
Na foto, consultor de carreira da ESIC Internacional, Alexandre Weiler Créditos: Gustavo Basso
Profissionais devem investir em presença digital, networking qualificado e comunicação estratégica para se destacarem num mercado cada vez mais conectado e competitivo
O currículo tradicional, impresso e linear, está rapidamente se tornando obsoleto. Em um mundo regido por algoritmos, redes sociais profissionais e decisões baseadas em dados e percepções digitais, a forma como nos apresentamos ao mercado mudou. Hoje, não basta listar cargos e formações, é preciso ter presença em redes sociais como LinkedIn, estar em grupos de interesse e manter trocas com a comunidade profissional, uma vez que a reputação digital passou a ser, para muitos recrutadores, mais relevante do que o próprio currículo.
Para o consultor de carreira da ESIC Internacional, Alexandre Weiler, o profissional do século XXI precisa entender que sua imagem pública é parte fundamental da estratégia de empregabilidade. “Quando falamos em reputação digital, estamos nos referindo ao conjunto de percepções, interações e contribuições que você oferece e deixa na internet. É o seu portfólio vivo, a sua narrativa em movimento. Não é só sobre ser encontrado, mas sobre o que as pessoas encontram quando pesquisam seu nome”, explica.
A importância de saber usar o LinkedIn
O LinkedIn se consolidou como a principal plataforma de validação profissional, mas usá-lo de forma estratégica vai muito além de manter o perfil atualizado. “O que vemos, muitas vezes, são perfis com títulos genéricos, textos vagos e pouca clareza de propósito. O LinkedIn é uma vitrine onde o usuário precisa saber comunicar com precisão o que faz, quais problemas resolve, quais resultados entrega. Um bom resumo, palavras-chave bem posicionadas e um histórico que vá além da descrição de tarefas também são indispensáveis”, orienta Weiler.
Outro fator determinante é o engajamento com a própria rede de contatos, uma vez que o networking digital eficaz não se limita a adicionar conexões e sim construir relações de troca e visibilidade mútua. “Participar de debates, publicar conteúdos com consistência, comentar, compartilhar e valorizar os colegas cria um ciclo virtuoso. Essa presença ativa mostra atualização, articulação e alinhamento com o setor. O profissional que se esconde perde espaço para quem compartilha ideias e constrói reputação”, explica o especialista.
Recomendações e cases reais
Ainda segundo Weiler, as recomendações e os cases reais apresentados no LinkedIn carregam um valor que o currículo impresso nunca foi capaz de transmitir. “Quando um ex-colega ou gestor escreve sobre suas qualidades ou comenta um projeto no qual trabalharam juntos, isso gera uma validação espontânea e pública. É como se você tivesse testemunhas da sua competência profissional”, afirma.
Além disso, em um mercado onde a diferenciação é cada vez mais sutil, outros elementos também ganham relevância com a elaboração de portfólios digitais, projetos autorais, envolvimento com causas e participação em eventos online. “Profissionais que produzem conteúdo, que lideram iniciativas ou contribuem com reflexões sobre sua área de atuação se destacam. Isso mostra proatividade, pensamento crítico e desejo de crescimento. No fim das contas, o que vale hoje não é mais o papel que você entrega, mas a história que você conta, e, principalmente, a percepção que você constrói todos os dias, online e offline. O currículo não morreu, ele apenas mudou de lugar e agora, está vivo na sua presença digital”, finaliza Weiler.
Dicas práticas para destacar seu perfil no LinkedIn
1 - Use palavras-chave no título e no resumo profissional - Recrutadores e o algoritmo do LinkedIn buscam perfis usando termos específicos. Por isso, em vez de usar títulos genéricos como “Analista”, prefira algo como: “Especialista em Marketing Digital | Performance | Estratégias de Conteúdo”. Inclua essas palavras também no campo “Sobre”, de forma natural, destacando suas habilidades, área de atuação e resultados. Isso aumenta sua visibilidade nas buscas e mostra, com clareza, o que você faz.
2 - Personalize sua URL do LinkedIn - Isso facilita o compartilhamento e melhora a indexação do seu nome no Google. Exemplo: linkedin.com/in/seunome.
3 - Ative o modo “Aberto para oportunidades” - Vá em “Preferências de emprego” e selecione os cargos desejados. Isso sinaliza ao algoritmo e aos recrutadores que você está disponível no mercado.
4 - Utilize a seção “Destaques” (ou Featured) - Ali você pode fixar posts importantes, links para portfólios, artigos publicados ou apresentações que fortalecem sua autoridade.
5 - Publique com estratégia - Intercale posts com insights da sua área, comentários sobre tendências, experiências profissionais e dicas que podem ajudar sua rede. Use hashtags relevantes (#comunicaçãoestratégica, #UXdesign, #liderança) para ampliar o alcance.
6 - Peça recomendações específicas - Direcione a pessoa: “Você poderia mencionar aquele projeto X que lideramos juntos e o resultado que alcançamos?” Quanto mais objetivas, mais impacto elas têm.
7 - Complete todos os campos do perfil - O algoritmo favorece perfis completos. Use as seções de licenças, certificações, projetos, causas voluntárias e idiomas, tudo conta na hora da triagem automatizada.
8 - Interaja com frequência - Comente posts de colegas, participe de discussões, parabenize pelas conquistas. A interação frequente ajuda o algoritmo a manter seu perfil mais visível.
9 - Crie ou participe de grupos relevantes - Grupos são ótimos para fazer networking e ganhar visibilidade dentro de nichos específicos.
10 - Mensure seus resultados - Sempre que possível, inclua dados concretos no descritivo de suas experiências: “Aumentei o engajamento em 40%”, “Implementei um processo que reduziu o retrabalho em 20%”.