IA aprimora tratamentos do câncer no Brasil
Mesmo diante de desafios, o Brasil já avança no uso da Inteligência Artificial para diagnóstico precoce, personalização de tratamentos e apoio à decisão clínica no combate ao câncer
13/08/2025 às 10:34
Divulgação
A cada minuto, 40 pessoas no mundo recebem um diagnóstico de câncer, segundo alerta recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, ocorreram mais de 244 mil óbitos por câncer no país, o que corresponde a uma média anual superior a 240 mil mortes. A corrida por tratamentos mais eficazes, diagnósticos precoces e protocolos personalizados nunca foi tão urgente. Nesse cenário, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma aliada estratégica da medicina oncológica — e por aqui, apesar dos desafios estruturais, os primeiros frutos dessa revolução já começam a aparecer.

O pesquisador e coordenador da graduação 4D em Inteligência Artificial e Sistemas de Dados Inteligentes, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Lucas Emanuel Silva e Oliveira destaca os principais gargalos e oportunidades no uso da IA no combate ao câncer em nosso território. “O maior desafio está na fragmentação e falta de padronização dos dados clínicos. Sem uma base robusta, os algoritmos ficam enviesados e não conseguem generalizar suas análises para diferentes instituições”, afirma.

Nos hospitais, clínicas e laboratórios brasileiros, os dados médicos ainda estão dispersos em sistemas que não conversam entre si. Prontuários eletrônicos não padronizados dificultam a consolidação de grandes bancos de dados — matéria-prima essencial para o treinamento de algoritmos capazes de prever, diagnosticar e sugerir condutas terapêuticas.

Essa desorganização afeta diretamente o desempenho dos modelos de IA, que necessitam de informações organizadas, confiáveis e representativas para gerar insights clínicos com segurança e precisão. Segundo Lucas, a interoperabilidade entre sistemas e a governança ética dos dados são prioridades para que a inteligência artificial possa escalar sua aplicação.
 
Zurich mapeia avanço da gestão de riscos cibernéticos



Um estudo inédito da Zurich, realizado entre 2020 e 2024, revelou uma evolução significativa na maturidade das grandes empresas brasileiras em relação à gestão de riscos cibernéticos. O percentual de organizações com classificação de risco considerada insatisfatória ou ruim caiu de 93% para 55% no período, evidenciando um avanço gradual, mas consistente, na forma como empresas de diferentes setores vêm se preparando para enfrentar ameaças digitais.

As análises abrangeram um total de 577 empresas, todas com faturamento superior a US$ 10 milhões e pertencentes a uma ampla variedade de setores da economia, como indústria de base, energia, tecnologia, saúde, ensino, transporte, varejo e serviços jurídicos. O número de empresas avaliadas variou ao longo dos anos, incluindo companhias seguradas e não seguradas.

Foram avaliados 23 fatores de riscos de segurança da informação, desde a gestão de ativos, governança, controle de acessos e monitoramento, até planos de resposta a incidentes e recuperação de desastres. O estudo foi construído com base em entrevistas técnicas estruturadas, conduzidas por profissionais do time de Engenharia de Riscos da Zurich, que também entregaram recomendações de melhoria personalizadas às empresas avaliadas.

“Em 2024, 45% das empresas foram avaliadas com uma gestão de risco boa ou excelente, em comparação a 7% em 2020. A evolução na maturidade de riscos das empresas brasileiras é evidente, impulsionada por fatores como o aumento da frequência e da sofisticação dos ataques, a adoção de regulamentações como a LGPD, que impuseram novas responsabilidades às organizações, e o crescimento da conscientização por parte da alta liderança sobre os impactos dos riscos cibernéticos nos negócios”, explica José Bailone, diretor executivo de Seguros Corporativos e Subscrição de Ramos Elementares da Zurich Seguros.

O executivo ainda pontua que, a partir de 2022, é possível observar uma curva ascendente contínua na melhoria da gestão de risco nas empresas. “Os anos anteriores foram marcados pelo pico da pandemia, que necessariamente acelerou a digitalização das empresas brasileiras, muitas vezes de forma desordenada. É natural que a ampliação da exposição e os aprendizados tenham levado, nos anos seguintes, a uma melhora da gestão do risco”, aponta Bailone.
 
TI Safe realiza encontro em Curitiba sobre cibersegurança

A evolução da inteligência artificial no mundo dos negócios está abrindo um novo capítulo para a segurança digital. Mais do que automatizar tarefas, as IAs personalizadas estão se tornando essenciais para prevenir, detectar e responder a ataques cada vez mais sofisticados. O avanço dessa tecnologia chega em um momento crítico. Segundo a Check Point Research, no segundo trimestre de 2025 o Brasil registrou uma média de 2.831 ataques cibernéticos por semana por organização, um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2024.

No Paraná, casos recentes evidenciam a gravidade da ameaça: em janeiro de 2024, o TRE-PR sofreu uma tentativa de ataque a seu canal no YouTube; em agosto do mesmo ano, a Prefeitura de Ponta Grossa foi alvo de um ransomware que paralisou temporariamente serviços públicos; e, em 2023, a Prefeitura de Jacarezinho teve bancos de dados comprometidos.

No Brasil, a TI Safe - empresa especializada em defesa digital de sistemas críticos - vem se destacando no uso de IA personalizada para proteção das empresas. Como parte de sua estratégia, realizará em 19 de agosto, em Curitiba, um encontro destinado a líderes do setor com networking e apresentações sobre tendências e aplicações de inteligência artificial na segurança cibernética. A empresa está aprimorando sua solução de inteligência artificial voltada à cibersegurança, a plataforma Safer. Com ela, posiciona-se a partir deste 2025 como fornecedora de SaaS de IA de nicho.

O cenário de risco vem impulsionando investimentos robustos. A Brasscom projeta que o mercado brasileiro de cibersegurança movimentará R$ 104,6 bilhões entre 2025 e 2028, com crescimento anual de 43,8%. Só em 2025, o aporte deve chegar a R$ 21,6 bilhões. Levantamentos da IDC, ISG Provider Lens e Kaspersky mostram que as empresas ampliam seus orçamentos e priorizam soluções de IA e machine learning para aumentar a resiliência digital, enquanto o custo médio de recuperação de incidentes já atinge US$ 1,7 milhão por ano.
 
iCities reúne mentes brilhantes da inovação no IoT Solutions Congress 2025



Nos dias 3 e 4 de setembro, acontece em São Paulo a segunda edição do IoT Solutions Congress Brasil. O evento organizado pelo iCities, hub pioneiro em cidades inteligentes, com o apoio da Prefeitura de São Paulo e com a chancela da Fira Barcelona, reforça a posição do país como um importante polo emergente nas discussões sobre Internet das Coisas (IoT), conectividade e transformação digital. Para mais informações ou aquisição de ingressos, acesse.

Ao unir empresas, governos e visionários globais, o encontro cria um espaço estratégico para o intercâmbio de conhecimento, geração de negócios e apresentação de soluções tecnológicas que já estão moldando o futuro.

Com diversos palestrantes nacionais e internacionais, um dos destaques do evento é a presença de Negar Feher (foto), CEO da Orbital Outpost X, startup do Vale do Silício que desenvolve soluções modulares e autônomas para infraestrutura espacial. Com mais de duas décadas de atuação no setor aeroespacial, Negar é reconhecida por conduzir startups da fase de pesquisa e desenvolvimento até operações comerciais, além de ser uma voz ativa em prol da diversidade e inclusão na indústria espacial. Em sua palestra “O Futuro da Infraestrutura Espacial”, a especialista abordará como a Internet das Coisas se conecta a esse ecossistema, composto por satélites, estações, veículos de lançamento e módulos habitáveis que viabilizam atividades no espaço.

Outra presença internacional é Patrick James, artista técnico e pesquisador do renomado Pixar Animation Studios, com expertise em tecnologias interativas e visuais aplicadas à produção criativa. No evento, ele falará sobre a interface entre IoT e inovação em contextos de entretenimento e design digital, além de abordar como a falha pode impulsionar a inovação. Com base em décadas de atuação na Pixar e experiência em mais de 60 produções, Patrick revelará bastidores de histórias abandonadas e desafios técnicos que se transformaram em soluções narrativas marcantes, reforçando como o que é considerado um erro tem o potencial de fortalecer equipes e de dar origem à ideias revolucionárias.

"No IoT Solutions Congress Brasil 2025, reunimos líderes, inovadores e visionários de todo o mundo para explorar como a Internet das Coisas está transformando indústrias, cidades e vidas. Este evento será um ponto de encontro essencial para quem busca estar na vanguarda da revolução digital. O Brasil, com sua diversidade, talento e potencial tecnológico, é o lugar ideal para construir esse futuro juntos. E, sem dúvida, oferece um cenário incomparável para expandir o evento que, em Barcelona, já contou com a presença de mais de 250 expositores”, afirma Roger Bou Garriga, Diretor de Feiras Industriais da Fira de Barcelona.
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