Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação realiza diversas ações no mês do trabalho
Confira entrevista exclusiva com Paulo Martins, Vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação
30/05/2025 às 00:01
Paulo Martins, Vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação e a jornalista Patrícia Vieira
Por Patrícia Vieira
 
Na última terça-feira (27), Paulo Martins, Vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação nos recebeu, em seu gabinete na prefeitura de Curitiba, para falar sober as ações desenvolvidas pela Secretaria durante o mês de maio, visando promover emprego e renda para população, atrair empresas e consequentemente fomentar a economia da cidade. Confira.
 
DI&C: O que motivou a criação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação?

Martins: De fato, a secretaria é nova, claro que eram realizadas ações no campo econômico e do trabalho, mas não havia uma estrutura com o foco específico nessa área. Nós estamos num ambiente de alta concorrência, novas necessidades, o mundo mudando muito e, a gente entendeu que era necessário ter uma estrutura com foco específico, ser uma porta de entrada da Prefeitura para as pessoas e os investidores que querem conhecer Curitiba, que têm intenção de investir na cidade; e também fazer uma busca proativa por investidores. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação abrange também a parte de qualificação e empregabilidade. A pauta do desenvolvimento econômico é transversal, vai desde o emprego, a legislação, o meio ambiente, enfim temos uma atuação bastante vasta também abrigando a questão do trabalho.
 
DI&C: Estamos encerrando o mês de Maio, que é celebrado o dia do trabalhador, quais as principais ações realizadas para marcar essa data? Como a Secretaria tem impactado a vida do trabalhador curitibano?
 
Martins: A gente está focando em proporcionar o encontro entre o empregador e aquele que deseja um trabalho. Muitas vezes a questão do desemprego se dá porque a pessoa não sabe procurar. A situação as vezes não é tão ruim quanto parece para ela, porque ela está no universo dela, tem uma rede social de relações muito pequena, só conhece o vizinho ou um familiar, vai no comércio local e não tem aquela vaga e a pessoa se desanima, não busca e acaba entrando num ciclo negativo. Então a gente, em parceria com as entidades de representação, com as empresas grandes, as pequenas, que têm demonstrado uma confiança muito legal na gente, elas estão conseguindo concentrar o banco de dados, as vagas, porque nós também fazemos a gestão do Sine - Sistema Nacional de Emprego - e estamos dinamizando e modernizando a atuação. Assim a gente consegue desenvolver ações que chamam a atenção para demonstrar para as pessoas que tem vaga e também para que as empresas coloquem suas vagas aqui no nosso banco de dados, que a gente está buscando as pessoas.
Então em maio que é o mês do trabalhador, fizemos diversas ações e mutirões de emprego. Ações em todos os terminais com uma busca proativa. Estavam lá nossas equipes junto com as empresas e abordavam as pessoas. Estava na fila pegando ônibus, nossa equipe perguntava se está procurando emprego, se conhece alguém que está ou precisando de qualificação. A gente encaminha tudo muito rapidamente. Esse ponto da qualificação é muito importante, por isso lançamos o programa Vale Qualificação. A pessoa escolhe o curso que ela quer fazer dentro de uma bolsa de cursos, uma bolsa no sentido de ambiente de negócios. As instituições de qualificação foram convidados a participar. Eles oferecem e a gente paga o curso. É possível inclusive, que seja criado um novo curso sob demanda, porque assim a gente consegue atender melhor o mercado. Antigamente o poder público imaginava que estava precisando de curso de corte e costura e oferecia as vagas, mas muitas vezes aquela não era a necessidade do mercado. A pessoa que estava precisando não tinha essa vocação. A vocação dela era outra. Perdia-se o recurso, tanto o financeiro quanto humano, que não eram bem aproveitados. Com esse nosso programa, a gente consegue direcionar melhor para as necessidades e também para a pessoa poder explorar o talento dela. Assim ela escolhe o que acha que tem um talento para fazer e não algo que a prefeitura, o poder público, está tentando impor a ela, casam-se as coisas.
Essas ações estão sendo um sucesso nos terminais, com as pessoas descobrindo que é possível se qualificar com custo zero. Além disso, nessa semana fizemos a Blitz do Emprego, que foi no centro da cidade, com a Fundação de Ação Social (FAS), também nos ajudando na abordagem, inclusive de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, pessoas em situação de rua. Está sendo oferecida a elas também a porta da qualificação e do emprego para que possam sair da situação que se encontram.



Temos também os Mutirões de Emprego, que são feitos em parceria com empresas. Fizemos no Terminal do Pinheirinho, do Cajuru, onde foram ofertadas cerca de 4 mil vagas e, esses mutirões são importantes para que as pessoas possam confiar que a Prefeitura, através do Sine, tem realmente a vaga, pois detectamos que muitas vezes as pessoas não confiavam de que realmente existem. Então quando as empresas estão com a gente, a pessoa vê que realmente está acontecendo. O resultado já está sendo bem bom, estamos muito estimulados em fazer esse trabalho.
 
DI&C: Que ações a Secretaria tem feito para auxiliar os empreendedores?
 
Martins: A gente tem um foco em especial no pequeno empreendedor, no empreendedor individual. Em parceria com o Sebrae, a gente tem feito um trabalho de orientação a eles, como agora mesmo teve o Mutirão do MEI – Microempreendedor Individual - que é para ajudar as pessoas a resolverem os problemas burocráticos ou até repensar o seu negócio. O MEI precisa de um cuidado que você está ajudando ele aprender a andar. Além disso, temos uma parceria com o Sebrae sendo formalizada já nesse processo para desenvolver todo um planejamento que vai abranger não só as pequenas empresas, mas também os processos da própria Prefeitura, com desburocratização, alterações legais que venham a dar mais liberdade para o trabalho, para o empreendedor, porque às vezes tem regulamentos, decretos, legislação, que no  Brasil é super complexa. A gente quer otimizar isso e inclusive temos conversado com parceiros, como a Samsung, uma conversa pública,. Por isso posso falar sem nenhum problema, sobre o uso de Inteligência Artificial na leitura de documentos, no levantamento de toda a legislação que venha impactar a economia, para a gente poder cortar gordura, utilizar só o que é realmente necessário, revogar o que tem que ser revogado para criar um ambiente mais saudável e de maior segurança jurídica para o empreendedor. Tem um outro ponto interessante, Curitiba vem se destacando como um polo da indústria de tecnologia e a gente quer muito isso. Essa também é uma secretaria de inovação. Temos a Agência Curitiba que faz um trabalho muito importante com esse ecossistema. Hoje cerca de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) de Curitiba, já vem das empresas de tecnologia. Nós já temos políticas implementadas como o ISS Tecnológico no Tecnoparque, mas estamos em estudos para poder ampliar isso,. Estou tentando viabilizar porque tem uma questão de receita, tem todo um impacto para estudar, para gente poder estender o que eu chamo de Distrito Tecnológico até o Centro Histórico, aproveitando a estrutura que já tem  e isso casa com a nossa ideia de revitalização, de revigoramento do Centro, atraindo empresas de tecnologia que geram riqueza. Isso seria muito importante para o resgate de toda aquela região.
  
DI&C: A Secretaria desenvolve ações de inovação voltadas especificamente para as startups?

Martins: Startup é um conceito que nos interessa muito. Já temos bastante atuação nessa área, a Agência Curitiba, sob o comando do Dario Paixão, faz um trabalho que já é reconhecido. O ecossitema de inovação implica muitas relações que você vai criando. Uma empresa vai conectanto com a outra, sobretudo porque muitas delas estão trazendo soluções disruptivas, que não são conhecidas e nem a gente muitas vezes sabe que precisa daquilo. Uma empresa conhece a solução da outra, por isso que há esse conceito de hub, para que elas possam interagir. Então temos feito parcerias. Recentemente fizemos parceria com uma iniciativa holandesa, há pouco tempo eu mesmo estive lá visitando e agora queremos conseguir meios para capitalizar o Fundo de Inovação de Curitiba, um instrumento financeiro para poder ajudar a catapultar essas empresas e criar um ambiente realmente sustentável e próspero para inovação.
  
DI&C: Qual o balanço desses primeiros meses de gestão da Secretaria e qual a expectativa para esse ano?

Martins: A gente ainda não tem a estrutura que eu gostaria de ter, tem dificuldades de pessoal e tudo mais, mas a gente está fazendo um esforço muito grande com o que tem e está satisfatório. O que estava planejado na proposta de governo do prefeito Eduardo Pimentel nós vamos conseguir entregar tudo antes do final do semestre, já com tudo rodando. A gente está feliz com o rítmo de trabalho, mas sempre quer oferecer mais. Já vamos desenvolver também o contrato para desenhar o plano de desenvolvimento econômico de longo prazo, que nunca houve. Enfim, temos muitas coisas para fazer e a gente está feliz e estimulado com isso.
 
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