
Ex-parlamentar italiana e advogada, Renata Bueno: "Apesar do prestígio conquistado, o "Made in Italy" enfrenta desafios importantes"
“O conceito de "Made in Italy" vai muito além de um simples rótulo de origem. Ele representa a essência da excelência italiana, sendo um símbolo de qualidade, inovação e tradição que conquistou reconhecimento internacional.”
O comentário é da ex-parlamentar italiana e advogada internacional, Renata Bueno, que acompanha de perto o impacto global dessa marca e sua relevância não apenas para a economia, mas também para a cultura e a identidade italianas — especialmente no contexto das comunidades ítalo-descendentes, como a do Brasil.
Em sua análise, ela compartilha uma reflexão sobre o crescimento do “Made in Italy”, seus desafios e o potencial dessa marca em um mundo cada vez mais globalizado.
O “Made in Italy” é reconhecido mundialmente por seu artesanato impecável, design inovador e uma herança cultural rica. Setores como moda, gastronomia, design de móveis, indústria automotiva e tecnologia têm posicionado a Itália como um farol de criatividade e sofisticação.
Marcas como Ferrari, Gucci, Barilla e Poltrona Frau, bem como produtos regionais como o Parmigiano Reggiano e o Prosecco, tornaram-se embaixadores globais da qualidade italiana. Essa reputação transcende o valor econômico e carrega consigo uma narrativa de história, paixão e dedicação, que encontra ressonância em todos os continentes.
Nos últimos anos, o Made in Italy apresentou um crescimento expressivo, impulsionado pela crescente demanda global por produtos que aliam tradição e inovação.
O papel das comunidades ítalo-descendentes
O “Made in Italy” enfrenta desafios importantes.
Renata Bueno, que também é ítalo-brasileira, destaca como a diáspora italiana contribui significativamente para o fortalecimento da marca “Made in Italy”. No Brasil, a influência italiana se manifesta fortemente em áreas como gastronomia — com a valorização de massas artesanais e vinhos — e no design de interiores, onde móveis e objetos italianos são admirados por sua estética singular.
Projetos como a fábrica de queijos italianos Mozzarellart, fundada por ela, demonstram como é possível unir a tradição italiana à inovação local, criando produtos que respeitam as raízes culturais ao mesmo tempo em que respondem às necessidades do mercado brasileiro.
As comunidades ítalo-descendentes também têm um papel político e social na consolidação do “Made in Italy”. Durante seu mandato no Parlamento Italiano, Renata Bueno trabalhou para estreitar os laços entre a Itália e a América do Sul, promovendo acordos de cooperação nas áreas cultural e econômica.
Entre os avanços obtidos, destaca-se a adesão do Brasil à Convenção da Apostila de Haia, que simplificou o reconhecimento de documentos oficiais e facilitou o intercâmbio comercial e cultural entre os dois países. Tais ações fortalecem a ponte entre as nações, permitindo que o Made in Italy amplie sua presença em novos mercados.
“Apesar do prestígio conquistado, o Made in Italy enfrenta desafios importantes. A concorrência global, especialmente de países com menor custo de produção, exige da Itália investimentos contínuos em inovação e sustentabilidade”, enfatiza Renata Buenoi.
Outro obstáculo é a falsificação de produtos italianos, que ameaça não só a reputação da marca como também a economia nacional. Renata Bueno defendeu, durante sua atuação parlamentar, medidas voltadas à proteção da autenticidade dos produtos italianos, como certificações de origem e o combate a fraudes relacionadas à cidadania italiana, como a atuação da chamada “máfia dos coiotes”.
Exposição Yara Martins até dia 21 de setembro
Jornalista Luiz Augusto Juk, do DIÁRIO INDÚSTRIA & COMÉRCIO, com a artista visual Yara Martins. (Foto de Alice Varajão)
A Caixa Cultural Curitiba (@caixaculturalcuritiba) recebeu a exposição de Yara Martins, da Paisagem à Memória, em Silêncio Grita que estará a aberta na Galeria Mezanino (Rua Conselheiro Laurindo n° 280) até 21 de setembro, com entrada gratuita.
Com curadoria de Fernando Bini, a mostra apresenta um recorte da produção de Yara Martins, artista de 80 anos com trajetória marcada pela investigação da natureza, da matéria e da memória.
A exposição destaca a evolução de suas técnicas e pesquisas ao longo do tempo, evidenciando sua profunda relação com a madeira como suporte e símbolo.
O processo de sua produção consiste no manuseio prático de ferramentas não convencionais para arte, tais como serra elétrica, lixadeira, lança-chamas, entre outros. A madeira carrega os vestígios deixados pelo homem na natureza e, em suas obras, torna-se espaço de denúncia e preservação.
Camila Gino, Alice Varajão, Ana Prokopiak e Conceição Rodrigues, na abertura da mostra (foto de Adriana Walter)