Florão da América
15/07/2025 às 18:07
por Sérgio Odilon Javorski Filho

O Brasil é árvore frutífera. Pedras virão.
Donald Trump não liga para Bolsonaro e seu clã. O buraco é mais embaixo. Com o crescimento do BRICS e o anúncio da criação de uma moeda internacional própria, no objetivo de reduzir a dependência da moeda norte americana no comercio internacional, Trump trucou, com boas cartas na mão, contudo, talvez, insuficientes para ganhar a partida. No facão tarifário contra a China, no fim, os EUA recuaram de140% para 30%. É desmoralizador. Qualquer jogador mediano sabe disso.
É pueril imaginar que um país patriota tenha interesse em se sujar para salvar um grupo que presta continência para bandeira de outra nação.      Trump jamais reconhecerá a força extraordinária do BRICS. Precisou caçar confusão com os países envolvidos que imagina serem os mais frágeis – lembrando que fazem parte do bloco Rússia e China –, na tentativa de enfraquecer o tsunami que está se formando contra a dolarização da economia mundial.
Encerrar o processo do Capitólio foi jogada para sua própria proteção. Os eleitores republicanos só tem valia para Trump no ato de votar. Dali em diante, é tudo massa de manobra, manipulável aos seus interesses pessoais de poder.
Se o Brasil deixasse o BRICS, no mesmo dia, as tarifas reduziriam. Para Trump, só interessa controle e submissão. O 8 de janeiro não faz parte do calendário Norte Americano, e, diferentemente daqueles que foram se humilhar em suas terras para pedir apoio e retaliações contra o próprio país e povo, os EUA ojerizam vassalagem. Se for para cair, eles caem atirando, mentindo, jogando sujo. Jamais se rendem! Não por acaso, a Estátua da Liberdade segura uma tocha em uma das mãos e a Declaração da Independência dos EUA na outra.
A síndrome do vira-latas nunca esteve tão em voga. Nacionalistas brasileiros a implorar, de joelhos, pela ajuda do vizinho na resolução dos problemas caseiros. Contudo, para o bem do país, a Justiça brasileira é muito mais ampla do que os canis daqueles que trocam a soberania do país por interesses privados.
O Brasil é independente, os Três Poderes não se submetem a forças estrangeiras. Este tempo passou, foi completamente superado, mas não esquecido. A lição é eterna e o Supremo Tribunal Federal está bem ciente disso. Não deixará que canetas estrangeiras redijam sentenças nacionais. Aqui, este tipo de pressão não funciona. Há um mundo inteiro para comprar os produtos qualificadíssimos nacionais.
Donald Trump acelera a crise que, de uma forma ou de outra, chegaria inevitavelmente ao seu país. Enquanto os EUA atiravam em inimigos invisíveis, a China criava novas necessidades, apresentava ao mundo uma infinidade de tecnologia de ponta, acessível, verdadeiramente democrática, formava cidadãos altamente qualificados, e assumia a ponteira da ordem mundial, sem nada impor, com respeito às demais nações e boa vontade em sempre negociar.
Se a vida imitar a arte, a Fábula de Esopo advertiu: A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos. Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer. A formiga então perguntou a ela: — E o que é que você fez durante todo o verão? – Durante o verão eu cantei – disse a cigarra. E a formiga respondeu: – Muito bem, pois agora dance!
 
Comentários    Quero comentar
* Os comentários não refletem a opinião do Diário Indústria & Comércio