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O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião de emergência após os ataques dos EUA contra três instalações nucleares no Irã. O secretário-geral, António Guterres, alertou que o mundo pode entrar em um “ciclo de retaliação após retaliação”.
A reunião foi realizada a pedido do Irã no domingo. O chefe da ONU observou que fez um apelo direto no conselho para “dar uma chance à paz”, mas “esse apelo não foi atendido”.
Guterres instou o conselho de segurança e todos os Estados-membros a “agirem com racionalidade, moderação e urgência”. Ressaltou que, a fim de evitar retaliação após retaliação, “a diplomacia deve prevalecer”, e não a força militar.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, forneceu uma atualização sobre as três instalações nucleares iranianas em Fordow, Isfahan e Natanz que foram atingidas por ataques dos EUA.
Grossi disse que os EUA confirmaram que usaram munições de penetração no solo, conhecidas como bombas destruidoras de bunker, na instalação de Fordow — onde crateras são visíveis — e na unidade de enriquecimento de urânio em Natanz.
Ele disse que a AIEA foi informada pelo Irã de que não houve aumento nos níveis externos de radiação nas três instalações.
Ele acrescentou que “a AIEA pode enviar especialistas em segurança e proteção nuclear para o Irã imediatamente” com o apoio dos Estados-membros, para avaliar os danos em detalhes.
A embaixadora e representante interina dos EUA na ONU, Dorothy Shea, justificou os ataques americanos a instalações nucleares no Irã, acusando Teerã de representar uma “ameaça nuclear” à segurança global.
Ela alertou que “qualquer ataque iraniano, direto ou indireto, contra americanos ou bases americanas será recebido com retaliação devastadora”.
O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, disse: “Se este conselho e as Nações Unidas, construídos para manter a paz e a segurança internacionais, deixarem de agir neste momento decisivo, eles perderão para sempre sua credibilidade e relevância”.
Ele instou o conselho a adotar medidas efetivas de contenção contra os Estados Unidos e Israel.