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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira, 29 de agosto, da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da empresa Acelen Renováveis, conhecido como Acelen Agripark, em Montes Claros, norte de Minas Gerais. O espaço reúne pesquisa, inovação e tecnologia para o desenvolvimento da macaúba, matéria-prima inovadora na produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e Diesel Verde (HVO).
Nós temos mais de 40 milhões de hectares de terra degradadas que a gente pode recuperar produzindo outras coisas que não aquilo que a gente já planta. Por isso, o dia de hoje é muito especial para mim, é a concretização de um sonho que está se transformando, definitivamente, em realidade. E eu vi a cara das jovens e dos jovens que trabalham nessa fábrica e eu, sinceramente, vi os olhos de pessoas que sonham”, destacou o presidente.
A construção do Acelen Agripark teve investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O complexo integra o projeto de biocombustíveis da empresa, e prevê investimentos iniciais de US$ 3 bilhões na construção da primeira planta integrada, que incluem, além do Acelen Agripark, a construção de uma biorrefinaria na Bahia e o plantio de macaúba em terras degradadas, em Minas Gerais e na Bahia, entre outras infraestruturas. A expectativa é de que seja produzido 1 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2028. O projeto integra o Novo PAC do Governo Federal e tem previsão de 85 mil empregos em toda a cadeia produtiva, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Lula lembrou o pioneirismo do Brasil na produção de biocombustíveis, tecnologia que ele impulsiona desde o primeiro mandato na Presidência da República, iniciado em 2003. “O dado concreto é que aquela ideia do Roberto Rodrigues [ex-ministro da Agricultura] e da Dilma [Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia], que vieram discutir comigo a questão do biodiesel, permite que a gente esteja hoje inaugurando uma empresa que está recebendo investimento em dez anos de 3 bilhões de dólares, o equivalente a quase R$ 16 bilhões”, contou. “E a gente está mostrando ao mundo que não tem volta. O Brasil será o campeão mundial nessa transição energética e de combustível renovável”, frisou.
PROGRAMA PAÍS — Alinhada às prioridades climáticas do país, o projeto consta na lista do Programa País do Brasil junto ao Fundo Verde do Clima, conforme anunciado pelo Ministério da Fazenda em 31 de julho de 2025. O espaço representa uma iniciativa para a produção de biocombustíveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético, que visa impulsionar a descarbonização da aviação e do setor de transportes pesados.
LEI DO COMBUSTÍVEL DO FUTURO — Segundo o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o Acelen Agripark vai impulsionar a descarbonização dos setores aéreo e de transportes, um dos principais objetivos da Lei do Combustível do Futuro, desenvolvida pelo governo e sancionada pelo presidente Lula em 2024. Essa norma é decisiva para estruturar o mercado de SAF no Brasil, ao estabelecer metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027 e criar previsibilidade para novos investimentos.
“Por que nós somos imbatíveis? Porque produzir macaúba no Brasil é mais barato do que produzir em qualquer outra parte do mundo e o presidente Lula já enxergava isso. E, no projeto Combustível do Futuro, nós criamos mandato para o diesel verde, que é para onde vai a macaúba desses 180 mil hectares que plantaremos no norte de Minas e no sul da Bahia”, disse Silveira.
A legislação, portanto, impulsiona a atração de capital privado, o desenvolvimento de tecnologias a partir de diferentes matérias-primas, como soja, palma, macaúba e etanol, posicionando o Brasil como protagonista na transição energética da aviação. Os biocombustíveis, como o SAF, têm potencial de redução de até 80% das emissões de CO2. “Tenho muito orgulho do Combustível do Futuro”, pontuou Lula.
INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS — Considerando que a Acelen Renováveis é uma empresa de energia criada pelo fundo de Investimentos Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, o senador Rodrigo Pacheco exaltou as características brasileiras que atraem investimentos estrangeiros. “O nosso país deve ser reconhecido como um país capaz de receber e dar segurança a esses investimentos, porque temos instituições que funcionam na nossa democracia. Isso fez com que os Emirados Árabes Unidos, através de suas instituições, de seus fundos, de suas empresas, investissem e acreditassem no nosso país”, declarou.
O prefeito de Montes Claros (MG), Guilherme Guimarães, celebrou a instalação do empreendimento na cidade. “A gente quer Montes Claros e o norte de Minas participando ativamente na verdadeira sustentabilidade mundial. Esse é um projeto que casa muito bem com essa região”, disse.
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