(*) Priscila Marchini
O Saneamento Básico, bem como os antibióticos e as vacinas, é um dos avanços mais determinantes para a saúde e bem-estar coletivos. Instrumentos poderosos que revolucionaram a expectativa de vida, frearam epidemias, reduziram desigualdades e civilizaram o convívio humano. Negligenciar qualquer um desses fatores é andar para trás.
O Marco Legal do Saneamento, no Brasil, estabeleceu o momento de encarar — com responsabilidade compartilhada e força de lei — o déficit histórico nas áreas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Juntos, governos e iniciativa privada agora põem em prática políticas estruturantes para garantir acesso a esgoto a mais de 90 milhões de brasileiros que ainda vivem sem o serviço. A transformação desse cenário traz impactos que vão além das estatísticas, reverberando no cotidiano das comunidades. Significa mitigar as doenças evitáveis, descontaminar rios, dar mais esperança a futuros sem evasão escolar, melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de tantas famílias, especialmente entre as populações mais vulneráveis.
Felizmente, o Paraná é um dos líderes do país nessa transformação. A parceria da Ambiental Paraná e da Sanepar está à frente de uma desafiadora operação para repensar e construir um novo saneamento para 52 municípios do Estado. Com mais de R$ 2 bilhões em investimentos até 2033, estamos avançando na construção de modernas redes de coleta e tratamento de esgoto que beneficiarão diretamente cerca de 800 mil paranaenses. Nossa missão vai além da infraestrutura: buscamos acelerar a transição para um modelo de desenvolvimento ambientalmente responsável, capaz de gerar saúde, renda e novas perspectivas para as cidades.
Assim como as vacinas e os antibióticos, o saneamento previne e cura. Ele impede que a doença se instale, que a desigualdade se perpetue, que o meio ambiente adoeça. É uma medida de saúde pública com impacto coletivo não apenas nas casas atendidas, mas no futuro de todo o Estado. Cada litro de esgoto tratado é uma barreira contra doenças como diarreia, hepatite A e leptospirose. Cada estação em funcionamento é uma trincheira a favor da vida.
Quando a sociedade discute com maior intensidade a proteção ao  meio ambiente, a voz do saneamento precisa ecoar ainda mais alto. Debater a relação entre natureza e saúde e fazer compreender por que isso muda tudo. Reverberar a importância do esgotamento sanitário e traduzir o investimento em transformação social. É urgente amplificar a consciência coletiva sobre obras que são vacina ambiental e têm o poder de reescrever o futuro.
(*) Priscila Marchini é diretora-presidente da Ambiental Paraná