Presença paterna é essencial para o emocional das crianças
08/08/2025 às 17:02
Com a chegada do Dia dos Pais, mais do que presentes e homenagens, é hora de refletir sobre o impacto da figura paterna no desenvolvimento emocional das crianças. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais de 96 mil crianças nascidas em 2023 no Brasil não têm o nome do pai no registro civil. Além disso, cresce o número de pais emocionalmente ausentes — aqueles que, mesmo presentes fisicamente, não estabelecem vínculos afetivos reais com os filhos.

Para o psicólogo clínico Luti Christóforo, a figura paterna tem um papel essencial na formação emocional, psicológica e social dos filhos. “Durante muito tempo, ser pai significava ser forte, silencioso e provedor. Muitos homens cresceram ouvindo que demonstrar sentimentos era sinal de fraqueza”, explica. “O resultado disso foi uma geração de pais emocionalmente distantes, que acreditavam estar cumprindo seu papel apenas com trabalho e proteção material. Mas hoje, sabemos que os filhos não precisam do pai perfeito — eles precisam do pai presente.”

Neste Dia dos Pais, e em qualquer momento em que se fale de paternidade, o que devemos celebrar é o pai possível, aquele que se esforça para estar emocionalmente disponível dentro da sua realidade:

“O pai que escuta, que tenta nomear o que sente, que se coloca ao lado dos filhos com honestidade, vulnerabilidade e amor.”
Para o psicólogo, falar sobre emoções não diminui a autoridade paterna — ao contrário, fortalece os vínculos. “Quando um pai reconhece que sente medo, tristeza, frustração ou até raiva, ele ensina aos filhos uma lição poderosa: sentir é humano, e expressar o que sentimos é uma ponte para o diálogo, e não um sinal de fraqueza”, destaca. “A grande revolução da paternidade hoje não está em fazer mais, mas em sentir junto, em escutar de verdade, em se permitir ser um ser humano em evolução.”

Outro ponto crucial, segundo o psicólogo, é compreender que estar presente vai muito além de apenas estar fisicamente com o filho. “Tempo de qualidade é aquele em que há troca real, afeto verdadeiro, atenção plena”, diz Luti. “Brincar com o filho, conversar com ele, perguntar como ele está se sentindo, ouvir sem julgamento — tudo isso constrói memórias afetivas e fortalece a confiança mútua. Os filhos não lembram dos presentes caros, mas jamais esquecem os momentos em que foram ouvidos, abraçados e respeitados.”

Para Luti, o compromisso emocional do pai deve ser preservado, independentemente da estrutura familiar. “Quando há respeito e comunicação, mesmo em contextos de separação, os filhos crescem com segurança, sabendo que o amor e o cuidado paterno continuam inabaláveis”, afirma. “O que os filhos mais precisam não é de perfeição, mas de presença emocional, com escuta, afeto e disponibilidade verdadeira.”

Serviço: Luti Christóforo 
Psicólogo Clínico
WhatsApp: (41) 99809-8887
Instagram: @luti.psicologo
E-mail: lutipsicologo@gmail.com
Comentários    Quero comentar
* Os comentários não refletem a opinião do Diário Indústria & Comércio