A possível retirada da obrigatoriedade das aulas ministradas pelos dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) acendeu um alerta no setor. A Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto) calcula que a medida pode resultar em perdas de R$ 14 bilhões anuais, além de colocar em risco cerca de 300 mil empregos em todo o país. Ygor Valença, presidente da entidade, alerta para o perigo de desmonte de uma rede estruturada ao longo de quase três décadas, que hoje garante segurança viária, empregos formais, arrecadação de tributos e recursos para políticas sociais e habitacionais em todo o território nacional. O setor de formação de condutores no Brasil conta hoje com 15.757 CFCs em operação, que empregam direta e indiretamente 300 mil pessoas e movimentam uma massa salarial de R$ 429 milhões por mês, o equivalente a R$5,1 bilhões por ano. De acordo com o setor, o fim dos CFCs traria consequências irreversíveis à economia, à segurança viária e à sociedade. “Manter a formação estruturada nas autoescolas é salvar vidas, preservar empregos, garantir arrecadação tributária e garantir a manutenção do tráfego brasileiro de forma sustentável”, argumenta Valença.
BNDES AMPLIA APROVAÇÕES DE CRÉDITO NO PARANÁ
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou as aprovações de crédito para o estado do Paraná no 1º semestre de 2025, alcançando R$ 6,8 bilhões. O valor aprovado para o Paraná foi 14,4% superior ao aprovado no mesmo período de 2024. Os dados são do resultado do 1º semestre do BNDES. Os recursos aprovados em 2025 beneficiaram todos os setores da economia, como agropecuária (R$ 2,39 bilhões), comércio e serviços (R$ 2,35 bilhões), indústria (R$ 1,13 bilhão) e infraestrutura (R$ 954,5 milhões). Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) foram responsáveis por R$ 3,6 bilhões do crédito aprovado, o que corresponde a 52,7% do total.
SETORES COM MAIOR APROVAÇÃO
No Paraná, destaque para o crescimento no volume de crédito aprovado para comércio e serviços (127,2%) e agropecuária (15,4%), na comparação com o mesmo período de 2024. "Ao ampliar o volume de crédito aprovado para o Paraná, o BNDES está alavancando negócios de pequenas e grandes empresas, transformando a indústria e a agropecuária, cada mais inovadora e sustentável, e ampliando os investimentos em infraestrutura. No Paraná, por exemplo, o BNDES aprovou R$ 6,4 bilhões para concessionária EPR Litoral Pioneiro investir em mais de 605km da malha rodoviária do estado. Também aprovamos crédito para diferentes projetos de ampliação e modernização da infraestrutura de armazenagem de grãos. Esses financiamentos mostram o compromisso do presidente Lula em garantir que o desenvolvimento econômico e social alcance todo o país", afirma Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
FÉRIAS ESCOLARES AUMENTAM MOVIMENTO NO AEROPORTO AFONSO PENA
O Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado na Região Metropolitana de Curitiba, registrou cerca de 548 mil passageiros em julho de 2025, segundo dados da Motiva, concessionária responsável pela administração do terminal. O número representa um crescimento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando cerca de 501 mil embarques e desembarques foram contabilizados. O aumento foi impulsionado principalmente pelo período de férias escolares. Atualmente, o Aeroporto Afonso Pena opera voos diretos para os principais hubs nacionais, como Guarulhos, Congonhas, Brasília, Confins, Galeão e Porto Alegre, além de destinos paranaenses como Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Cascavel e Pato Branco. No cenário internacional, o terminal mantém rotas regulares para Buenos Aires, Santiago, Lima, Assunção e Montevidéu. “O desempenho de julho reforça a relevância do Afonso Pena como porta de entrada para o Sul do Brasil e como ponto de conexão internacional. A eficiência da operação tem sido fundamental para atender à crescente demanda com segurança e qualidade”, afirma o gerente do aeroporto, Éden Pisani Jr.
PREÇOS INTERNACIONAIS PRESSIONAM PRODUTORES DE MILHO DO BRASIL
O cenário global do milho segue desafiador e deve impactar diretamente o produtor brasileiro nos próximos ciclos. De acordo com Enilson Nogueira, analista de mercado da Céleres Consultoria, um dos fatores é o aumento da oferta dos americanos, confirmado por dados recém-divulgados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que projetam produtividade média do milho em 188,8 bushels por acre (1 acre = 4.046,86 m² ou 0,405 hectare) e colheita de 16,742 bilhões de bushels (ou 425,3 milhões de toneladas) do grão. Além disso, os estoques finais americanos, que devem ser de 53,8 milhões de toneladas, também pressionam as cotações internacionais. Para o especialista, a leitura para este segundo semestre é de que os preços internacionais, em função dos fatores citados, devem permanecer apertados. “Este cenário reforça ainda mais o desafio para 2026, que deve ser mais um ano em que o produtor precisará olhar com muita atenção para o elemento da geração de margem”, destaca.
OBRAS NA REGIÃO METROPOLITANA FAVORECEM MERCADO DE IMÓVEIS
A Região Metropolitana de Curitiba vive um momento de transformação que deve impactar diretamente o mercado imobiliário. Obras de grande porte, como a duplicação do Contorno Norte, na PR-418, e novos planos de desenvolvimento urbano integrado, vêm criando condições para atrair investimentos, gerar empregos e impulsionar a valorização dos imóveis nos municípios vizinhos à capital. Segundo o vice-presidente comercial da Lyx Participações e Empreendimentos, Paulo Antônio Kucher, a combinação de infraestrutura viária e políticas públicas de integração urbana abre espaço para a expansão do setor habitacional. “Cada grande obra de mobilidade amplia a atratividade dos municípios metropolitanos. Isso aquece o mercado imobiliário, valoriza os empreendimentos já existentes e cria oportunidades de investimento”, avalia. A duplicação do Contorno Norte, iniciada em junho deste ano, abrange quase 17 quilômetros entre os km 5 e 21 da rodovia e deve ser concluída até o fim de 2027. A obra faz parte do programa de concessões rodoviárias do Paraná e promete melhorar a mobilidade em toda a região, facilitando o acesso a pólos logísticos, industriais e residenciais. Com isso, espera-se a chegada de novos empreendimentos comerciais, escolas e serviços ao longo do corredor, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento.
MÍDIA DIGITAL DEVE SUPERAR TV ABERTA JÁ EM 2026
O mercado publicitário brasileiro está vivenciando um ponto de virada histórico. O avanço consistente da mídia digital, que nos últimos anos encurtou a distância para a TV aberta, está prestes a culminar em uma ultrapassagem simbólica e estratégica. Dados recentes do Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário (Cenp) mostram que, enquanto a participação da TV aberta em investimentos publicitários caiu de 50% em 2022 para 37,1% em 2025, o digital saltou de 27,6% para 36,5% no mesmo período. Isso representa um crescimento no ambiente virtual de quase nove pontos percentuais, enquanto a TV perdeu mais de 12 pontos no mesmo período. Essa transformação não é apenas uma questão de números, mas o reflexo de uma mudança fundamental em dois pilares: o comportamento do consumidor e a expectativa das marcas. O consumidor moderno não segue mais uma jornada de mídia linear; ele está permanentemente conectado a múltiplas telas, consumindo conteúdo de formas e em momentos distintos. Essa fragmentação da atenção desloca, naturalmente, o investimento para os canais onde o público de fato está.
CONSUMO EM SUPERMERCADOS CRESCEU 4% EM JULHO
O consumo nos lares brasileiros nos supermercados registrou alta de 4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a junho, o crescimento do consumo foi de 2,4%, enquanto no acumulado do ano até julho, o indicador apresentou elevação de 2,6%. Os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento interanual de 4% reflete um movimento sustentado pela melhora da renda e do mercado de trabalho. No recorte mensal, julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa. Este ano, esse efeito foi menos intenso, tanto em relação a junho quanto ao mesmo período de 2024”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
CONSTRUÇÃO CIVIL REVISA PARA BAIXO CRESCIMENTO EM 2025
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) revisou para baixo a projeção de crescimento do setor da construção em 2025. Com isso, a estimativa da entidade passou de um crescimento de 3% para uma alta de 2,2%.


Os dados são baseados em levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre). A nova projeção é uma média das estimativas de crescimento do desempenho das construtoras (2,5%) e das atividades informais, como autoconstrução e pequenos empreiteiros (1,5%). Segundo o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, a conjuntura interna do Brasil tem mais peso na projeção do que o cenário externo. “Estamos com uma taxa de juros muito alta há muito tempo, e só agora a inflação está começando a ceder, mas ainda está elevada, com os juros penalizando muito as famílias e as empresas”, disse. De acordo com Sinduscon-SP, o impacto potencial do tarifaço estadunidense sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia chegar a 1,8 pontos percentuais nos próximos dois anos. No entanto, considerando medidas de compensação do governo brasileiro, busca de novos mercados e revisões de contratos, os impactos poderão ser reduzidos a cerca de 0,3 p.p. em 2025 e 0,5 p.p. em 2026.
ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
O envelhecimento da população brasileira é uma realidade cada vez mais evidente, especialmente no Paraná, onde aproximadamente 1,9 milhão de pessoas têm 60 anos ou mais, de acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 16% da população do estado, que ocupa a 6ª posição no ranking nacional de envelhecimento, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. Nesse cenário, surge a dúvida: os paranaenses estão preparados financeiramente para o futuro? Segundo a 7ª edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, desenvolvido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), cerca de 50% das pessoas esperam que o INSS seja a principal fonte de renda na aposentadoria. Esse dado acende um alerta diante do envelhecimento da população, que, segundo projeções, deve ultrapassar um terço em 2050. Um estudo desenvolvido pela especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Carolina Veríssimo Barbieri, servidora do Ministério da Previdência Social, que foi publicado pela instituição, aponta que em 25 anos a razão de dependência no Brasil, considerando-se os idosos, passará a 35,4%, ou seja, haverá três pessoas em idade ativa - potencialmente com capacidade de trabalhar - para cada idoso. Essa mudança no padrão etário brasileiro deve aumentar o número de idosos dependentes do benefício, enquanto a base de contribuintes diminui, o que pode gerar um desequilíbrio no sistema previdenciário público.