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O mercado cafeeiro segue em ritmo lento e incerto, ainda digerindo e exercitando possibilidades de como deslocar a oferta com a possível tarifação americana de 50% a produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos, avaliam pesquisadores do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o avanço da colheita no Brasil tem reforçado o contexto de volatilidade, aumentando a oferta – para o arábica, as atividades caminham bem e, para o robusta, estão praticamente finalizadas. Uma das principais preocupações do setor sobre a taxação americana, conforme explicam pesquisadores, está atrelada ao café solúvel, que tem o robusta como matéria-prima, e os Estados Unidos são importantes compradores. Destaca-se que, recentemente, o robusta brasileiro ganhou mercado com a menor produção do Vietnã no ano passado e as dificuldades logísticas para embarques da Ásia para a Europa e as Américas. Com a tarifação extra, o Cepea avalia que a concorrência brasileira com produtos asiáticos poderia ficar comprometida, sendo necessário algum rearranjo dos envios para atender à necessidade americana. (Fonte: Cepea).
BOI: JULHO ACUMULA QUEDAS
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do boi para abate estão em queda desde a virada de junho para julho, acumulando recuo ao longo deste mês em todas as praças acompanhadas pelo Centro de Pesquisas. Pesquisadores explicam que as baixas refletem certo aumento da oferta de pecuaristas – devido à deterioração das pastagens nesta época seca – num momento em que começam a aumentar as entregas de lotes confinados e a demanda tende a ter certo enfraquecimento. Nesta semana, esse comportamento esteve mais contido, com negócios saindo a preços mais estáveis que no período anterior, ainda conforme levantamentos do Cepea. (Fonte: Cepea).
O TRIGO E O DÓLAR EM ALTA
A maior taxa de câmbio, que eleva a paridade de importação, e a perspectiva de safra menor sustentaram os preços do trigo na semana passada no Rio Grande do Sul e no Paraná, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os vendedores seguem firmes, acompanhando o desenvolvimento das lavouras e/ou com foco na finalização do cultivo da atual temporada. Compradores continuam adquirindo conforme as oportunidades de mercado e buscando especialmente o produto importado. Já em São Paulo, houve uma maior retração compradora e, com isso, alguns vendedores acabaram cedendo às pedidas, ainda conforme levantamentos do Cepea. No campo, a semeadura atingiu 91% da área destinada ao cultivo de trigo no Brasil, em linha com intervalo equivalente de 2024 e com a média dos últimos cinco anos. (Fonte: Cepea).
SOJA PARA ESMAGAMENTO
A firme demanda por soja para o esmagamento vem sustentando os preços internos e externos do grão. Pesquisadores do Cepea destacam, contudo, que a alta nos valores da oleaginosa acaba sendo limitada pela oferta global elevada – de acordo com o relatório deste mês do USDA, a produção mundial de soja em grão deve passar de 421,99 milhões de toneladas na temporada 2024/25, para 427,68 milhões de toneladas na safra 2025/26, um novo recorde. No Brasil, na parcial deste mês (até o dia 17), os Indicadores CEPEA/ESALQ – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná avançaram 1,8% e 1,3%, respectivamente. (Fonte: Cepea).
AS OSCILAÇÕES DO MILHO
O movimento de queda nos preços do milho foi interrompido nos últimos dias em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, esse cenário está atrelado à retração de parte dos vendedores. A colheita da segunda safra tem avançado no Brasil, mas o ritmo das atividades ainda está abaixo do observado no ano passado e em safras anteriores. No entanto, demandantes também se afastam das aquisições no spot, atentos a estimativas indicando safra recorde no País e às exportações enfraquecidas. Pesquisadores do Cepea indicam que esses consumidores vêm utilizando lotes negociados antecipadamente. Assim, a liquidez está baixa no mercado spot nacional. (Fonte: Cepea).
ARROZ: PREÇOS SEGUEM FIRMES
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguiram firmes nas últimas semanas, sustentados pela restrição vendedora e pela demanda firme. A liquidez, porém, continuou baixa, resultado, conforme explicam pesquisadores, da postura cautelosa de produtores, que apostam em valorizações mais expressivas. Para atrair vendedores, compradores elevaram suas ofertas, mas a maioria das negociações efetivadas envolveu pequenos lotes. Ainda de acordo com o Cepea, a perspectiva de exportações contribuiu para sustentar as cotações internas. O volume de junho foi expressivo e anima o lado vendedor, pois esse canal de comercialização poderá ter mais impacto sobre a redução de estoques e as cotações domésticas do que as ações governamentais sinalizadas até o momento. (Fonte: Cepea).
FEIJÃO EM ESTABILIDADE
Os preços do feijão seguem oscilando, mas, no geral, as altas vêm prevalecendo, sobretudo para o carioca de melhor qualidade, indicam pesquisas do Cepea. O suporte para esse tipo de grão vem da escassez do produto no mercado nacional. Enquanto isso, no campo, a colheita de segunda safra do Paraná foi encerrada, com queda expressiva, mas o forte crescimento na produção da primeira temporada compensou essa redução e deve resultar em ligeira elevação da oferta total do estado. Estimativas do dia 17 do Deral/Seab apontam que a produção de feijão de segunda safra caiu 23%, somando 526,6 mil toneladas. Porém, a oferta da primeira safra havia tido expressivo crescimento de 102%, para 338 mil toneladas, o que contribui para uma oferta estadual de 865 mil toneladas (a produção de terceira safra é inexpressiva), com alta de 2% sobre a oferta de 2024. Esse volume é recorde e mantém o Paraná como o maior produtor nacional. No Brasil como um todo, a Conab estimou a produção total de feijão em 3,16 milhões de toneladas, queda de 1,3% frente à safra anterior. Para o feijão preto, o ciclo deve finalizar somando 789,1 mil t, aumento de 10,8% frente 2023/24. Para o feijão caupi, estima-se oferta de 648,1 mil t nas três safras, em linha com a temporada anterior. Já a colheita do feijão cores é estimada em 1,72 milhão de t, recuo de 6,6% em relação a 2023/24. (Fonte: Cepea).