Neste sábado (21), a conquista do tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira completa 55 anos. Em 21 de junho de 1970, no México, o Brasil se sagrou campeão da Copa pela terceira vez e, desde então, nenhum outro país se igualou no número de títulos.

Para chegar ao topo do esporte, a Amarelinha foi hegemônica desde as Eliminatórias. E falar em hegemonia não é exagero. Até hoje, a Seleção de 70 é a única campeã mundial a ganhar todas as partidas das Eliminatórias e da Copa.

Tudo isso foi alcançado graças a um estilo de jogo que encantava o mundo do futebol. Poucas vezes se viu uma combinação de nomes de meio-campo e ataque como Pelé, Jairzinho, Rivellino, Gérson, Clodoaldo, Tostão, além do capitão Carlos Alberto Torres, entre outros. Estes seis foram responsáveis pelos 19 gols brasileiros na competição.

Liderada e treinada pelo Zagallo, que vinha das conquistas em 1958, na Suécia, e 1962, no Chile, a Seleção de 70 é tida como uma das maiores e melhores equipes da história.

Preparação de campeão

No Mundial, precisou lidar com as questões físicas impostas pela altitude de Guadalajara, onde, no Estádio Jalisco, a Canarinho foi a campo até a semifinal, e da Cidade do México, que, graças ao Estádio Azteca, recebeu a final. A vitória por 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia na estreia - gols de Jairzinho (2), Pelé e Rivellino - se deu em 3 de junho; atletas e comissão técnica se apresentaram em 12 de fevereiro.

O departamento era chefiado por Admildo Chirol e Cláudio Coutinho, que contavam com o auxílio do ainda jovem Carlos Alberto Parreira, que, 20 anos depois, seria o comandante do Tetra.

Em entrevista ao site da CBF para comemorar os 50 anos do Tri, Parreira lembrou que “12 dos nossos 19 gols saíram depois dos 20 minutos do segundo tempo, que é quando a preparação física começa a prevalecer”.

Campanha até o título

Abrilhantada pelo Rei do Futebol, recheada de craques, comandada pelo já bicampeão mundial Zagallo e pronta fisicamente, a Seleção combinava as valências necessárias para obter uma campanha vitoriosa. Após derrotar os tchecoslovacos, o Brasil bateu a Inglaterra, então atual campeã, por 1 a 0, com tento de Jairzinho. Em seguida, superou a Romênia por 3 a 2. Pelé (2) e Jairzinho balançaram as redes.

Nas quartas de final, o adversário foi o Peru, vencido pela Amarelinha por 4 a 2. Tostão (2), Rivellino e Jairzinho foram os autores dos gols da classificação para a semifinal,

Diante do Uruguai, Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino garantiram a vaga na final. Apesar de não ter balançado as redes, Pelé foi igualmente marcante. Driblou o goleiro Mazurkiewicz sem tocar na bola e quase anotou um gol histórico - na estreia, a Majestade da Bola já havia ficado perto de marcar a 60 metros de distância, mas a bola passou perto da trave, e o lance se eternizou como “o gol que Pelé não fez".

Na decisão, a Amarelinha bateu a forte Itália por 4 a 1 no Estádio Azteca, onde mais de 100 mil pessoas assistiram à inesquecível exibição do Brasil e aos gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto Torres.

O título consumou a realeza de Pelé, que se tornara tricampeão em sua despedida das Copas, o inigualado feito de Jairzinho, único a marcar gol em todos os jogos de um Mundial, e a Seleção Brasileira como a maior, até hoje, campeã mundial.

Veja o elenco campeão da Copa do Mundo de 1970:

Goleiros: Félix (Fluminense), Leão (Palmeiras) e Ado (Corinthians);

Laterais: Carlos Alberto Torres (Santos), Zé Maria (Portuguesa), Marco Antônio (Fluminense), Everaldo (Grêmio), Brito (Flamengo), Piazza (Cruzeiro), Baldocchi (Palmeiras), Fontana (Cruzeiro) e Joel (Santos);

Meio-campistas: Clodoaldo (Santos), Gérson (São Paulo), Rivellino (Corinthians) e Paulo Cézar Caju (Botafogo);

Atacantes: Jairzinho (Botafogo), Tostão (Cruzeiro), Pelé (Santos), Roberto (Botafogo), Edu (Santos) e Dario (Atlético Mineiro).