
Em 2011 foi o sublime Antony Hoppinks, apenas para citar versões deste século, e agora, em O Ritual, é o shakespeariano Al Pacino a encarnar o velho sacerdote em luta contra o demônio. Mas impossível não citar que foi o grande Max von Sydow o primeiro exorcista, o de 1973, que fez as bilheterias de cinemas tilintar por esse vasto mundo, cenário da eterna luta entre Deus e o Diabo.
O papel de um padre nem é tão fascinante, não exige tanto talento demonstrar fé, ou fingir tê-la. Mas sabe-se lá a razão de atores tão excelsados aceitarem tal atuação. É de se sair do cinema com esse pensamento grudado feito chiclete. Confira: O Ritual estreia hoje, 31 de julho.
Dirigido por David Midell, além de Al Pacino, o filme tem outro ator que atrai bom público, este com mais fãs entre expectadores de idades mais frescas, pois é Dan Stevens, do elenco da série Downton Abbey. Mas há quem procure ver O Ritual devido à presença de Patrick Fabian, o elegantérrimo advogado da série Better Call Saul. Ele, por coincidência ou não, já trafegou por terror semelhante, O Último Exorcismo, de 2010. Mas em O Ritual, infelizmente, Patrick Fabian parece duas vezes, talvez nem chega a três.
O elenco feminino, com papéis tão coadjuvantes, nem exige citação. Mas Abigail Cowen é Emma Schmidt, a exorcizada da vez. A trama reporta um caso real de 1928, mas o tema mais assustador não são aquelas cenas de camas levitando, mocinha vomitando na cara dos exorcistas, não, o assustador é a fé de um juramentado servidor de Deus posta em dúvida pelo demônio.
Há quem saia do cinema também com outro chiclete grudado na memória: Por que, diabos, o cinema dos EUA adora rever exorcistas, vampiros e super-heróis?