileiras nos últimos anos, o cenário atual é mais restrito. No mercado doméstico, o consumo é robusto, puxado pela indústria de ração animal e, cada vez mais, pelo etanol de milho, que já consome cerca de 21 milhões de toneladas. Os principais destinos do milho brasileiro seguem sendo China, União Europeia, Japão, Coréia do Sul, Irã, Vietnã e Egito.
BRASIL USA CADA VEZ MAIS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
O uso de defensivos agrícolas no Brasil registrou crescimento no primeiro semestre de 2025, com aumento de 3,1% na área tratada em comparação ao mesmo período do ano anterior. A área total alcançou mais de 1,1 bilhão de hectares tratados, conforme dados da pesquisa realizada pela Kynetec Brasil a pedido do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg). Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo bom desempenho das culturas de safrinha ou 2ª safra, como algodão e milho, que foram semeadas no início do ano. Nestes dois cultivos houve tanto crescimento de área plantada quanto de tecnologia, com aumentos nos números de aplicações, principalmente de inseticidas e fungicidas foliares. É importante ressaltar que este movimento de alta somente não foi maior em função dos eventos de estiagem constatados principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, que acabaram impactando a safra de soja 24/25. Em função deste cenário de seca nestas regiões específicas, notou-se uma redução no manejo com fungicidas folares. Regionalmente, o destaque ficou com Mato Grosso e Rondônia, que juntos concentraram 38% da área tratada no país. A região conhecida como BAMATOPIPA (Bahia, Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará) respondeu por 17%, seguida por São Paulo e Minas Gerais com 13%, Paraná com 9%, Goiás e Distrito Federal com 8%, Mato Grosso do Sul também com 8%, e, por fim, Rio Grande do Sul e Santa Catarina com 6%. As demais regiões somaram os 2% restantes.
ESTIMATIVA PARA SAFRA DE SOJA E MILHO SEGUE INALTERADA
A estimativa para a safra de soja e do milho da primeira safra 2025/26, para este mês de setembro, segue inalterada, de acordo com relatório da StoneX, empresa global de serviços financeiros. Para a soja, que ainda não começou a ser plantada, a expectativa é de safra recorde, com produtividade também recorde, de 178,2 milhões de toneladas. No caso do milho da primeira safra, a produção está estimada em 25,6 milhões de toneladas, o que representa um pequeno aumento de 0,5% em relação ao volume do ciclo anterior. Em ambos os casos, como ainda é cedo para mudanças substanciais nas perspectivas — no caso da soja, o plantio ainda não começou, e o do milho está no início — o clima permanece como ponto de atenção. Aumentaram as possibilidades de ocorrência do fenômeno La Niña na primavera, situação que pode trazer um padrão mais seco para o sul do país, o que pode impactar tanto a oleaginosa quanto o cereal. O milho safrinha 2024/25, que está praticamente todo colhido Brasil afora, também teve seus números mantidos neste relatório de setembro da StoneX, com estimativa de produção em 111,7 milhões de toneladas.
PIX PARCELADO JÁ É SUCESSO, ANTES MESMO DE SER LANÇADO
Ainda em fase de testes em algumas instituições, o chamado Pix Parcelado já caiu no gosto dos brasileiros. De acordo com a pesquisa “Jornada de Crédito: como consumidores e executivos avaliam oportunidades e riscos”, da Matera, 53% do público entrevistado afirmou ter utilizado a modalidade, que fica logo atrás do cartão de crédito (77%). Os dados foram coletados entre 23 e 31 de outubro de 2024, período em que ainda não havia regulamentação oficial do Banco Central para a modalidade, cujo lançamento está previsto para este mês de setembro. Embora ainda não haja um número oficial consolidado, versões próprias do Pix Parcelado já são encontradas em grandes bancos e fintechs. A pesquisa também mostra que os principais motivos para uso do Pix Parcelado oscilam entre emergências pessoais (28%), compras ou pagamentos à vista (27%), além de contas do dia a dia (17%). Para o diretor de Produtos da Matera, Bruno Samora, a modalidade representa uma nova e mais democrática alternativa para acesso ao crédito no país: “O Pix, em todas as suas frentes, tem ampliado o acesso financeiro, e a possibilidade do parcelado segue a mesma lógica: é simples, rápido e acessível, mas precisa de uma abordagem segura e otimizada.”.
CRESCIMENTO DE SHOWS MUSICAIS NO BRASIL
O Brasil nunca esteve tão musical. Depois de anos de restrições sanitárias, o calendário cultural voltou a pulsar, e 2025 confirma a retomada em grande estilo. Só em 2024, segundo levantamento da Bananas Music, o país registrou mais de 360 festivais, uma alta de 20% em relação ao ano anterior. A previsão para este ano é de estabilidade, sinal claro de que o setor encontrou fôlego para sustentar um novo patamar. Em São Paulo, o epicentro dessa movimentação, os números impressionam! No primeiro semestre de 2025, a cidade recebeu cerca de 4 mil eventos, um crescimento de 59% frente ao mesmo período de 2024. O recorte de shows e festivais chama ainda mais atenção: o volume quase dobrou, saltando de 1.492 para 2.981 apresentações em apenas seis meses.
CURITIBA TEM ATRATIVOS FISCAIS PARA SHOWS
Se São Paulo lidera em volume, Curitiba desponta como exemplo de estratégia local. A capital paranaense adotou uma política de incentivo tributário para eventos, tornando-se mais competitiva na disputa por grandes atrações. O reflexo é imediato: os produtores encontram custos menores, o público ganha novas opções de lazer, e a economia local é turbinada pelo turismo.
CAFEZINHO É O PRODUTO QUE MAIS SUBIU NA REFEIÇÃO FORA DE CASA
O preço do cafezinho, um hábito diário de grande parte dos brasileiros, foi o que mais pesou no bolso de quem come fora de casa em 2025. Segundo levantamento da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) em parceria com a Future Tank, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o item acumula alta de 15,36% no ano, liderando a inflação no setor. Apenas em julho, o reajuste foi de 2,76%. O mês registrou aumento médio de 0,87% nos preços da alimentação fora do lar, que engloba principalmente restaurantes e bares. Foi o 44º mês consecutivo de alta e a maior variação mensal do ano, acima da inflação geral no período, que ficou em 0,26%. Entre as 16 unidades da federação pesquisadas, 15 tiveram avanço nos preços, com Goiás no topo (+1,58%), seguido por Rio de Janeiro (+1,14%) e Rio Grande do Sul (+0,99%). Apenas o Pará apresentou recuo (-0,37%). Além do cafezinho, outros itens puxaram a inflação no setor em julho, como lanche (+1,90%) e outras bebidas alcoólicas (+0,88%). Em sentido oposto, doces (-0,99%) e vinho (-0,93%) registraram quedas no mês. No acumulado do ano, todos os produtos pesquisados ficaram mais caros, com variações que vão de 6,08% em Goiás a 3,02% no Acre. 
 
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