Vereador é acusado de receber propina para intermediar contatos com prefeituras
05/06/2025 às 05:00
Empresário acusa o vereador Pier Petruzziello de receber propina para intermediar negócios com prefeituras da Região Metropolitana

As declarações do empresário Gustavo Volpato Mello, ex-sócio do Grupo Hygea, que revelou em delação premiada que a empresa pagou propina ao vereador curitibano Pier Petruzziello (PP) em diversos contratos na área da saúde com prefeituras da região metropolitana, como Colombo, São José dos Pinhais e Araucária, causaram grande furor na Câmara Municipal de Curitiba. Depoimento do delator obtido pela RPC, afilada da TV Globo no Paraná, detalha supostos repasses mensais em dinheiro vivo entregues diretamente ao parlamentar ou por meio de assessor. Os depoimentos foram dados ao então chefe da Divisão de Combate a Corrupção (Decor), da Polícia Civil do Paraná (PCPR), e acompanhado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), que deu aval ao acordo já homologado pela Justiça. De acordo com o delator, os pagamentos começaram por volta de 2014, quando ele passou a atuar na área financeira do Grupo Hygea, responsável por contratos com os municípios de Colombo, São José dos Pinhais e Araucária. O delator afirma que Petruzziello aproximava os empresários das prefeituras e intermediava os contratos. O vereador Petruzziello não se manifestou sobre as acusações.
IMPOPULARIDADE DE LULA NUNCA FOI TÃO ALTA
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em tendência de queda, segundo uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4):  57% dos brasileiros desaprovam seu governo, um percentual que cresce desde julho de 2024, quando estava em 43%. Os que aprovam a gestão do petista são 40%, e eram 52% em dezembro de 2024, a partir de quando a aprovação passou a cair. Apenas 3% dos 2.004 ouvidos em 120 municípios de 29 de maio a 1º de junho não souberam responder à pergunta. Mais: 43% disseram ter uma avaliação negativa do governo Lula (eram 41% em março), contra 26% que o enxergam de maneira positiva (eram 27% em março) e 28% que consideram regular (eram 29% em março). Praticamente todas as oscilações nesses números em relação à última pesquisa Genial/Quaest ocorreram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, mas as alterações confirmam a tendência de degradação da popularidade de Lula registrada nos últimos meses por todos os institutos.
REPÚDIO DA OPOSIÇÃO (I)
A bancada de oposição da Assembleia Legislativa emitiu nota oficial se manifestando contrariamente à decisão do Conselho de Ética da casa contra o deputado Renato Freitas (PT). O Conselho aceitou a denúncia contra o parlamentar, que pode ocasionar em sua suspensão em atos do Legislativo. Confira a nota publicada: “A Bancada de Oposição da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), sob liderança do deputado Arilson Chiorato (PT), e o Bloco Parlamentar PT-PDT, liderado pela deputada Luciana Rafagnin (PT), manifestam repúdio à decisão do Conselho de Ética da Casa, que aprovou a admissibilidade da denúncia contra o deputado Renato Freitas (PT), com pedido de aplicação de suspensão de prerrogativas parlamentares, em sessão realizada no dia 2 de junho de 2025. O processo será instruído pela Comissão, até decisão final. A medida foi tomada com base em representação apresentada pelos deputados Tito Barrichello (União Brasil) e Ricardo Arruda (PL), relacionada à presença do parlamentar no plenário da Alep durante mobilização de professores, realizada em 3 de junho de 2024, contra o projeto Parceiros da Escola, de autoria do Poder Executivo. Na reunião do Conselho, o relator original, deputado Moacyr Fadel (PSD), recomendou o arquivamento do processo por ausência de infração ética. Em contrapartida, foi apresentado voto em separado pelo deputado Marcio Pacheco (PP), propondo sanção com suspensão das prerrogativas, mesmo sem apresentação de novos elementos que justificassem a reversão do relatório.”
REPÚDIO DA OPOSIÇÃO (II)
E prossegue a nota: “A decisão considerou também uma advertência anterior aplicada ao deputado Renato Freitas em outro processo ético, mesmo estando este arquivado por prescrição e não tendo gerado sanção material. A maioria dos integrantes do Conselho de Ética votou pelo acolhimento do voto em separado, contrariando o parecer do relator. A relatoria do caso foi transferida à deputada Márcia Huçulak (PSD), a quem caberá apresentar novo parecer no prazo de dez dias. A Bancada de Oposição e o Bloco PT-PDT consideram que o processo contém vícios formais e materiais, ausência de fundamentos legais e violação ao devido processo legal e às garantias constitucionais de liberdade de expressão e inviolabilidade do mandato parlamentar, conforme exposto no voto em separado protocolado pela liderança do Bloco. As lideranças reafirmam a defesa do regular exercício das funções parlamentares, da legalidade dos procedimentos internos da Assembleia Legislativa e do respeito à atuação legítima dos mandatos populares”. Assina o texto a Bancada de Oposição e Bloco PT-PDT.
PROJETO AUTORIZA GUARDA A AUXILIAR A PM
Policiamento ostensivo é quando a polícia atua de forma visível e evidente, com agentes usando uniformes, armamentos e viaturas que podem ser facilmente identificados. O objetivo dessa abordagem é prevenir crimes e também atuar rapidamente quando eles acontecem, mantendo a ordem e garantindo a segurança de todas as pessoas. Com o objetivo de reforçar a segurança pública no município de Curitiba, promovendo uma atuação mais eficaz na prevenção e combate à criminalidade, tramita na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) um projeto de lei que autoriza a Guarda Municipal (GM) a atuar no policiamento urbano ostensivo em caráter auxiliar à Polícia Militar. O texto já passou por uma primeira análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e recebeu ajustes, por meio de um substitutivo geral. Autor da matéria, Da Costa do Perdeu Piá (União) explica que o objetivo da regulamentação é “permitir um melhor aproveitamento dos recursos humanos e tecnológicos disponíveis, otimizando a segurança pública e proporcionando maior segurança à população”. De acordo com o texto, a autorização à GM para atuar no policiamento urbano ostensivo respeita as atribuições dos demais órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal.
PROTEÇÃO DOS ÓRFÃOS DO FEMINCÍDIO
As deputadas e os deputados estaduais aprovaram por unanimidade uma proposta voltada aos órfãos do feminicídio no Paraná — uma forma de acolhimento e proteção a crianças e adolescentes que vivenciam o trauma de perder as mães para a violência contra a mulher. A iniciativa foi aprovada em primeiro e segundo turnos nas sessões ordinárias realizadas nesta semana na Assembleia Legislativa do Paraná. O projeto de lei 218/2022 define como órfãos de feminicídios todas as crianças e adolescentes dependentes de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e familiar ou de flagrante menosprezo. Os autores ressaltam que, embora o combate à violência doméstica esteja previsto na Lei Maria da Penha, é necessário ampliar as ações para incluir as famílias das vítimas. Inicialmente assinado pela deputada Luciana Rafagnin (PT), o texto ganhou a coautoria das deputadas Mabel Canto (PSDB), Cristina Silvestri (PP) e Cloara Pinheiro (PSD) e dos deputados Arilson Chiorato (PT), Goura (PDT), Professor Lemos (PT), Requião Filho (PT) e o então deputado estadual — hoje federal — Tadeu Veneri (PT).
CÂMERAS EM PET SHOPS
Tramita na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) um projeto de lei que visa aumentar a segurança e a transparência nos serviços de banho, tosa e atendimento veterinário para animais domésticos na capital paranaense. A iniciativa propõe a obrigatoriedade da instalação de câmeras de vigilância em pet shops, buscando inibir maus-tratos e negligência, além de oferecer aos tutores maior tranquilidade e acesso a informações sobre seus animais. Segundo a vereadora Meri Martins (Republicanos), autora da proposta, “infelizmente, há relatos recorrentes de maus-tratos e negligência em pet shops, até mesmo casos de óbitos, o que gera grande preocupação entre os tutores de animais e a sociedade em geral”. Por isso, o projeto de lei determina que todos os estabelecimentos que oferecem serviços de banho, tosa e outros cuidados estéticos e veterinários para animais domésticos deverão instalar e manter em funcionamento câmeras de vigilância em suas dependências. As câmeras deverão garantir uma ampla cobertura dos locais onde os animais são manipulados, incluindo as áreas de banho e tosa, salas de atendimento veterinário, locais de hospedagem de animais (se houver) e demais espaços onde os animais estejam sob responsabilidade do estabelecimento.
SINDICÂNCIA PARA APURAR ATOS DE VEREADORES
Com a abertura de novas sindicâncias pela Corregedoria da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) nos últimos sete dias, já são 14 investigações abertas neste ano para apurar o comportamento dos vereadores da capital do Paraná. Metade delas já foi arquivada pelo corregedor Sidnei Toaldo (PRD), que chegou a pedir, em abril, a criação de um protocolo contra o sensacionalismo na CMC. As outras seguem sob análise do parlamentar, que tem prazo de 30 dias, após a formalização das sindicâncias, para apresentar a conclusão das suas investigações. No dia 28 de maio, a Corregedoria publicou uma portaria abrindo duas sindicâncias. Na 10/2025, Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) acusa Eder Borges (PL) de ter se beneficiado da força de trabalho da advogada Andreia Maciel, enquanto ela era comissionada do Instituto Municipal de Turismo (IMT), desdobrando a notícia publicada pelo The Intercept Brasil em uma nova denúncia. A sindicância 11/2025, aberta por representantes do Fórum Paranaense das Religiões de Matriz Africana, contra Eder Borges, alega que as referências do vereador à Ku Klux Klan, durante debate na CMC, promoveram “racismo estrutural” e “distorção histórica grave”.
MAIS SINDICÂNCIAS
Três sindicâncias foram abertas pela Corregedoria no dia 2 de junho. A de número 12/2025 é resultado de denúncia assinada por Willian Pedroso da Rocha, Luiz Felipe Martins França, Eduardo Kreutz Carvalho, André Matias Demenjeon Tesser e Gustavo Gonçalves da Rocha, acusando João Bettega (União) de ter omitido das autoridades a informação de que o ex-presidente do Instituto Municipal de Turismo, José Velloso, não cumpria os requisitos para a nomeação no cargo.  A sindicância 13/2025 reitera os argumentos da 9/2025, também embasada na notícia do The Intercept Brasil, que Eder Borges teria cometido nepotismo se for comprovado que Victoria Lauren Maciel de Almeida, filha de Andreia Maciel, era sua enteada quando foi nomeada para trabalhar como comissionada em seu mandato parlamentar. Por último, há a sindicância 14/2025, sobre a vereadora Sargento Tânia Guerreiro (Pode), com base em procedimento do Ministério Público do Paraná (Notícia de Fato MPPR-0046.25.086136-9).
 
 
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