Jhonson dribla a timidez e supera lesões para se firmar na Seleção Feminina
24/07/2025 às 16:27
Foto: Livia Villas Boas/CBF

O Brasil vencia o Paraguai por 3 a 1, quando, aos 20 minutos do segundo tempo, o técnico Arthur Elias decidiu colocar em campo uma dupla cuja parceria vem de longa data: Dudinha e Jhonson. A última, ao estrear na Copa América, realizou o sonho de jogar uma competição oficial vestindo a camisa da Seleção Brasileira - e viu um filme passar diante dos olhos.

“É uma emoção essa parceria com a Dudinha. Estivemos na base sub-17 e o Brasil foi campeão. Eu e ela estamos crescendo juntas e fico feliz por isso”, disse Jhonson em entrevista coletiva no primeiro treino após sua estreia.

Mesmo com a presença de uma parceira de grandes momentos com a Seleção, ela confessa que entrou em campo com o nervosismo típico de uma estreante. "Fiquei um pouquinho nervosa por ser estreia. Não me soltei muito pelo nervosismo de ser o primeiro jogo com elas numa competição. Só no finalzinho fui me soltando, mas fiquei muito feliz por ter entrado e ajudado", compartilhou.

Convocada pela primeira vez para os amistosos contra o Japão, em maio, a trajetória de Johnson na seleção principal começou em grande estilo. Estreou no segundo jogo contra seleção japonesa e marcou o gol da virada que garantiu a vitória do Brasil na partida, seu primeiro gol pela equipe principal. Emoção que ela tem orgulho de relembrar, já que sua carreira foi marcada por momentos de superação.

Sua passagem com destaque nas categorias de base da Seleção se transformou em um duro aprendizado quando interrompida por uma lesão. Em 2022 Johnson foi artilheira do Sul-Americano Sub-17, ano em que o Brasil foi campeão. No mesmo ano, disputou a Copa do Mundo da categoria na Índia, mas a Seleção parou nas quartas de final.

Em 2024, quando Jhonson foi convocada para o grupo que disputaria o Sul-Americano Sub-20, sofreu uma lesão no joelho esquerdo. Uma fase desafiadora para a atleta, que havia retornado aos gramados há pouco tempo, após sofrer uma lesão semelhante na outra perna. Para ela, a oportunidade de estar com a Seleção foi um salto na carreira. Agora, precisou “virar a chave” e está em busca de amadurecimento.

“Estou muito feliz com essa nova fase. Essa temporada com as meninas tem sido muito boa e um período de muito aprendizado”, conta.

Ao lado de quem inspira gerações como Marta, Johnson confessa se sentir um pouco intimidada, mas vê no dia a dia uma oportunidade de amadurecimento. "Fico um pouco nervosa. Ela até fala que não converso muito, mas é o nervosismo mesmo. Às vezes eu bato papo, às vezes não consigo. A Marta brinca, dança e canta, mas eu, tímida, só dou risada mesmo", contou com bom humor sobre como é lidar com uma referência do futebol mundial.

A atleta também revelou bastidores do seu momento na Amarelinha sob o comando de Arthur Elias na Copa América. Ela contou sobre o apoio e a compreensão que tem recebido. "Ele disse que vai respeitar o meu tempo. Não quero acelerar nada. Se ele me colocar, eu vou ajudar. Se não colocar, eu vou estar ali pelo aprendizado", confirmou a atacante.

No fim da entrevista, Jhonson aproveitou para ressaltar seu otimismo e determinação. "Estou focada para chegarmos na final e, se Deus quiser, vou erguer minha primeira taça com o Brasil pelo profissional".

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