Encontro de fruticultura destaca oportunidades e desafios da atividade no Paraná
10/07/2025 às 10:48
Foto: SEAB-PR

O 4º Encontro Paranaense de Fruticultura, aberto nesta quarta-feira (9), discutiu os desafios e as oportunidades da atividade no Estado. O evento, que segue até sexta-feira (11), é promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Federação do Engenheiros Agrônomos do Paraná (FEAPR) e Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – Curitiba (AEPR-Curitiba).

O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Paulo Andrade, abriu a programação de palestras, junto com o engenheiro agrônomo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mauro Brasil Dias. A palestra destacou que entre os problemas que atrapalham a evolução da fruticultura estão a falta de mão de obra, a venda e aquisição de mudas clandestinas, a preferência da população em consumir alimentos processados e a migração de grande parte da população rural para os polos urbanos.

Até o último dia de evento, serão abordados temas sobre diversas produções do Paraná, como frutas vermelhas, mirtilo, maracujá, tangerina e uva, além de outros diversos assuntos relevantes no tema. Confira a programação AQUI.

A fruticultura vem ganhando força e se diversificando no Paraná. As condições de clima e solo permitem que os produtores do estado cultivem tanto frutas tropicais, quanto de clima temperado. De acordo com a Seab, o relatório preliminar do Valor Bruto de Produção (VBP) da fruticultura em 2024 apresenta 38 espécies diferentes de frutas produzidas no Paraná, além de 21 espécies de mudas frutíferas.

No total o VBP alcançou R$ 3,9 bilhões, um aumento de 37% em relação aos R$ 2,9 bilhões do ano anterior. São, ao todo, cerca de 27 mil fruticultores que cultivam uma área de 53.6 mil hectares. A produção chega a 1,3 milhão de toneladas. Frutas como lima ácida tahiti, goiaba, abacate, caqui e banana, produzidas no Paraná, já estão ganhando mercado em outros países.

PESQUISA IMPULSIONOU
O trabalho do IDR-PR para fomentar a fruticultura foi destacado pela diretora de Pesquisa do Instituto, Vânia Moda Cirino. “A fruticultura sempre fez parte das diretrizes institucionais e das prioridades de ação do Instituto. Tanto é que hoje a fruticultura encontra-se disseminada por todas as regiões do Estado, sejam espécies adaptadas a clima mais tropical ou espécies adaptadas a clima mais temperada”. 

Vânia também ressaltou o crescimento do Paraná na citricultura. “Na década de 80, não éramos produtores de citros. Hoje, somos o segundo maior exportador nacional de suco de laranja, graças ao trabalho que foi feito dentro do IDR-Paraná, conseguindo manejo do campo cítrico e, consequentemente, a autorização do Ministério da Agricultura para o cultivo dentro do Estado”, explicou.

Entre os principais assuntos da abertura do evento esteve, também, o greening, doença mais grave entre os citros, como um dos grandes desafios da fruticultura do Paraná, que é um dos maiores produtores do Brasil. Foram abordadas formas para contornar e prevenir este problema e quais ações o Estado têm feito para lidar com a doença.

O diretor administrativo financeiro da Ceasa, João Buso, falou da importância da presença da instituição no evento. “O objeto Ceasa é dispor a infraestrutura básica para comercialização, garantindo assim o abastecimento alimentício. Passa pelas cinco Ceasas do Paraná entre 70% e 75% das frutas, legumes e verduras do Estado", disse.

O coordenador do Programa de Fruticultura do IDR-Paraná, Clandio Medeiros da Silva, destacou iniciativas nos pomares de maçã para otimizar o plantio, a produção e a comercialização do produto. “Estamos implantando novos sistemas de condução das macieiras do campo tendo em vista a falta de mão de obra", explicou.

 

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