Cegueira por diabetes é evitável: Paraná tem mais de 880 mil diagnosticados 
03/07/2025 às 00:09
Especialista alerta para os riscos da retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira irreversível no Brasil

O diabetes já é a terceira principal causa de mortalidade prematura entre paranaenses com idades entre 30 e 69 anos, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR), com base em informações do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), do Ministério da Saúde. E o impacto da doença vai além da mortalidade: a cegueira provocada por complicações da diabetes, como a retinopatia diabética, é silenciosa, progressiva e, muitas vezes, evitável.
“A retinopatia diabética é a principal complicação ocular do diabetes e pode levar à cegueira irreversível se não for diagnosticada e tratada a tempo. A boa notícia é que, com acompanhamento oftalmológico regular, é possível evitar essa perda visual na maioria dos casos”, alerta o oftalmologista João Guilherme de Moraes, especialista em retina e vítreo.
No Paraná, os dados reforçam a urgência do tema: são mais de 880 mil pessoas diagnosticadas com diabetes no estado. Em 2022, foram realizados 1.540.294 atendimentos individuais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para pacientes com diabetes e hipertensão. Já no primeiro semestre de 2024, esse número ultrapassou 1,6 milhão de atendimentos, indicando maior demanda e, também, maior atenção à prevenção e controle da doença.
Risco silencioso para a visão
 A retinopatia diabética ocorre quando os altos níveis de glicose danificam os vasos sanguíneos da retina, tecido essencial para a formação das imagens. Sem sintomas evidentes nas fases iniciais, muitos pacientes só percebem alterações visuais já em estágios avançados.
“Por isso, a recomendação é que todo paciente diabético realize um exame de fundo de olho ao menos uma vez por ano. Esse exame simples permite identificar alterações na retina precocemente, quando o tratamento ainda pode preservar a visão”, explica João Guilherme.
O médico ressalta que o tratamento pode envolver controle rigoroso do diabetes, aplicações de medicamentos intraoculares e, em casos avançados, cirurgia. “Quanto mais precoce o diagnóstico, mais conservadores e eficazes são os tratamentos”.

Sobre João Guilherme de Moraes
Dr. João Guilherme de Moraes é médico oftalmologista especializado em doenças da retina e vítreo, com ampla experiência em cirurgias avançadas e tratamentos como a aplicação de medicamentos intravítreos. Formado pela PUC-PR, com fellowship em Retina e Vítreo pelo Instituto da Visão (UFMG), já atuou em importantes hospitais de Curitiba e atualmente coordena o setor de Retina e Vítreo da Oftalmoclínica Curitiba.
É preceptor da residência médica em oftalmologia da PUC-PR, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie e do Hospital da Visão, onde também atua como preceptor do serviço de fellowship em Retina e Vítreo.
Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV) e da Euretina (European Society of Retina Specialists), é o atual vice-presidente regional sul da SBRV. Além de sua prática clínica, tem forte atuação acadêmica, sendo palestrante internacional em múltiplos congressos e ex-diretor da Associação Paranaense de Oftalmologia.
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