
Crédito da foto: Gustavo Basso
Consultor de carreira aponta armadilhas comuns na hora de escolher o curso superior e orienta como profissionais podem tomar decisões mais assertivas para o futuro profissional
Escolher uma carreira é uma das decisões mais importantes da juventude, e também uma das que mais gera arrependimentos. Segundo levantamento do Instituto Semesp, mais de 40% dos profissionais brasileiros formados no ensino superior não atuam na área em que se graduaram. O dado revela um desalinhamento entre o ensino universitário e as expectativas, aptidões ou realidades do mercado de trabalho. E, muitas vezes, o problema começa antes mesmo da matrícula: está na escolha equivocada do curso ou da instituição.
Para o consultor de carreira e negócios da ESIC Internacional, Alexandre Weiler, um dos erros mais comuns é a decisão baseada apenas em status ou pressão externa. “Muitos jovens escolhem carreiras que parecem promissoras ou ‘glamurosas’ aos olhos da sociedade ou da família, mas que não têm nenhuma conexão com suas habilidades e interesses reais. Isso pode gerar frustração já nos primeiros semestres e comprometer toda uma trajetória profissional”, aponta.
Outro equívoco frequente é não considerar a grade curricular e o modelo pedagógico da instituição antes de escolher a universidade. “O estudante precisa analisar se o curso oferece experiências práticas, contato com o mercado, possibilidade de intercâmbio, networking e desenvolvimento de soft skills, que são tão valorizadas hoje quanto o conhecimento técnico”, ressalta o especialista.
A importância do autoconhecimento
Weiler também alerta para a falta de autoconhecimento, um erro que pode comprometer não apenas a escolha da graduação, mas toda a jornada profissional. “Antes de decidir, é fundamental que o jovem se observe, buscando entender o que o motiva, quais são seus talentos naturais e que tipo de ambiente de trabalho combina com sua personalidade. Quando a escolha está alinhada a quem ele realmente é, as chances de sucesso aumentam exponencialmente”, explica.
Outro erro é escolher com base apenas na nota de corte do vestibular ou na facilidade de ingresso. “Optar por um curso porque é mais fácil passar é um atalho que pode custar caro. A formação superior deve ser um investimento de longo prazo, e não uma solução imediata para sair do ensino médio”, afirma o consultor.
Tendência de mercado
Weiler também destaca o perigo de não acompanhar as transformações do mundo do trabalho, um erro silencioso, mas que pode gerar grandes consequências, já que algumas carreiras estão em transição ou até mesmo desaparecendo, enquanto outras ganham força com as mudanças tecnológicas e sociais. “Estar atento a essas tendências é essencial para fazer uma escolha estratégica e com futuro. Profissões ligadas à inteligência artificial, sustentabilidade, saúde mental, marketing digital e análise de dados, por exemplo, estão em alta e tendem a crescer ainda mais nos próximos anos. Já áreas extremamente tradicionais, que antes garantiam estabilidade, podem se tornar obsoletas se não se reinventarem”, explica.
Para o especialista, essa mudança de cenário exige que os jovens pensem em sua carreira de forma dinâmica e adaptável, ficando em não apenas escolher um curso, e sim em desenvolver uma mentalidade de aprendizado contínuo. “O mercado está cada vez mais exigente e o profissional do futuro será aquele capaz de se atualizar, aprender novas habilidades e se reposicionar quando necessário. Nesse contexto, escolher uma universidade conectada com a realidade do mercado, que estimule o pensamento crítico e ofereça experiências práticas, pode ser o diferencial entre uma carreira estagnada e uma trajetória de sucesso”, finaliza Weiler.
Cinco erros que travam a carreira de jovens talentos
1 - Escolher a carreira pelo status ou pressão externa
Optar por um curso apenas porque parece bem-visto socialmente ou atende às expectativas da família, pode criar uma ilusão na cabeça do jovem. Para evitar cair nessa situação, faça uma escolha baseada em autoconhecimento, com muita reflexão sobre os seus interesses, talentos e o que realmente te motiva. Testes vocacionais e conversas com profissionais podem ajudar nesse processo.
2 - Ignorar o conteúdo e a metodologia do curso
Escolher uma graduação sem pesquisar a grade curricular, o modelo de ensino e a estrutura da instituição, é certamente uma grande armadilha. Para evitá-la é importante fazer uma análise sobre o que será ensinado, quais são os diferenciais do curso (aulas práticas, laboratórios, intercâmbio, etc.) e se a metodologia combina com o seu estilo de aprendizagem.
3 - Escolher o curso pela facilidade de ingresso
Optar por uma graduação apenas porque é mais fácil passar no vestibular ou usar a nota do Enem, pode causar muitos problemas no futuro. Lembre-se: a escolha de uma profissão, é uma decisão de longo prazo. Avalie se o curso tem a ver com seu perfil e se oferece boas perspectivas no mercado de trabalho.
4 - Desconhecer as demandas do mercado de trabalho
Não considerar quais profissões estão em alta ou em declínio e quais habilidades o mercado exige, pode induzir o jovem a tomar decisões nada funcionais e que não trarão benefícios. Para evitar isso, é importante que o jovem pesquise tendências, converse com especialistas, participe de feiras de profissões e procure cursos que desenvolvam também competências comportamentais (soft skills).
5 - Não pensar na carreira de forma flexível e contínua
Acreditar que a escolha do curso define toda a trajetória e que basta se formar para estar pronto, é um grave erro. Busque uma universidade que estimule a formação multidisciplinar e o aprendizado contínuo, e esteja disposto a se atualizar e adaptar conforme o mundo e o mercado evoluem.
A ESIC Internacional oferece, nas modalidades presencial e online, de forma bonificada o programa de Planejamento e Aconselhamento de Carreira para potencializar as chances de acerto na escolha e direcionamento, pensando a carreira de forma sistêmica e estratégica.