SAFRA DE MILHO: A PREVISÃO É DE RECORDE
07/08/2025 às 15:46
O avanço da colheita da segunda safra de milho no Paraná está confirmando a perspectiva de produção recorde, agora estabelecida em 17,06 milhões de toneladas. Mantendo-se essa previsão será superior, inclusive, à estimativa inicial de 16,8 milhões de toneladas. Até agora foram colhidos aproximadamente 64% dos 2,77 milhões de hectares plantados.
 
NÚMEROS
A primeira safra, que já está toda colhida, rendeu pouco mais de 3 milhões de toneladas, o que elevaria o volume estadual de milho na safra 2024/25 a superar, neste momento, 20 milhões de toneladas. Os números fazem parte da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada na quinta-feira passada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
 
FEIJÃO
A safra de feijão paranaense já está encerrada desde meados de julho, com 862 mil toneladas. “Houve um pequeno ajuste de área desde a última informação, passando de 328,2 mil hectares para 327,6 mil hectares, o que reduziu também a produção em 3 mil toneladas, mas, ainda assim, o Estado manteve o recorde na produção”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho.
 
CAFÉ
A colheita do café evolui bem, com mais de 80% da área de 25,4 mil hectares já liberada. “Os dias secos ajudaram tanto a colher mais rápido quanto a secar o café nos terreiros. A produtividade está muito próxima do limite superior que imaginávamos”, salientou Godinho. Atualmente são retirados 1.752 quilos por hectare. 
A produção paranaense de café não é tão relevante diante do mercado nacional, com estimativa de 44,5 mil toneladas. “Mas temos produção relevante de café solúvel e preocupa o fato de o café não estar nas exceções das tarifas adicionais aplicadas pelos Estados Unidos”, disse. “Mas o mercado deve trabalhar isso porque os Estados Unidos têm poucas alternativas em relação ao café brasileiro”.
 
TRIGO
A Previsão Subjetiva de Safra de julho aponta uma área semeada de 833 mil hectares, com uma produção esperada de 2,61 milhões de toneladas. Esse volume representa um pequeno reajuste em relação aos 2,68 milhões previstos em junho. “As geadas ocasionaram esse impacto ainda relativamente limitado em razão da dificuldade de medir os efeitos na lavoura”, afirmou Godinho.
Segundo ele, na região Norte, que concentra os maiores problemas, estima-se que haverá perda de 84 mil toneladas frente ao potencial de 880 mil. Outras regiões também foram atingidas pontualmente, especialmente no caso de lavouras plantadas fora do zoneamento. “Os números ainda podem apresentar variações significativas, dada a incerteza quanto à extensão dos danos às plantas”, ponderou.
 
OUTRAS CULTURAS DE INVERNO
Entre as culturas de inverno que estão a campo, a cevada não foi impactada pela geada. Ao contrário, houve uma revisão de área, que se estende agora por 98,9 mil hectares, o que pode elevar a produção para 431,7 mil toneladas. Mesmo assim, o Estado precisará importar o produto. “O parque industrial para processar malte cresceu em ritmo mais rápido do que crescem as lavouras”, afirmou Godinho.
As aveias tiveram prejuízo por causa das geadas, mas pela característica da cultura no Paraná, onde normalmente se colhe apenas uma parcela do que está plantado, o impacto deve ser mínimo. Algumas regiões podem ter perdas, que são compensadas em outras localidades. A estimativa é de colher pouco mais de 245 mil toneladas tanto em aveia preta quanto branca.
 
OLERÍCOLAS
A segunda safra 2024/25 de batata está estimada em 315,6 mil toneladas. Até agora foram retirados os produtos de 90% da área de 10,6 mil hectares, com previsão de término para os próximos dias. O tomate de 1.ª safra está praticamente todo colhido, com 174,2 mil toneladas estimadas. Para o de 2.ª safra restam plantar 2% da área de 1,7 mil hectares. A colheita chegou a 88%, com previsão de render 92,6 mil toneladas.
 
A safra 2025/26 de cebola está estimada em 108 mil toneladas, representando 16,3% abaixo do ciclo anterior, quando se colheu 126,1 mil toneladas. Até o início desta semana estavam plantados 85,3% dos 2,8 mil hectares previstos. As lavouras estão com 91% em boas condições e o restante, medianas.  (Fonte: SEAB/PR).
 
MERCADO CITROS
Apesar do atual imbróglio relacionado à tarifação americana sobre as exportações brasileiras de suco, o mercado interno de frutas segue negociando as primeiras laranjas da safra 2025/26, assim como as tangerinas poncã, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, as laranjas do grupo das precoces ainda representam a maior parte das frutas entregues para a indústria de suco, enquanto os limões (tahiti) apresentam baixa disponibilidade, devido à entressafra. Já quanto às tangerinas poncã, a safra caminha para o fim na região Sudeste. Ainda conforme pesquisadores, diante das incertezas relacionadas à tarifação americana, indústrias brasileiras seguem recebendo frutas apenas via mercado spot e por meio de contratos já firmados, visto que novas contratações estão suspensas. Como a safra principal não começou e a maior parte das cargas é composta por variedades precoces, as frutas processadas atualmente apresentam limitações de qualidade, ressalta o Centro de Pesquisas. (Fonte: Cepea).
 
ÍNDICE DE PREÇOS AO PRODUTOR
Em junho, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) apresentou queda nominal de 3% em relação ao mês anterior, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, esse desempenho refletiu recuos em todos os grupos de alimentos, de 2,1% para o IPPA-Grãos, de 1,6% para o IPPA-Pecuária, de 3,5% no caso do IPPA-Hortifrutícolas e de 7,7% no do IPPA-Cana-Café. No mesmo período, o Índice de Preços por Atacado de Produtos Industriais (IPA-OG-DI), calculado pela FGV, caiu 2,3%, indicando que, de maio para junho, os preços agropecuários baixaram em relação aos valores industriais na economia brasileira.
 
CENÁRIO INTERNACIONAL
No cenário internacional, as cotações dos alimentos convertidas em Reais recuaram 3,7%, reflexo da combinação entre a desvalorização do dólar frente ao Real (-2,1%) e a retração dos preços internacionais dos alimentos (-2,5%). Comparando-se os seis primeiros meses deste ano com igual intervalo de 2024, levantamentos do Cepea mostram que o IPPA registrou expressivo avanço de 18%, impulsionado pelas significativas altas nos grupos IPPA-Grãos (8,9%), IPPA-Pecuária (27,3%) e IPPA-Cana-Café (32,6%). Em sentido oposto, o IPPA-Hortifrutícolas apresentou queda de 12,4% no período. O IPA-OG-DI, por sua vez, teve aumento de 5,6%, e os preços internacionais dos alimentos convertidos em Reais subiram 9,8%, resultado da valorização de 13,2% do dólar e do ligeiro incremento de 0,2% nas cotações internacionais dos alimentos. (Fonte: Cepea).
 
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