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Quem observa os treinos da Seleção Brasileira tem visto uma nova versão de Gio Garbelini. A atleta tímida deu lugar a uma jogadora madura, à vontade com as companheiras ou diante das câmeras nos momentos de entrevistas ou transmissão dos treinos. Sempre gentil, até já acenou e mandou beijos para os torcedores que acompanham o aquecimento do treino, transmitido ao vivo pela CBF TV.
“Ainda sou um pouco tímida, mas se você perguntar para as meninas, eu era muito quietinha. No campo também, eu não tinha tanta confiança. Acho que amadureci”, disse a atleta, que gosta de ser chamada de Gio.
Esse amadurecimento coincide com o tempo que ficou ausente da Seleção Brasileira. Depois de ser campeã na Copa América em 2022, Gio ficou de fora das convocações. Ela conta que foram dois anos de muito trabalho e aprendizado. Em outubro de 2024 ela começou sua volta por cima: voltou a figurar entre as convocadas de Arthur Elias na lista para os amistosos contra a Colômbia.
“Quando saiu a notícia eu estava viajando com o clube (Atlético de Madrid) e a Lauren me falou. Fiquei muito feliz, não esperava, nem estava assistindo a convocação. Foram dois anos difíceis, não estava jogando muito, tendo minutagem, mas estava dedicada e trabalhando muito”, relembrou.
E o retorno à Amarelinha foi em grande estilo. No segundo amistoso contra a Colômbia ela fez um dos gols da vitória por 3 a 1. “Estava um pouco nervosa por voltar à Seleção. Sentia uma ansiedade de ajudar o time, de fazer gol. E quando consegui, senti um alívio. Lembro que puxei a camisa e gritei. Foi uma sensação incrível, acho que tirou esse peso de mim”, recordou.
A atacante acumula seis convocações com o técnico Arthur Elias e esteve em jogos históricos, como o fim do tabu de oito anos contra a Austrália, na casa das “Matildas”, como as jogadoras australianas são conhecidas. Contra os EUA, assinou uma assistência para Kerolin na vitória por 2 a 1, a primeira em solo americano na história da modalidade. Gio afirma que a nova fase na carreira exigiu resiliência e maturidade.
“Foram dois anos bem longos, difíceis, mas aprendi muita coisa. Acho que amadureci como jogadora e como pessoa. Então, sim, estou cada vez mais livre com a comissão, com as meninas. Eu diria que sou completamente outra pessoa, no campo e fora dele”, disse.
A dedicação e foco na preparação para a Copa América e as experiências anteriores fazem Gio exaltar o trabalho do técnico Arthur Elias. “Arthur dá liberdade e confiança para as jogadoras. Eu estou muito leve nesse momento, estou bem. Ele passa essa confiança para as jogadoras. Estou muito feliz que vou para mais uma Copa América e dessa vez acho que estou mais importante no grupo”, celebra.
A Seleção Brasileira está no Grupo B da Copa América, junto com Colômbia, Paraguai e Venezuela, contra quem jogará a estreia no dia 13 de julho. O Brasil é o maior campeão da competição, com oito títulos. Gio reconhece um certo “favoritismo” ao olhar o retrospecto, mas procura focar na preparação e confiança adquiridas na fase preparatória para lidar com a ansiedade de entrar em campo.
“Estou muito ansiosa para o primeiro jogo. Falta pouco. Nos preparamos com seleções mais fortes: Estados Unidos, Austrália, Japão. Acho que isso vai ajudar muito na Copa América”, finalizou.