
Novo espaço de convivência e memória de Curitiba, com inauguração agendada para esta segunda-feira, a Praceta Lolô Cornelsen homenageia o respeitado arquiteto Ayrton João Cornelsen, que completaria 103 anos em 7 de julho. O local escolhido é o cruzamento da Rua Fernando Moreira com a Augusto Stellfeld.
O projeto da homenagem é do vereador Ângelo Vanhoni (PT). Após a lei ser sancionada, familiares e amigos do homenageado trabalharam no planejamento e execução do espaço, sob coordenação da produtora cultural e filha de Lolô, Consuelo Cornelsen, com o apoio de seus irmãos Jejo, que é artista plástico, e Alcyr, que é paisagista. Na praceta serão instaladas a placa Lolô Cornelsen, Arquiteto e Urbanista, a escultura Santíssima Trindade (assinada por Jejo), com paisagismo da Viveiros Tropical (empresa de Alcyr) e iluminação cênica de Regina Bruni.

"Sempre que ele passava pelo espaço da praça, então desocupado, ele brincava e falava 'minha praceta'. Depois, fiz uma pesquisa nos órgãos públicos e descobri que o jardinete não tinha nome”, lembra a filha, acrescentando: “Temos que agradecer o vereador Ângelo Vanhoni, o meu primo José Lupion Neto, o ex-prefeito Rafael Greca, o prefeito Eduardo Pimentel e todos os demais parceiros que contribuíram para o desenvolvimento do projeto".
Falecido em 2020, aos 97 anos, Lolô foi um dos últimos arquitetos brasileiros da geração de modernistas. Diplomou-se simultaneamente em arquitetura e engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná. Como engenheiro, foi apelidado de Homem Asfalto, ao dirigir do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, sendo responsável, a partir de 1950, pela pavimentação de mais de 400 quilômetros de rodovias que interligaram o Estado, entre as quais a Rodovia do Café e a Estrada da Graciosa. Também projetou o ferry-boat de Guaratuba e elaborou planos diretores de novas cidades do Oeste e Sudoeste do Paraná.

Lolô Cornelsen, além de ser escolhido pelo então presidente Juscelino Kubitschek para divulgar a arquitetura brasileira no exterior, assinou autódromos, como o de Curitiba, Jacarepaguá (Rio de Janeiro), de Luanda (Angola) e o Autódromo de Estoril (Portugal).
Mas uma de suas grandes paixões foi o futebol. Jogou no Athlético de 1943 a 45. E também foi responsável pelo escudo do clube, criando o tradicional CAP estilizado e inspirado no estilo barroco que acompanhou o rubro-negro até 2019. Mas foi para o maior adversário do seu time, o Coritiba, que ele projetou o Estádio Couto Pereira. A Vila Olímpica do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, também leva assinatura do grande Lolô.