
Junho é o mês dedicado as discussões em torno da proteção ao Meio Ambiente. Que bom que temos um período para essa reflexão, para o debate e para discorrer sobre o papel de cada um nessa jornada em prol de um mundo com mais respeito aos recursos naturais e menos poluído.
Neste período também vemos muitos discursos apontando o dedo aos responsáveis pela agressão aos recursos naturais, ou tentando encontrar um ‘culpado’ para todas as mazelas que estamos vivendo com as alterações climáticas e na saúde das pessoas. Porém, essas discussões precisam ser menos rasas, baseadas em dados e, acima de tudo, trazendo relevância do quanto isso agregará a causa.
Ouvimos constantemente discursos baseados em opiniões de senso comum, que colocam o plástico como principal vilão do meio ambiente. Isso é tão incorreto quanto afirmar que dois mais dois são três. Atuo na área de transformação do plástico há décadas, a empresa fundada por meus pais, Colorfix Masterbatches já tem uma jornada de mais de 35 anos neste ramo.
Essa jornada nos permite afirmar que, quando o plástico é bem utilizado e corretamente gerenciado, se torna um aliado poderoso da sustentabilidade. Ele é versátil, leve, durável e com menor pegada de carbono em diversas aplicações, sendo essencial em áreas como saúde, alimentação, mobilidade e tecnologia.
O problema está justamente no gerenciamento desse recurso, seja quando se produz excessos desnecessários, seja nas condições inadequadas de descarte, dificultando a reciclagem do material, o que impede a conclusão do ciclo de vida do produto.
Ciente disso, em nossas atividades por exemplo, a sustentabilidade é base fundamental tanto nos processos, como na disseminação de informação e inclusão da nossa comunidade interna e externa no tema. Nosso time de colaboradores é capacitado e tem um espaço aberto para apresentação de novas ideias e soluções menos poluentes aplicados ao nosso processo. Na Colorfix não apoiamos ações de greenwashing, nosso compromisso com o bem-estar das pessoas e da nossa existência, enquanto humanidade, é real.
E isso é muito valioso! Ao longo dos anos dispusemos ao mercado inúmeras soluções que são referência de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, dentro do setor transformador de polímeros e, recentemente, nossa indústria lançou o Revora CO2RE Carbono Reduzido, que são compostos desenvolvidos com tecnologias que possibilitam a redução da pegada de carbono para compostos de polipropileno, polietileno, poliamida e biocompostáveis. Além disso, o Revora CO2RE é um sistema de rastreabilidade de CO2 utilizando metodologia baseada na ISO 14.067. A medição é realizada desde a extração da matéria-prima até o portão de saída da Colorfix. Nosso projeto CO2RE é mais do que um produto é mais que um selo, ele pretende ser um movimento para reconstruirmos o futuro e incentivarmos outras empresas do setor plástico e demais setores da indústria. Ou seja, a inteligência, a tecnologia e a iniciativa por um meio ambiente mais respeitoso e com responsabilidade está sendo colocado em prática.
Contudo, é preciso que outros elos da cadeia de consumo também respeitem a utilização de todos os materiais, seja o plástico, papel, metal, vidro ou orgânico. O descarte correto dos resíduos é o passo inicial para que possamos iniciar a jornada de reciclabilidade dos materiais. Nesse ponto, os cidadãos e as indústrias têm papel fundamental: todos são responsáveis pelos lixos que produzidos e não se deve limitar apenas a separação inicial, mas saber para quais locais esse resíduo será destinado.
É papel ainda dos órgãos públicos, buscar alternativas de promover incansavelmente coletas de resíduos recicláveis, dando suporte para que os cidadãos tenham locais de fácil acesso para seu descarte, com a certeza de que aquele destino é o ideal. O terceiro setor participa e abre, no âmbito social, discussões criativas apontando para soluções plausíveis sobre o tema, indo muito além de apontamentos de problemas, mas sugerindo alternativas possíveis dentro dos recursos disponíveis.
Na iniciativa privada, é papel das empresas trabalharem em campanhas internas que mudem a visão de seus colaboradores sobre como se relacionar com os resíduos que produzimos. Ações as quais extrapolem os portões da empresa e as pessoas possam levar isso para suas casas. Ir além, trabalhar com as comunidades ao entorno da organização, fazer parceiras com escolas, faculdades e instituições. Essas ações devem ser adotadas por todos os setores da economia, não somente pela indústria, tão pouco somente pela indústria de transformação de polímeros. Afinal, as mudanças climáticas quando afetam uma região do globo, seu rastro de destruição não impacta somente uma determinada região geográfica, todos serão ‘penalizados’ pelo desequilíbrio e pelos eventos climáticos extremos.
É papel ainda das organizações trabalharem esse tema com seus clientes, por vezes trazendo alternativas inteligentes na oferta de produtos e serviços, ou mesmo sensibilizando por seu próprio exemplo. Se a sua empresa é focada na sustentabilidade, possui regras, está certificada, mantém padrões de qualidade ambiental, ela vai inspirar toda a cadeia, não tenha dúvida disso. É assim, inclusive, que atuamos na Colorfix e o mercado reconhece isso.
Por isso, antes de apontarmos o plástico como vilão, precisamos nos perguntar antes: como eu me relaciono com o plástico que eu utilizo diariamente, seja como empresa, como organização social, poder público ou mesmo como cidadão? Certamente não se terá uma única resposta. É o momento de reflexão, mas para além disso, da tomada de ação urgente. O equilíbrio na utilização dos recursos e cuidado ao meio ambiente está em nossas mãos, o que estamos fazendo para salvar nossa existência?
Francielo Fardo – Diretor Superintendente da Colorfix Masterbaches – Empresa Paranaense referência na transformação do plástico