Quarenta anos após sua estreia, a Orquestra Sinfônica do Paraná voltou a emocionar o público com um espetáculo grandioso no Centro Cultural Teatro Guaíra. No domingo (1º), o Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto (Guairão) foi palco da última apresentação da Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler, conhecida como Sinfonia da Ressurreição, encerrando uma semana histórica de celebrações.

Ao todo, mais de 6 mil pessoas participaram dos concertos comemorativos sob a regência de Roberto Tibiriçá, maestro titular e diretor musical da OSP, com lotação esgotada em todas as sessões. Além do domingo, a obra foi executada na quarta-feira (28), data oficial de aniversário da OSP, e na quinta-feira (29).

A monumental Sinfonia da Ressurreição foi interpretada em uma formação à altura de sua grandiosidade: 116 instrumentistas — 73 músicos da OSP e 43 convidados especialmente para a ocasião — acompanhados por um coro com 80 vozes, sob regência de Alexandre Mousquer. As solistas Gabriella Pace (soprano) e Ana Lucia Benedetti (mezzo-soprano) deram vida aos momentos mais comoventes da peça.

Gabriella Pace agradeceu pela experiência com a orquestra. “Foi muito emocionante. Não tem como não terminar essa sinfonia em lágrimas, com a força e com a beleza que vem da orquestra e que emanam das mãos do maestro”, afirmou.

Conhecida como “mãe da OSP”, Eleni Bettes, uma das fundadoras do corpo artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, se emocionou com o encerramento da temporada comemorativa. “É muito emocionante estar aqui hoje. Me sinto realizada. A orquestra amadureceu, eu me sinto muito orgulhosa de cada um deles”, afirmou.

DIFERENTES GERAÇÕES NA PLATEIA — O concerto também marcou a vida de quem tem uma relação afetiva com a história da Orquestra. O jornalista Mauricio de Olinda, por exemplo, nasceu dois dias após o primeiro concerto da OSP, em 1985. “Sexta eu completei 40 anos. Neste domingo, vim assistir ao espetáculo que comemora os 40 anos da Orquestra. Devo dizer, foi de deixar sem palavras. Uma coisa tão grandiosa, tão completa, tão sublime que somente lágrimas para resumir”, contou.

A OSP também tem um significado especial na vida da historiadora Lêda Trindade, de 68 anos, que acompanha a Orquestra há décadas. “É um acalando para a alma”, disse. Ela estava acompanhada de sua amiga Olga Lemos, de 81 anos. “Eu sempre vinha assistir aos concertos, e de repente eu parei. Minha amiga me chamou e eu estou aqui de volta. Eu acho maravilhoso, a gente eleva a alma. Foi uma bênção para um dia especial”, disse Olga.

Também teve quem presenciou uma orquestra ao vivo pela primeira vez, como o músico Ariel Rodrigues Luiz Gomes, de 31 anos. “É a primeira vez que eu vejo uma orquestra de perto. Foi uma experiência catártica. É incrível como, mesmo com a ausência de palavras, uma música pode dizer tanto”.

PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES — As comemorações dos 40 anos da Orquestra Sinfônica do Paraná continuam ao longo do ano, com programações especiais todos os meses. Em junho, o público poderá apreciar dois novos concertos no Teatro Guaíra.

O segundo concerto da Série Ouro da Temporada 2025, com regência do maestro Roberto Tibiriçá, terá duas apresentações: na quinta-feira, 12 de junho, às 20h30, e no domingo, 15 de junho, às 10h30. O programa une a força dramática de Richard Wagner à sensibilidade lírica de Piotr Ilitch Tchaikovsky, com participação especial da soprano convidada Eiko Sensa.

Os ingressos começam a ser vendidos nesta semana na bilheteria do Teatro Guaíra e no site DiskIngressos, com valores de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Já no domingo, 29 de junho, a OSP sobe novamente ao palco, desta vez sob a batuta da maestra convidada Simone Menezes. O concerto contará com a presença do renomado violoncelista Viktor Uzur como solista. Os ingressos para este espetáculo começam a ser vendidos em breve. A data que será anunciada nas redes sociais do Teatro Guaíra e OSP.

Confira a programação completa e o programa de todos os concertos no site da Orquestra Sinfônica do Paraná.