
Artigo produzido pelo Irmão Ronaldo Luzzi, Diretor Institucional do Colégio Marista Santa Maria — Curitiba (PR)
Já se passou um semestre letivo em escolas e colégios de todo o país e, certamente, após seis meses de intenso trabalho, muito aprendizado e experiências marcantes, e muitas vezes desafiadoras, o cansaço é uma realidade para alunos, pais e professores.
Chegaram, enfim, as férias. Um momento esperado e necessário, que costuma trazer um misto de alegria, diversão, descanso criativo e intensidade. Mas junto com isso, também surgem grandes preocupações para muitas famílias, que nem sempre conseguem alinhar suas férias do trabalho com o período de recesso escolar dos filhos.
Se para escolas e professores o recesso representa um merecido descanso, para os pais pode ser um verdadeiro desafio lidar com a energia das crianças em casa ou pelos condomínios, sozinhas ou em grupo. Como entreter os pequenos para que se mantenham ocupados e não transformem a casa em um campo de batalha?
Na rotina escolar, os alunos vivem dias repletos de atividades que combinam criatividade, aprendizado e movimento. Essa dinâmica atua como um canalizador de energia e, ao mesmo tempo, organiza o tempo da criança ao longo do dia. Não é raro ver crianças, especialmente as menores, chegando tão cansadas da escola que adormecem no carro, antes mesmo de jantar ou tomar banho.
Para muitos pais, isso é sinal de um dia produtivo. A escola cumpriu seu papel ao ensinar e oferecer vivências significativas. Afinal, um dia cheio de estímulos cansa até o adulto mais disposto, quanto mais uma criança em pleno desenvolvimento.
Mas e quando esse ritmo é interrompido? Chegam as temidas férias escolares. E agora? Como manter o ritmo e a sanidade em casa durante quinze dias com crianças cheias de energia? Por mais criativas que sejam, poucas mães conseguem manter uma rotina de atividades tão rica quanto a da escola. É nesse momento que o trabalho dos professores ganha ainda mais reconhecimento.
Sabemos que a escola é insubstituível na formação das crianças e que suas experiências não podem ser reproduzidas por completo em casa. O que se busca nesse período é uma rotina de férias que seja saudável e possível para cada família, respeitando os interesses das crianças e os limites dos adultos.
Algumas estratégias podem ajudar. Permitir que os pequenos durmam e acordem um pouco mais tarde, por exemplo, costuma agradar. Eles se sentem mais livres e, ao mesmo tempo, aprendem que é possível organizar o tempo de forma mais leve. Outra ideia é promover passeios em pequenos grupos: reunir amigos na casa de alguém, visitar parques, bosques ou até mesmo dar uma volta no shopping pode render bons momentos.
Outro recurso que tem crescido muito são as colônias de férias, organizadas em chácaras, escolas ou espaços recreativos. Além delas, há empresas especializadas em levar atividades até condomínios e residências. Essas opções costumam oferecer mais do que simples recreação: muitas incluem práticas lúdicas com valor pedagógico, que colaboram para o desenvolvimento mesmo fora do período letivo.
No fim das contas, sem um mínimo de organização familiar, atravessar as férias pode se tornar uma missão difícil. É nesse momento que entram em cena valores como companheirismo, amizade e apoio mútuo. Quando as famílias se ajudam, criam redes de confiança e vínculos mais fortes, tanto entre os adultos quanto entre as crianças. No final, o saldo das férias pode ser ainda mais positivo do que se imaginava, e com boas memórias para todos.