
A fórmula é a de sempre: quem tem arsenal e boa pontaria vence a luta, quem tem uma boa causa (no caso, vingança pela morte do pai) merece perdão pelos assassinatos e quem é bonita vai ser protagonista. É o caso de Bailarina, caracterizado como thriller de ação neo-noir. Dirigido por Len Wiseman e escrito por Shay Hatten, é o quinto filme da franquia John Wick, mas com ele de menos e tiroteio demais. Com direito até a lança-chamas, a poderosa indústria armamentista dos EUA só tem a agradecer.
A trama do filme, estreante desta quinta dia 5, ocorre cronologicamente entre os acontecimentos das franquias 3 e 4 de John Wick, trazendo Ana de Armas no papel de Eve, a bailarina que entra criança na escola de balé, cuja diretora é vivida por Anjelica Huston, mas que ao invés de sair dali fazendo dueto sai duelando com lança-chamas de última geração.
Interessante a compreensão do roteirista: o inflexível rigor do balé é capaz de forjar fibra, coragem, determinação e sangue nos olhos de frágeis mocinhas.
Até seria palatável seguir essa ideia de dança e violência, mas o roteiro descamba para a coreografia marcial e pouca história.
Ana de Armas demonstra desenvoltura para o papel de Eve, a vingadora, ainda que seus trejeitos faciais lembrem a Gal Gadot, no papel de outra heroína, a Mulher Maravilha. Mas, como se sai bem, a bailarina é capaz de ficar hospedada no Continental por mais uma ou duas franquias.
Já John Wick (Keanu Reeves) parece pedir as contas do hotel de assassinos. Surge fazendo pas de deux com Eve, ora como instrutor e, no final, como auxiliar de luxo. Tem tão pouca significância no enredo que nem deveria estar ali, segundo estudiosos de Chad Stahelski.