Curitiba é a capital com maior aumento de preços dos produtos da cesta básica em maio
A capital carioca, que liderou o ranking de janeiro de 2024 a fevereiro de 2025, voltou ao topo entre as oito cidades pesquisadas, registrando o maior custo da cesta básica do país. Em maio, o preço subiu 1,36%, passando de R$ 973,43 para R$ 986,70, interrompendo uma sequência de quatro meses consecutivos de queda nos preços dos alimentos essenciais e sinalizou uma possível reversão na tendência de desaceleração inflacionária. Apesar da alta mais recente, no acumulado dos últimos seis meses, o preço médio da cesta no Rio de Janeiro recuou 4,51%, caindo de R$ 1.033,34, em dezembro de 2024, para os atuais R$ 986,70, o que indica que os preços ainda se mantêm abaixo do patamar registrado no fim do ano passado. Embora o Rio de Janeiro tenha retomado a liderança no ranking, Curitiba foi a capital que apresentou a maior aceleração em maio, com alta de 3,43%. O preço médio da cesta subiu de R$ 815,33 para R$ 843,32, configurando a maior variação mensal entre as capitais avaliadas. No semestre, o avanço acumulado foi de 7,62%, um salto significativo frente às demais localidades. Manaus registrou a segunda maior inflação mensal, com alta de 3,05%, elevando o preço da cesta de R$ 732,90 para R$ 755,28. No entanto, no acumulado dos últimos seis meses, a capital amazonense teve a maior retração entre as cidades analisadas: queda de 7,53%, ante os R$ 816,77 registrados em dezembro de 2024, fato que representa um alívio considerável para o orçamento das famílias.
PREÇOS DAS FRUTAS CAEM NO ATACADO
Mamão, laranja, melancia e banana registraram queda de preços nos principais mercados atacadistas do país analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último mês. As quedas nas cotações das três primeiras frutas ficaram acima de 10%, enquanto a banana registrou uma redução de menor intensidade. É o que mostra o 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (24) pela Companhia. De acordo com o levantamento da Conab, a queda de 16,89% na média ponderada de preços do mamão pode ser explicada pelo aumento da oferta da variedade papaya, principalmente na primeira quinzena de maio, aliado com a menor demanda dos consumidores por influência do clima mais frio. No caso da laranja, as cotações cederam na média ponderada em 12,55%, mesmo com aumento da comercialização das frutas precoces, de melhor qualidade em relação às frutas tardias relativas ao fim da safra passada. A concorrência com outras frutas, como da mexerica poncã, e a baixas temperaturas também são fatores que contribuem para a redução verificada. O clima também influencia na diminuição dos preços da melancia. Em maio, a média ponderada das cotações ficou 11,82% mais baixa. Já as cotações da banana caíram de forma leve chegando a 2% na média ponderada.
SÓ TOMATE FICOU MAIS BARATO
No caso das hortaliças mais comercializadas nos mercados atacadistas brasileiros, apenas o tomate registrou, pelo segundo mês consecutivo, redução nas cotações. Na média ponderada o preço caiu 14,79%, após longo período de alta. Pelo lado da oferta, maio marcou o começo da safra de inverno. A expectativa é que com a intensificação da safra, os valores de comercialização sigam com tendência de queda. Já para alface, batata, cebola e cenoura, a Conab verificou movimento preponderante de alta nas cotações. O mercado de batata em maio mostrou variações moderadas entre as Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas. Embora a média ponderada tenha apontado um aumento de 4,99% em relação a abril, esse movimento não foi uniforme entre as Ceasas. Essa elevação ocorreu em meio ao período de início da safra de inverno. No caso da alface, a média ponderada de preços da folhosa subiu 6,68%, em relação à média de abril. A safra de inverno da hortaliça que começou a entrar nos mercados não foi suficiente para segurar o preço, influenciando na alta registrada.
EXPORTAÇÃO DE FRUTAS CRESCE
Com boas vendas para a Europa e Ásia, as exportações nos cinco primeiros meses deste ano chegaram a 486 mil toneladas, alta de 24% em relação ao mesmo período de 2024, como mostra dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A comercialização ao mercado internacional gerou um faturamento de U$S 548,7 milhões (FOB), 12,3% superior em relação ao mesmo período de 2024 e de 29% quando comparado com janeiro a maio de 2023.
TENTATIVAS DE FRAUDES CRESCEM 23% NO 1º TRIMESTRE
O Brasil registrou 3.468.255 tentativas de fraude nos três primeiros meses de 2025 — um salto de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, a primeira e maior datatech do país. O volume equivale a uma tentativa a cada 2,2 segundos, com mais de 1 milhão de ocorrências mensais registradas consecutivamente no trimestre. A maior parte das tentativas de fraude registradas no primeiro trimestre de 2025 foi direcionada ao setor de “Bancos e Cartões” (54%). Na sequência, apareceram os segmentos de “Serviços” (31,9%), “Financeiras” (6,7%), “Telefonia” (5,7%) e “Varejo” (1,7%), mantendo a consistência dos registros em todos os três meses.
COMÉRCIO VAREJISTA PARANAENSE TEM AUMENTO DE VENDAS
O comércio varejista do Paraná registrou aumento de 2,4% no volume de vendas no período entre janeiro e abril de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), coloca o estado acima da média nacional, que foi de 2,1%. Entre os segmentos que mais contribuíram para esse desempenho está o de eletrodomésticos, com crescimento acumulado de 19,5%. Em seguida, destacam-se os setores de tecidos, vestuário e calçados (11,2%), combustíveis e lubrificantes (2,4%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1%). Diante desse cenário, o Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Paraná (CORE-PR) orienta os profissionais da categoria a acompanharem de perto as tendências do setor e a utilizarem os dados de mercado como ferramenta de planejamento. “Os dados mostram que há uma reação positiva do varejo, o que sinaliza um bom momento para os representantes comerciais estreitarem relações com seus clientes e buscarem novas oportunidades de atuação. Mais do que vender, é fundamental estar atento às mudanças no comportamento do consumidor e às movimentações dos segmentos que estão em crescimento”, afirma Paulo Nauiack, presidente do CORE-PR.
CONFLITO NO ORIENTE AFETA COMÉRCIO DE FERTILIZANTES
O conflito entre Israel e o Irã vem provocando forte instabilidade no mercado internacional de fertilizantes nitrogenados, com reflexos diretos nos preços e na oferta global. De acordo com o relatório semanal da StoneX, empresa global de serviços financeiros, a produção de ureia no Irã e no Egito, dois importantes polos de fabricação no Oriente Médio, sofreu uma paralisação. No caso egípcio, a interrupção está ligada à falta de gás natural, resultado da redução no fornecimento de gás por Israel. Já no Irã, as fábricas de ureia e amônia estão paralisadas devido aos riscos associados à guerra, agravando ainda mais a escassez de oferta. “Vale lembrar que Egito e Irã estão entre os principais exportadores globais de ureia e, por isso, a interrupção na produção desses países é motivo de preocupação para os compradores internacionais”, pontua o analista de Inteligência de Mercado, Tomás Pernías.
CUSTOS SE ELEVAM
Esse cenário também provocou a elevação dos custos de frete e de seguros marítimos, especialmente nas rotas que passam pela região do conflito. Segundo o relatório da StoneX, com o aumento do risco geopolítico, há uma tendência de alta nas tarifas de transporte internacional, o que encarece as operações logísticas e amplia as incertezas para o comércio global de fertilizantes. “Como consequência, os preços FOB e CFR da ureia subiram em diversos mercados, movimento intensificado pela postura cautelosa de alguns vendedores, que retiraram suas ofertas à espera de maior clareza sobre a evolução da demanda e do cenário político”, diz Pernías. Além disso, os preços futuros da ureia também registram ganhos relevantes nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Brasil, sinalizando que, neste momento, os investidores consideram predominantes os fatores altistas para os próximos meses.
TABACO LIDERA CRESCIMENTO DO AGRO BRASILEIRO
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no final de maio, demonstram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% em comparação com o trimestre anterior (últimos três meses de 2024). Esse aumento, segundo o Ministério da Fazenda, foi impulsionado principalmente pelo setor da agropecuária, que avançou 12,2% no período. Entre os produtos que registraram maior crescimento no agro no primeiro trimestre de 2025, o tabaco ocupa o primeiro lugar, com alta de 25,2%, conforme o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Em seguida, estão a soja (com aumento de 13,3%), o arroz (12%) e o milho (11,8%). Atualmente, o agronegócio responde por cerca de 6% do PIB brasileiro quando se considera apenas a produção. No entanto, ao incluir atividades associadas como indústria, comércio e serviços, esse percentual sobe para 23%, conforme estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
DEMANDA POR CRÉDITO CRESCE
A demanda por crédito no Brasil aumentou 2,6% em abril, em comparação com o mesmo mês de 2024. É o que mostrou o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos em segmentos como o varejo, instituições financeiras, entre outros. Já em relação ao mês anterior, março deste ano, a demanda apresentou um leve recuo de quase 2%. Por segmento, a categoria que engloba os bancos e instituições financeiras teve alta de 27% na comparação anual, enquanto a demanda no varejo cresceu 2%. Natália Heimann, líder da Business Unit de Dados & Analytics para Crédito da Neurotech e responsável pelo indicador, avalia que, apesar das altas taxas de juros, existe um movimento para facilitar o acesso ao crédito e, consequentemente, fortalecer a economia do país.