
Divulgação SPVS
Com investimento de R$ 4,2 milhões e foco em bairros vulneráveis de Curitiba e Araucária, o projeto Observatório Climático do Alto Iguaçu (OCAI) foi oficialmente apresentado no mês de julho para o Secretário de Meio Ambiente do município de Araucária, em encontro realizado na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba (SMMA). A iniciativa, conduzida pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), integra o Programa Petrobras Socioambiental e propõe estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas em Curitiba e Região Metropolitana, com forte participação comunitária.
Ao todo, cerca de 40 técnicos das Secretarias de Meio Ambiente dos municípios participaram das reuniões. No município de Curitiba o evento teve a presença e início com a fala de Ibson Gabriel Martins de Campos, da Superintendência de Controle Ambiental, representando a secretária Marilza do Carmo Oliveira Dias. No município de Araucária, a reunião contou com a presença do secretário Tiago Rodrigo Mello. Ambos destacaram a relevância e a importância da parceria entre a SMMA e a SPVS na implementação de projetos com foco socioambiental.
“Este momento representa uma grande oportunidade para discutirmos juntos questões tão necessárias e urgentes em relação à conservação da biodiversidade. Ficamos felizes com o fato de a SPVS ter sido contemplada para conduzir as ações em parceria conosco”, disse Ibson.
O coordenador do projeto na SPVS, Rafael Meirelles Sezerban, apresentou os objetivos e estratégias da iniciativa, que atuará nos bairros Tatuquara e Campo de Santana, em Curitiba, e Thomaz Coelho, Tindiquera e Costeira, em Araucária. Essas regiões, inseridas na bacia do rio Iguaçu, concentram indicadores de vulnerabilidade social e ambiental e foram definidas como prioritárias para atuação territorial do trabalho.
Projeto se destaca por abordagem integrada
Inserido no escopo do Programa Condomínio da Biodiversidade (ConBio), da SPVS, o Observatório foi um dos 44 projetos selecionados no último edital do Programa Petrobras Socioambiental, tendo obtido nota máxima na avaliação técnica. O aporte financeiro garantirá a execução das atividades pelo período de três anos.
A proposta integra infraestrutura verde, geração de dados ambientais locais, formação cidadã e articulação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Durante a apresentação, Rafael detalhou os cinco resultados esperados do projeto, que envolvem desde mapeamentos com o software InVEST e levantamentos socioambientais até a formação de Jovens Líderes Climáticos e capacitações para representantes da sociedade civil e poder público.
“O projeto vai além da sensibilização: ele propõe caminhos reais, baseados em ciência e participação popular, para enfrentar os desafios da crise climática com soluções efetivas e duradouras”, destacou o coordenador.
A apresentação técnica ainda reforçou compromissos assumidos no evento de assinatura simbólica do projeto, realizado em maio deste ano, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Na ocasião, o gerente-executivo de Responsabilidade Social da Petrobras, José Maria Rangel, afirmou: “Com o retorno dos investimentos sociais e ambientais de forma regionalizada, estamos democratizando o acesso aos recursos e reafirmando nosso compromisso com a sociedade”.
Já o gerente-geral da Repar, Felipe Leonardo Gomes, enfatizou o foco do projeto na proteção dos recursos hídricos, das áreas com Floresta com Araucária e das várzeas dos rios Barigui e Iguaçu — ecossistemas estratégicos para a resiliência climática da Região Metropolitana.
Presente no evento, o diretor-executivo da SPVS, Clóvis Borges, também sintetizou a essência do projeto: “Conservar a natureza é amparar a viabilidade dos negócios e promover qualidade de vida”.
Participação ativa e encaminhamentos
Após a apresentação, as reuniões foram abertas para perguntas e sugestões dos servidores da SMMA dos municípios. Entre os temas levantados, estiveram o cronograma de execução das atividades, a e a adequação da área de atuação conforme as sub-bacias hidrográficas locais. As contribuições serão consideradas na próxima fase de planejamento do projeto.
Ao final do encontro, aa SMMAa reafirmaram a disposição em apoiar o projeto por meio de reuniões técnicas específicas com diferentes departamentos da prefeitura, visando facilitar a implementação das próximas etapas.
Um passo a mais na agenda climática local
As reuniões nas Secretarias de Meio Ambiente dos municípios de atuação, não apenas marcaram o início público das ações do Observatório Climático do Alto Iguaçu em Curitiba e Araucária, como também reafirmou o protagonismo da capital paranaense e Região Metropolitana no enfrentamento à crise climática urbana. “Com base técnica sólida, participação popular e foco em justiça socioambiental, o Observatório Climático do Alto Iguaçu tem potencial para se consolidar como uma referência nacional em soluções climáticas baseadas na natureza”, concluiu Rafael.
Sobre a SPVS
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por Claudia Guadagnin