O câncer de cabeça e pescoço é o quinto mais incidente no Brasil, em ambos os gêneros, causando cerca de 10 mil mortes ao ano. Dados do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam que, em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e pode elevar a taxa de mortalidade.
A radioterapia é uma das modalidades terapêuticas mais importantes para o tratamento desse tipo de tumor maligno que se desenvolve na região da boca, orofaringe, laringe, nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço. Pode ser usada como tratamento definitivo, muitas vezes em associação com quimioterapia, após cirurgia (adjuvante), com objetivo de reduzir o risco de recidiva local, ou como tratamento paliativo, para controlar sintomas em estágios avançados.
Para Hugo Veroneze Toledo, físico médico do Oncoville, a grande maioria dos casos na clínica são tratados com a técnica de VMAT, que é basicamente o IMRT em arco (Radioterapia de Intensidade Modulada). Ela modula a intensidade da radiação em diferentes áreas do campo de tratamento, o que é essencial em regiões como cabeça e pescoço, onde há muitos órgãos sensíveis (glândulas salivares, medula espinhal, boca, garganta) e também ajuda a reduzir os efeitos colaterais como boca seca (xerostomia) e disfagia. “Nossa equipe acompanha a evolução do tratamento com sistemas de imagens que permitem saber se o tumor está respondendo e se precisamos fazer um replanejamento para readequar o mesmo à mudança anatômica que o paciente sofre durante o tratamento (geralmente emagrecem ou as lesões diminuem de tamanho”.
O físico médico do Oncoville, clínica de radioterapia, explica também que a escolha da técnica de radioterapia adotada vai depender da localização exata e estágio do tumor assim como o estado geral do paciente, além da verificação da existência de cirurgia prévia.