Mobilização levou avó de 92 anos, com todos os cuidados necessários, para acompanhar o casamento da neta em Curitiba
No dia 14 de junho, a cena que emocionou todos que presenciaram: uma ambulância discretamente estacionada em frente ao cartório do bairro Novo Mundo, em Curitiba, carregava mais do que equipamentos médicos. Carregava um sonho, uma promessa e o elo de três gerações.
Aos 92 anos, Dona Anália Linzmeyer não podia imaginar que, internada na UTI do Hospital VITA Batel por complicações de uma infecção, conseguiria ainda assim estar presente em um dos dias mais importantes da vida de sua neta, Raquel Linzmeyer, de 21 anos. O casamento civil de Raquel e Pedro estava marcado há meses. Tudo estava pronto. Só faltava um detalhe: a presença da avó, sua grande referência de vida, força e amor.
Na véspera da cerimônia, Raquel visitou a avó e se emocionou profundamente ao saber que, por questões médicas, ela não seria liberada para acompanhar a cerimônia. As lágrimas de Raquel, a ligação profunda entre as duas e o sentimento compartilhado por toda a família tocaram profundamente a equipe da UTI.
Ali, nasceu mais do que uma ideia. Nasceu uma missão.
Sob a liderança do Dr. Leandro Pozzo, chefe da UTI do Hospital VITA Batel e da Dra. Lizandra Guerson, diretora Médica da unidade, a equipe se mobilizou. Com o apoio da direção e dos recursos do hospital, organizou-se um plano para que Dona Anália pudesse, com total segurança, sair da UTI por algumas horas, acompanhada por uma médica e por todo suporte necessário, e testemunhar o casamento de sua neta.
“A medicina não cuida só de órgãos, exames e diagnósticos. Ela cuida de pessoas. E naquele sábado, nossa missão era garantir que um laço de amor não fosse interrompido por uma circunstância de saúde”, comenta Dra. Lizandra Guerson, diretora médica do VITA Batel
“Sabíamos que seria um esforço conjunto e criterioso, mas no olhar da Raquel, vimos o que não estava nos prontuários. Vimos amor, esperança e a chance de mudar uma história. E isso é o que nos move”, enfatizou Dr. Leandro Pozzo.
“Entendemos o valor daquele momento e, com critérios clínicos bem definidos, mobilizamos toda a equipe para garantir um deslocamento seguro e responsável. Foi um esforço conjunto, com um só propósito: tornar possível um momento inesquecível, com segurança e humanidade”, relata Vera Golfetto Fernandes, chefe dos serviços de enfermagem em cuidados críticos, do Hospital VITA Batel.
Cada decisão foi pautada em critérios clínicos e planejamento rigoroso. Como a garantia do transporte com segurança e tecnologia que foi providenciada por Claudimeri Dadas de Oliveira gerente de Enfermagem do Hospital VITA Batel que mobilizou o transporte no período necessário e com todos os equipamentos.
E para todos os cuidados necessários no trajeto, o acompanhamento da Dra Jullye Gavioli, médica plantonista, fez a diferença. Ela seguiu na ambulância com Dona Anália garantindo o cuidado no caminho para que ela pudesse viver esse momento com segurança e dignidade.
O trajeto foi rápido. A emoção, imensurável. Dona Anália, com os olhos brilhando, esteve ao lado da neta enquanto ela dizia o “sim” mais importante de sua vida. A família estava completa, e aquele momento virou eternidade.
“O coração de mãe sente tudo. Quando soube da comoção da equipe e do que estavam fazendo por nós, não consegui conter as lágrimas. Foi um milagre do afeto, da empatia e do cuidado em sua forma mais bonita,” comenta agradecida Adriana Carvalho, mãe da noiva.
“Eu não sei como agradecer. Só sei que o dia mais importante da minha vida teve um pedaço do meu coração ao meu lado por causa de pessoas que nem me conheciam, mas que fizeram tudo por mim e pela minha avó”, agradeceu a noiva Raquel Linzmeyer.
Dona Anália Linzmeyer voltou para o hospital no sábado, deixou a UTI nesta terça-feira (17) e segue se recuperando no quarto enquanto a família aguarda seu retorno para casa.
Em tempos em que a pressa e a rotina muitas vezes obscurecem o valor da compaixão, o Hospital VITA Batel escreveu uma história digna de cinema — mas que aconteceu, de verdade, num quarto de UTI e num cartório comum, entre vidas reais, sorrisos e um amor que venceu o tempo.