Crescimento das autuações em 2024 revela avanço tecnológico do Fisco e reforça a necessidade de uma gestão fiscal contínua e alinhada ao negócio.
O recente Relatório Anual de Fiscalização da Receita Federal, que apontou R$ 234,8 bilhões em autuações em 2024, sendo R$ 207,3 bilhões aplicados a empresas, lança luz sobre uma necessidade crítica para o ambiente corporativo: a importância de um planejamento tributário estratégico e contínuo.
O aumento de 4,1% no volume de autuações, mesmo diante de uma alegada postura mais orientadora do Fisco, sinaliza uma fiscalização cada vez mais eficiente e tecnológica. Para Eduardo Bitello, advogado tributarista e sócio da MGT Gestão Tributária, os números são um reflexo da evolução do próprio Fisco e exigem uma mudança de mentalidade por parte dos gestores.
"Estamos em uma era de transparência fiscal imposta pela tecnologia. O cruzamento de dados é implacável e não deixa margem para erros ou omissões. Nesse contexto, a gestão tributária transcende a simples apuração de impostos; ela se torna uma ferramenta de inteligência de negócios e de mitigação de riscos", analisa Bitello.
O especialista defende que o planejamento tributário é essencial para a perenidade das empresas. "Muitos gestores ainda associam o planejamento tributário apenas à redução da carga de impostos. Embora seja um benefício importante, seu valor principal é garantir a segurança e a sustentabilidade da operação. Trata-se de alinhar a estrutura fiscal da empresa à sua estratégia de negócio, evitando que contingências futuras possam minar o crescimento conquistado."
Bitello conclui que a conformidade é a base para a liberdade de empreender. "Quando uma empresa tem a certeza de que suas obrigações fiscais estão sendo geridas com precisão e estratégia, ela ganha tranquilidade para focar no que realmente importa: inovar, expandir mercados e gerar valor. A excelência na gestão fiscal não é um custo, mas um investimento na longevidade e na saúde financeira do negócio."