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O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a recuar 1,65% em julho em meio à queda generalizada dos preços aos produtores, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
Analistas consultados pela Reuters esperavam uma baixa de 1,60% na base mensal, após variação negativa de 0,97% em junho. Em 12 meses, o IGP-10 passou a subir 3,42%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve queda de 2,42% em julho, depois de cair 1,54% no mês anterior.
"Em julho, todas as etapas de processamento do IPA registraram quedas acentuadas, com destaque especial para o café em grão, que figurou entre os principais responsáveis por essa dinâmica", disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Na análise por grupos, Matéria-Primas Brutas tiveram deflação de 4,21% em julho, depois de caírem 2,98% no mês anterior. Os preços dos Bens Finais recuaram 0,90% e os de Bens Intermediários caíram 1,29%, de quedas de 0,01% e 0,87% respectivamente no mês anterior.
Entre os itens com as maiores quedas no mês no IPA, estavam o café em grão (-19,54%, de -5,79% antes), o milho em grão (-11,38%, de -16,21% antes), o minério de ferro (-6,83%, de -2,52% antes) e o açúcar VHP (-10,49%, de -13,57% antes).
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, teve alta de 0,13% no mês, desacelerando em relação ao avanço de 0,28% em junho.
"Nos preços ao consumidor, o grupo de transportes exerceu influência decisiva na desaceleração do índice. O principal fator foi a queda no preço da gasolina, resultado do novo reajuste implementado pela Petrobras para as distribuidoras", apontou Dias.
No início de junho, a Petrobras informou que reduziria em 5,6% o preço médio da gasolina vendida a distribuidoras, no primeiro corte de valores deste combustível desde outubro de 2023.
No IPC, houve decréscimo em seis das oito classes que compõem o índice: Habitação (0,86% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,04%), Alimentação (0,11% para -0,12%), Vestuário (0,51% para -0,15%), Comunicação (-0,05% para -0,26%) e Transportes (-0,08% para -0,12%).
A gasolina e o aluguel residencial foram os itens de maior destaque para a desaceleração do IPC em julho, caindo 0,62% e 0,60%, respectivamente, ante as altas de 0,08% e 0,60% no mês anterior.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), por sua vez, passou a subir 0,57% em julho, depois de um avanço de 0,87% em junho.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Fonte: Reuters