Startups estão sendo usadas para lavagem de dinheiro
Facções criminosas usam fintechs para mascarar dinheiro; especialista alerta sobre golpes e mostra o que diferencia o investimento legítimo do ilegal
06/08/2025 às 10:15
O Brasil tem cerca de 12 mil startups em funcionamento. Um estudo mostrou que somente em 2024 elas captaram R$ 13,9 bilhões em investimentos para financiar o crescimento e desenvolvimento de seus negócios, em diferentes ramos de atividades. Mas a expansão acelerada dessas empresas jovens e inovadoras chamou a atenção das autoridades. O Ministério Público identificou que algumas startups estão sendo usadas como instrumento de lavagem de dinheiro; um processo criminoso que busca ocultar a origem ilícita de recursos financeiros, inserindo-os no sistema econômico como se fossem legítimos. 

Em abril de 2024, a Operação Contenção 27, realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, apontou a fintech 4TBank como mecanismo de lavagem de cerca de R$ 6 bilhões em apenas um ano para o Comando Vermelho e o PCC. 

Em fevereiro de 2025 a Operação Hydra, do Ministério Público de São Paulo com a Polícia Federal, mostrou que duas fintechs – 2GO Bank e Invbank – receberam cerca de R$ 6 milhões de integrantes do PCC e movimentaram quantias no Brasil, EUA, Paraguai, Argentina, Holanda, Itália, Hong Kong, China, dentre outros países. 

“Parte dos modelos de negócios das startups são baseados em serviços digitais ou bens intangíveis, o que permite uma mobilização significativa de recursos sem a necessidade de uma infraestrutura física robusta. Assim, é mais fácil ocultar a origem de fundos ilícitos, tornando a detecção extremamente difícil para investigadores e agências reguladoras”, explica o advogado criminalista, Leonardo Fleischfresser.

Segundo o relatório “Lavagem de Dinheiro e Enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil” – feito pelo Instituto Esfera de Estudos e Inovação, existem duas principais estratégias usadas pelas organizações criminosas por meio das fintechs: as “contas gráficas” e as “contas bolsões”. 

As “contas gráficas” são contas correntes usadas como se fossem pessoais, mas que estão vinculadas ao CNPJ da fintech e hospedadas em bancos tradicionais, o que blinda a conta de bloqueios judiciais e investigações. Já as “contas bolsões” são quando a fintech deposita valores de vários clientes em uma única conta bancária, sem separação de titularidade no sistema. Assim, só a fintech sabe quanto é propriedade de cada usuário, tornando mais difícil o rastreio por órgãos estatais. 
 
Pesquisadores da UFPR criam assistente virtual para idosos



O Brasil vive um acelerado processo de envelhecimento populacional. Segundo dados do IBGE, o país tem 33 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 15,6% da população. Diante desse cenário, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveram o Lucas, um assistente virtual gratuito e open-source, especializado em apoiar idosos em suas rotinas diárias e ampliar sua autonomia.

Pensado para idosos, o Lucas oferece acessibilidade tanto para pessoas com limitações visuais quanto auditivas, apresentando simultaneamente o conteúdo falado em áudio e texto, com cores e expressões visuais marcadas para facilitar a compreensão. “O Lucas é um assistente desenvolvido para suporte a idosos. Ele foi pensado para compreender comandos em português, e realizar um conjunto de tarefas específicas, como a busca por temperatura, auxílio em lembretes, e tarefas gerais, para tirar dúvidas e tudo mais”, explica Luan Trindade, um dos pesquisadores envolvidos no projeto.

O Lucas foi criado por uma equipe multidisciplinar formada pela estudante de Ciência da Computação da UFPR, Luize Duarte, pelo estudante de Informática Biomédica, Luan Matheus Trindade Dalmazo, sob orientação do pesquisador dos laboratórios Visão, Robótica e Imagem (VRI) e Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Eduardo Todt, e do professor do departamento de medicina da UFPR, Vitor Last Pintarelli.

A participação de especialistas em geriatria contribuiu para aprimorar o design gráfico, evitar estereótipos e sugerir funcionalidades específicas para o público idoso, como a adoção de uma persona jovem e legendas de alto contraste. O assistente já está funcional e disponível para uso, e a equipe trabalha para integrar novas funcionalidades, como memorizar objetos na casa, detecção de quedas, organização de itens e integração com robôs autônomos.

Ferramenta ajuda tutores a encontrar pets perdidos



Quem já perdeu um bichinho de estimação sabe o quanto esse momento pode ser desesperador. Pensando em apoiar tutores de cães e gatos que passam por essa situação tão delicada, a RPC lança uma nova funcionalidade no aplicativo Você na RPC: o Encontre Seu Pet

A ideia é simples, mas poderosa: facilitar a conexão entre quem perdeu e quem encontrou um pet. A nova ferramenta permite que o tutor cadastre informações detalhadas sobre o animal desaparecido, como nome, características, idade, bairro, cidade onde ele foi visto pela última vez, descrição — e inclua uma foto para ajudar na identificação. Tudo de maneira prática e rápida, direto no app. 

Mas a ajuda não para por aí: quem encontrar um pet perdido também pode fazer o caminho inverso, informando os dados do animal localizado. Assim, aumentam as chances de reencontros felizes. 

A proposta da RPC é transformar essa funcionalidade em uma ferramenta de utilidade pública, que auxilie a população paranaense em situações que ninguém quer viver, mas que podem acontecer. Com a credibilidade da emissora e o alcance estadual, o Encontre Seu Pet nasce para unir forças com a comunidade, promover empatia, solidariedade e informação. 

A ideia da nova funcionalidade surgiu a partir da própria vocação do app: ser útil e presente no dia a dia dos paranaenses. Eduardo Boschetti, diretor-geral da RPC, explica que o aplicativo já é parte da rotina de milhares de pessoas que acessam o aplicativo Você na RPC todos os dias em busca de notícias, conteúdos especiais, cupons, avisos de programas, ajuda na organização da rotina e muito mais.

“As pessoas confiam no que entregamos, porque conexão e comunicação fazem parte da nossa essência. Então, por que não criar uma forma de ajudar também quem está procurando um animal de estimação perdido? Foi assim que nasceu o ‘Encontre Seu Pet’. Esperamos que seja mais uma contribuição da RPC para facilitar a vida das pessoas e, principalmente, ajudar em reencontros emocionantes.” 

Uso excessivo da IA pode enfraquecer capacidade de pensar no trabalho

Um estudo recente do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) acendeu um sinal de alerta sobre o uso exagerado de inteligência artificial no trabalho, apontando que os participantes que utilizaram o ChatGPT para escrever apresentaram uma queda de 47% na conectividade neural, ou seja, seus cérebros fizeram menos esforço durante a atividade. Além disso, 83,3% deles não conseguiram lembrar trechos dos próprios textos minutos depois de escrevê-los, indicando um processo de pensamento “terceirizado” à IA. Os exames neurológicos mostraram ainda uma redução nas ondas alfa e beta, associadas ao pensamento criativo e crítico. O efeito foi ainda pior em usuários crônicos: quando tiveram que escrever sem o apoio da IA, foram superados por pessoas que nunca haviam usado esse tipo de tecnologia.

Os pesquisadores chamaram o fenômeno de “dívida cognitiva”, um tipo de desgaste invisível, que se acumula cada vez que escolhemos um atalho mental fornecido pela IA no lugar de pensar por conta própria. O consultor de carreira da ESIC Internacional, Alexandre Weiler, afirma que embora a tecnologia seja útil, o custo pode ser alto, com perda da autonomia intelectual, do pensamento criativo e da capacidade de concentração. “A IA pode ser uma ferramenta extraordinária, mas não pode ser o piloto do seu pensamento. Quando você terceiriza constantemente o raciocínio, começa a perder habilidades essenciais no ambiente profissional, e muitas vezes nem percebe. O risco não está no uso da IA, mas na forma como ela é usada, quando por exemplo o profissional para de questionar, de elaborar, de construir”, afirma.

Além dos impactos cognitivos individuais, o estudo do MIT levanta reflexões mais amplas sobre o futuro das habilidades humanas no mercado de trabalho, já que em um cenário cada vez mais orientado por dados, automações e inteligência artificial, o valor dos profissionais está migrando das tarefas operacionais para competências humanas profundas, como pensamento estratégico, criatividade, comunicação e tomada de decisão crítica.
 
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