
Foto: Ana Tigrinho/AEN
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) informam que uma intensa massa de ar polar deve atingir o Estado a partir dos próximos dias, provocando queda acentuada nas temperaturas em todas as regiões. O frio intenso poderá causar prejuízos em diversas explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e frutíferas tropicais. Para minimizar os danos, produtores podem adotar algumas medidas preventivas, conforme a orientação das equipes técnicas do IDR-Paraná. (Fonte: AEN).
CAFÉ
Em relação ao café, nos plantios novos, com até seis meses de campo, recomenda-se o enterrio das mudas para proteção contra o frio. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica ou com aquecimento, sendo possível adotar as duas medidas simultaneamente. A proteção deve ser retirada assim que a massa de ar frio se afastar e o risco de geada cessar.
Para lavouras com idade entre seis meses e dois anos, a orientação é amontoar terra no tronco das plantas, até o primeiro par de folhas. Esta proteção deve permanecer até meados de setembro, sendo posteriormente retirada manualmente.
PECUÁRIA DE LEITE
O frio intenso também afeta diretamente a disponibilidade de pastagem, principal alimento dos rebanhos leiteiros. Por isso, é fundamental reforçar a alimentação com volumosos, como o feno, e, principalmente, com concentrados, que ajudam os animais a manter a temperatura corporal e a compensar o maior gasto energético.
Atenção especial deve ser dada às bezerras recém-nascidas, que ainda não conseguem regular a temperatura corporal. Elas precisam ser mantidas em ambientes cobertos, sem correntes de vento, com feno forrando o piso e, se possível, com fontes adicionais de calor. Pode-se, ainda, utilizar mantas ou roupinhas confeccionadas artesanalmente para aquecer os animais.
As vacas próximas ao parto devem ser levadas para áreas cobertas ou, ao menos, piquetes maternidade com feno, devendo ser monitoradas especialmente à noite, para que os bezerros sejam rapidamente secos e aquecidos logo após o nascimento.
PECUÁRIA DE CORTE
A pecuária de corte também enfrenta desafios em função da falta de pastagem, agravada por estiagens e geadas. Nessas situações, é recomendado o uso de suplementação alimentar, com volumosos conservados (como silagem e feno) e concentrados (milho, farelo de soja, entre outros).
É importante que o pecuarista planeje essas ações com antecedência, considerando a viabilidade econômica, já que o custo da suplementação é maior do que o do pasto. Em regiões mais frias, o cultivo de gramíneas de inverno, mais tolerantes ao frio, pode ser uma alternativa viável.
FRUTICULTURA
Evitar a aplicação de produtos reguladores de crescimento para quebra de dormência; adotar técnicas de aquecimento com fumaça; manter a irrigação; e manter as áreas limpas são as principais recomendações para reduzir o risco de danos por baixas temperaturas.
HORTALIÇAS
Entre as medidas recomendadas estão o cultivo protegido, com fechamento adequado do entorno das estufas; a suspensão da irrigação alguns dias antes do frio mais intenso, para evitar formação de gelo sobre as folhas; e o aquecimento controlado das estufas, utilizando carvão, com monitoramento constante durante a noite e a madrugada.
Em áreas de cultivo a céu aberto, a proteção é mais complexa, mas ainda assim são possíveis algumas ações: cobrir os canteiros com manta de TNT, utilizar aquecimento com fumaça e realizar pulverizações foliares com soluções salinas, que, quando aplicadas com antecedência, podem ajudar a reduzir o ponto de congelamento das folhas.
MILHO
As possibilidades de proteção das lavouras de milho são limitadas. Assim, a recomendação é manter as lavouras devidamente seguradas e atentem ao zoneamento de risco climático, realizando o plantio na época recomendada, de modo a garantir a cobertura do seguro rural e reduzir os riscos de perdas. (Fonte: AEN).
CRESCIMENTO NAS VENDAS DE SÊMEN BOVINO
O ano de 2025 começa promissor para o mercado de genética bovina. Segundo o INDEX ASBIA do 1º trimestre, da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), elaborado pelo Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea/USP), os indicadores mostram crescimento tanto na entrada quanto na saída de doses de sêmen para o mercado.
A entrada de doses no mercado, que inclui coleta nacional e importações, registrou alta de 4,34% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 5.827.056 doses. Já a saída, que engloba vendas a pecuaristas, exportações e prestação de serviços, cresceu 6,23%, alcançando 4.311.613 doses. (via assessoria).
MAIOR PRODUTOR BRASILEIRO DE ERVA-MATE
O Paraná é o maior produtor brasileiro de erva-mate. A produção no Estado envolve cerca de 30 mil famílias paranaenses e movimenta cerca de R$ 1,3 bilhão, de acordo com os dados de Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023. As estimativas apontam que cerca de 70% de toda a área de cultivo de erva-mate do Paraná é feita pela técnica sombreada.
O cultivo sombreado, diferentemente do cultivo a pleno sol, é feito debaixo de florestas nativas, principalmente de araucárias. Com uma incidência de luz diferenciada, a planta contém mais taurina e teobromina, que são componentes mais valorizados pelas indústrias de chás, de energéticos e de cosméticos, por exemplo. (Fonte: AEN).
PATRIMÔNIO AGRÍCOLA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS
O cultivo da erva-mate sombreada nas florestas de araucárias do Paraná foi eleito, na semana passada, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), como Patrimônio de Sistemas Agrícolas de Importância Global (Giahs). O título reconhece sistemas produtivos sustentáveis que valorizam o conhecimento tradicional e a agrobiodiversidade. O reconhecimento da erva-mate paranaense pela FAO é apenas o segundo título concedido pelo órgão ao Brasil, ao lado dos apanhadores de flores sempre-vivas da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. Em todo o mundo, 95 sistemas de 28 países são considerados Patrimônio Agrícola Mundial.
GENTE DO AGRO
Recentemente a agrônoma e pesquisadora brasileira
Mariangela Hungria foi aclamada com o prestigioso
Prêmio Mundial da Alimentação, amplamente reconhecido como o "Nobel da Agricultura". Sua notável contribuição está no desenvolvimento de insumos biológicos que revolucionaram a agricultura no Brasil. Este prêmio de renome global celebra indivíduos que impactaram positivamente a qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimentos em todo o mundo. A pesquisa liderada por Hungria resultou na criação de dezenas de
tratamentos biológicos para sementes. Essas inovações não só impulsionaram significativamente a produtividade das principais culturas, como também diminuíram drasticamente a necessidade de fertilizantes químicos. O trabalho de Mariangela Hungria à frente do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Taxonline, da Fundação Araucária, é um marco para a sustentabilidade e a eficiência da produção agrícola. A pesquisadora também é professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) do curso de Bioinformática.