Créditos: Valterci Santos
Agosto é o mês dedicado à valorização do aleitamento materno, por meio da campanha Agosto Dourado, que tem como objetivo conscientizar sobre a importância do leite materno como alimento completo e essencial para os primeiros meses de vida. Segundo dados do Ministério da Saúde, o aleitamento materno exclusivo até os seis meses pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil em menores de cinco anos, além de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho. Para garantir que esse processo aconteça de forma saudável, tanto para a mulher quanto para o bebê, a realização de exames laboratoriais é essencial no período do puerpério e ao longo da amamentação.
De acordo com o responsável técnico e especialista em bacteriologia do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, a fase pós-parto exige atenção contínua à saúde materna, especialmente no que se refere a desequilíbrios hormonais, carências nutricionais e infecções que podem interferir na amamentação. “Muitas mulheres desconhecem que alterações simples, como deficiência de ferro, vitamina D ou infecções urinárias silenciosas, podem comprometer sua qualidade de vida e a produção de leite. Os exames laboratoriais ajudam a identificar esses quadros precocemente, possibilitando intervenções eficazes e seguras”, explica Kozlowski.
No caso dos recém-nascidos, o acompanhamento por meio de exames também é indispensável. “Logo após o nascimento, os testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho são fundamentais. Mas o acompanhamento não para aí. Em situações específicas, é necessário realizar exames de triagem metabólica ampliada, avaliação de bilirrubina e testes para detectar infecções congênitas ou adquiridas”, comenta o especialista.
Exames recomendados
Entre os exames recomendados para as mães durante o puerpério e a amamentação, estão o hemograma completo, dosagem de ferro sérico e ferritina, vitamina D, glicemia, função renal e hepática, perfil lipídico, exames hormonais (como TSH e prolactina) e urocultura. Esses exames ajudam a identificar deficiências nutricionais, desequilíbrios metabólicos e possíveis infecções que podem comprometer a saúde da mulher nesse período de intensas transformações físicas e emocionais. “Por exemplo, a prolactina é o hormônio responsável pela produção do leite. Se houver alterações nos seus níveis, a amamentação pode ser prejudicada. Já a dosagem de ferro é fundamental para evitar quadros de anemia, que são comuns após o parto e afetam diretamente a disposição e o bem-estar da mãe”, detalha Kozlowski.
Outro ponto de atenção importante é o funcionamento da tireoide, já que alterações nos hormônios TSH e T4 livre podem interferir na regulação hormonal do organismo e impactar tanto a produção de leite quanto o equilíbrio emocional da mulher. “Exames simples, realizados com amostra de sangue, são capazes de detectar esses desequilíbrios de forma precoce, permitindo que o médico tome as medidas necessárias para preservar a saúde da paciente”, reforça o especialista.
No caso dos bebês, além dos testes neonatais obrigatórios, o acompanhamento pediátrico pode indicar exames complementares, dependendo do histórico familiar, do parto e da evolução clínica da criança. Hemogramas, exames de urina, testes de função hepática ou renal e avaliações específicas para detecção de intolerâncias alimentares, como à lactose ou à proteína do leite de vaca, são solicitados quando há suspeitas clínicas. “A identificação precoce de possíveis alergias ou alterações metabólicas evita complicações e garante um desenvolvimento mais saudável. No LANAC contamos com uma estrutura completa e especializada para o atendimento materno-infantil, sendo que além da realização dos exames, a unidade oferece suporte técnico com profissionais capacitados para esclarecer dúvidas, interpretar os laudos e orientar os pacientes quanto ao melhor caminho a seguir”, finaliza Kozlowski.
Exames importantes para mães e bebês no período de amamentação
Para as mães
• Hemograma completo
• Ferro sérico e ferritina
• Vitamina D
• Glicemia em jejum
• Função hepática e renal (TGO, TGP, creatinina, ureia)
• Perfil lipídico (colesterol total e frações, triglicerídeos)
• Hormônios (TSH, T4 livre, prolactina)
• Urocultura
• Sorologias (HIV, hepatites, sífilis) em caso de exposição de risco
Para os bebês
• Teste do pezinho (básico e ampliado)
• Bilirrubina total e frações
• Hemograma infantil
• Exames de urina
• Triagem de infecções congênitas (toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola)
• Alergias alimentares (caso haja suspeita clínica)
