Professora do Colégio Marista Paranaense explica os impactos do excesso de telas e orienta sobre escolhas conscientes de conteúdo infantil
Na era digital, o consumo de conteúdo por crianças vem crescendo em ritmo acelerado e, com ele, aumentam também os desafios enfrentados por famílias e educadores. Exposição excessiva a telas, ritmo frenético das produções audiovisuais, sons intensos e estímulos visuais constantes têm preocupado especialistas por seus efeitos no desenvolvimento infantil. Entre os riscos apontados estão a dificuldade de concentração, alterações na linguagem, prejuízos na regulação emocional e até impactos nas interações sociais.
Diante desse cenário, os chamados desenhos de baixo estímulo têm ganhado relevância como uma alternativa mais equilibrada e saudável. Com estética mais simples, narrativa lenta e sons suaves, essas produções oferecem um contraponto ao excesso de estímulos que caracteriza grande parte dos conteúdos voltados ao público infantil. Além de mais calmos, esses desenhos favorecem o foco, a criatividade e a empatia, respeitando o ritmo natural da infância.
Segundo a pedagoga, neuropsicopedagoga e professora do Colégio Marista Paranaense, Andreia Goulin Guimarães, o primeiro passo é entender o quanto o cérebro em desenvolvimento é sensível a esses estímulos. “Compreender o impacto das telas no cérebro em desenvolvimento é o primeiro passo para uma gestão consciente do tempo e do conteúdo a que as crianças são expostas”, afirma.
Conteúdos com menos estímulos contribuem para a redução da ansiedade, ajudam na auto regulação emocional e criam espaço para que a criança use mais a imaginação. Sem uma enxurrada de informações visuais e sonoras, a criança tende a construir suas próprias narrativas, exercitando a criatividade de forma mais espontânea. A presença ativa das famílias nesse processo é fundamental, não apenas para limitar o tempo de tela, mas para acompanhar, conversar e mediar o conteúdo assistido.
“A supervisão não se limita a controlar o relógio, mas envolve assistir junto sempre que possível, conversar sobre o que está sendo visto e ajudar a criança a processar as informações e emoções despertadas pelo conteúdo”, orienta a professora.
Além disso, o exemplo dos adultos influencia diretamente os hábitos das crianças. Demonstrar equilíbrio no uso da tecnologia no dia a dia, segundo a educadora, é uma das maneiras mais eficazes de estimular comportamentos saudáveis. “Criar um ambiente rico em estímulos variados e gerenciar o acesso às telas, priorizando conteúdos de qualidade, é um investimento valioso no desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças”, conclui.
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