Uma ótima gestão começa pela cabeça: mentalidade do dono e sobrevivência das empresas
Especialista aponta que é a clareza financeira dos empresários que determina o sucesso ou a falência de um negócio
08/07/2025 às 23:34
Foto de Annie Spratt na Unsplash
No Brasil, 6 em cada 10 empresas fecham as portas após completar 5 anos. O dado, da pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é alarmante e destaca o quão frágil é o ambiente dos negócios no país.
Para especialistas, o que está por trás desses números não são apenas as dificuldades do mercado, mas um fator muitas vezes ignorado: a mentalidade do dono e a gestão financeira. Carol Costa, empresária e fundadora da escola de negócios Potencial Pleno, afirma que esse é o ponto determinante para que uma empresa sobreviva. 
“A cabeça do dono que importa. É necessário ter um controle financeiro afiado, uma ação orientada a resultado, com metas e indicadores claros. É ter o produto certo, para o cliente certo, no momento certo, isso que vai trazer rentabilidade real para a empresa”, explica.
Segundo Carol, a mentalidade do empreendedor influencia diretamente as vendas, o posicionamento, os produtos e, principalmente, a gestão financeira da corporação. “Sem mentalidade o produto não vira negócio. Sem controle de dados e indicadores, tudo vira armadilha: o crédito que ele pegou vira dívida, a lucratividade acaba não sendo tão boa e, no fim, a empresa fecha. Os números não mentem”, continua.
O controle financeiro ainda é um dos pilares mais negligenciados por pequenos empresários. Muitos não sabem como fazer um fluxo de caixa, precificar de maneira inteligente ou realizar investimentos conscientes. E, sem esse conhecimento, a empresa quebra, e o problema não está no produto, mas na falta de gestão.
A empresária Juliani Leal viveu isso na prática. Ela participou do Potencialize, treinamento da Potencial Pleno voltado à capacitação de donos de empresas. No início do curso, o faturamento médio mensal do seu negócio era de R$300 mil. Ao concluir o programa, o número saltou para entre R$800 mil e R$1 milhão por mês.

Mas o crescimento trouxe uma nova dor: o que fazer com tanto dinheiro parado?
“O valor em conta não estava fazendo sentido. Em um primeiro momento, enche os olhos: um milhão, dois, três. Mas o dinheiro parado não se multiplica sozinho”, conta.
O caso de Juliani revela uma realidade comum: o faturamento pode até crescer, mas sem clareza financeira e mentalidade estratégica, os resultados não se sustentam. Para Carol Costa, o verdadeiro crescimento empresarial começa quando o dono assume seu papel como gestor e entende seus números.
“Assim como um médico precisa se capacitar para exercer sua profissão, um empresário também precisa estudar para aprender a “empresariar”. É preciso entender de gestão, pessoas, finanças, marketing e entrega. Só assim o negócio sobrevive”, conclui.
“Foi excelente a minha experiência no Potencialize. Atingimos o crescimento esperado e consequentemente eu e meu esposo se “aposentamos” com trinta e poucos anos. Nossa renda vem do que aprendemos no curso”, expõe Juliani.
O recado é claro: para que as empresas sobrevivam além dos primeiros anos, não basta ter um bom produto. É preciso desenvolver uma boa cabeça para os negócios.

 
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