Dados da 14ª pesquisa global anual de ração da Alltech estimam que País totalizou 86,636 milhões de toneladas, enquanto a produção mundial aumentou 1,2%, para 1,396 bilhão de toneladas

A produção de ração no Brasil totalizou 86,636 milhões de toneladas (Mt) em 2024, uma alta de 2,4% em comparação ao ano anterior. O índice de crescimento é o dobro do global (1,2%), aponta o relatório
Agri-Food Outlook 2025, recém-divulgado pela Alltech, líder global em nutrição animal e biotecnologia. Os resultados da 14
ª edição da pesquisa anual da empresa mostram que a produção global de ração se recuperou em 2024 após um 2023 estagnado, passando de 1,380 bilhão para 1,396 bilhão de toneladas. Esse crescimento – alcançado apesar dos desafios que incluíram a gripe aviária altamente patogênica (IAAP), flutuações climáticas e incerteza econômica – ressalta a resiliência e adaptabilidade da indústria agropecuária internacional.
No Brasil, todos os setores tiveram crescimento — aquicultura (8,6%), bovinos de corte (7%), aves de postura (6,5%), pets (3,4%), frangos de corte (1,6%), bovinos de leite (1,5%), suínos (1,0%) —, exceto equinos, que se manteve estável. De acordo com a pesquisa, o setor avícola se expandiu devido ao domínio do Brasil nas exportações globais de frango e ao aumento da demanda doméstica por proteína acessível. Em relação aos bovinos de corte, a expectativa é que a produção se contraia devido à redução dos estoques de animais, embora as exportações continuem fortes, principalmente para a China e os EUA. Por sua vez, a indústria de bovinos de leite teve um crescimento modesto, com uma mudança para fazendas mais eficientes e voltadas para a tecnologia, enquanto as exportações de carne suína atingiram níveis recordes, apoiadas pelo declínio da oferta de carne bovina. Segundo o levantamento, o setor agropecuário do Brasil permanece resiliente, com forte demanda de exportação contrabalançando os desafios de produção de bovinos de corte e leite.
A pesquisa anual que serve de base ao Agri-Food Outlook reuniu dados de 142 países e 28.230 fábricas de ração em 2024. Os dados foram coletados pela equipe de vendas globais da Alltech e em parceria com associações de rações e organizações oficiais de coleta de dados. Esses insights servem como um termômetro para a indústria agropecuária em geral, destacando as principais tendências entre espécies, desafios regionais e oportunidades de crescimento. Para acessar mais dados do Alltech Agri-Food Outlook 2025, incluindo um mapa global interativo, visite
www.alltech.com/agri-food-outlook.
Top 10
Com alta de 2,43%, o Brasil manteve sua posição como o terceiro maior produtor mundial de ração (86,636 Mt). China, em primeiro lugar, apresentou queda de 2,03% (315,030 Mt), e o segundo colocado no ranking, EUA, registrou ligeira elevação de 0,68% (269,620 Mt). Completam a relação dos dez principais países produtores de ração em 2024: Índia (55,243 Mt; +4,56%)), México (41,401 Mt; +1,38%), Rússia (38,481 Mt; +8,53%), Espanha (35,972 Mt; +1,46%), Vietnã (25,850 Mt; +3,41%), Turquia (24,502 Mt; +4,83%) e Japão (24,297 Mt; +0,14%). Juntos, os dez principais países produziram 65,6% da ração mundial – e 52% de toda a produção global de ração estava concentrada em apenas quatro países: China, EUA, Brasil e Índia.
Destaques e perspectivas por espécie
- A ração para aves experimentou aumentos na produção tanto para frangos de corte (385,415 Mt; +1,8%) quanto para aves de postura (173,038 Mt; +1,4%). Frangos de corte continua sendo o maior segmento de espécies, respondendo por 27,6% da tonelagem total de ração no mundo. Como uma opção de proteína "econômica", essa indústria se beneficia do aumento dos preços da carne vermelha. Embora a IAAP tenha sido um problema persistente para a produção de aves, os volumes de ração para frangos de corte estão posicionados para continuar em um caminho de crescimento moderado este ano devido à acessibilidade da carne de frango e às oportunidades de exportação. Para aves de postura, a lenta taxa de crescimento de 1,4% refletiu os desafios enfrentados pelo setor, incluindo as interrupções pela gripe aviária e o excesso de oferta em algumas regiões. Apesar de a ameaça da IAAP continuar presente em várias regiões, o desenvolvimento de vacinas e medidas de biossegurança aprimoradas podem ajudar a mitigar as perdas e manter o setor global de aves de postura em uma trajetória ascendente.
- A produção global de ração para suínos recuou 0,6% em 2024, levando a uma diminuição total de 369,293 Mt. Enquanto produtores de algumas regiões continuaram a se recuperar de surtos de peste suína africana (PSA), com a demanda de exportação permitindo que a Europa e a América Latina recuperassem o terreno perdido. Os suinocultores expressaram o maior grau de pessimismo entre todos os segmentos. O manejo sanitário adequado e os custos estabilizados da ração serão essenciais para que o setor de ração para suínos volte a crescer em todo o mundo.
- A tonelagem de ração para bovinos de leite aumentou 3,2%, para 165,500 Mt, devido à robusta demanda do consumidor, preços favoráveis do leite e uma mudança para práticas agropecuárias mais intensivas. Apesar dos desafios que variaram de pressões de doenças a condições climáticas voláteis, o setor global de bovinos de leite continua a exibir forte resiliência e potencial de crescimento. Espera-se que a modernização e intensificação da produção e a maior produção de leite promovam novos aumentos, mas os preços mais baixos na China podem limitar os ganhos globais em geral.
- A quantidade de ração para bovinos de corte aumentou de 131,6 Mt em 2023 para 134,1 Mt em 2024, refletindo um aumento global de 1,8%. América do Norte, América Latina, África, Europa e Oceania registraram ganhos graças ao aumento da demanda por exportações de carne bovina devido à oferta restrita em outras partes do mundo.
- A produção global de rações para o setor de aquicultura diminuiu ligeiramente, 1,1%, em 2024, para 52,966 Mt, continuando uma tendência de queda para o setor que surgiu pela primeira vez em 2023. Olhando para o futuro, a aquicultura está posicionada para se fortalecer lentamente, mas essa recuperação provavelmente permanecerá desigual entre as regiões.
- A tonelagem de ração para pets aumentou 4,5%, para 37,692 Mt em 2024, impulsionada por tendências contínuas de premiumização (incluindo dietas funcionais e a "humanização" dos animais de estimação), crescimento na adoção de animais de estimação e inovação contínua nas ofertas de produtos do setor. Continua sendo um dos setores de crescimento mais rápido do mundo.
- A produção de ração para equinos aumentou 2,3%, para 9,630 Mt, impulsionado pelas tendências de premiumização e pelo crescente interesse em cuidados focados na nutrição entre os proprietários de cavalos, bem como pela crescente participação em atividades equestres e pela disponibilidade amplamente melhorada de rações especializadas. No entanto, o setor enfrenta populações em declínio e altos custos de alimentação.
Resultados regionais
- Ásia-Pacífico (533,1 Mt): a produção de ração caiu ligeiramente na região (0,8%), que continuou sendo o maior produtor de ração em geral. Essa diminuição deveu-se em grande parte às dificuldades na China, bem como aos extremos climáticos contínuos, excesso de oferta e alternativas de ração baratas que dificultaram a expansão.
- América do Norte (290,7 Mt): a segunda maior região produtora de ração teve um aumento modesto em carne bovina, aves e suínos, que foi compensado pelos impactos da IAAP (em aves de postura e perus) e pela estagnação da produção aquícola.
- América Latina (198,4 Mt): esta região experimentou ganhos sólidos (3,6%) impulsionados pela forte demanda por aves, suínos e bovinos, bem como mercados de exportação favoráveis.
- Europa (267,8 Mt): a recuperação da ração para suínos, bovinos e aquicultura levou a um aumento de 2,7% na produção total de ração da Europa, mas as restrições estruturais moderarão a expansão futura.
- África e Oriente Médio (95,5 Mt): esta região teve o maior crescimento percentual (5,4%) em todo o mundo em 2024, mas partiu de uma base menor do que outras regiões. Esse crescimento reflete a expansão das rações comerciais nos setores de aves, ruminantes e animais de estimação.
- Oceania (11 Mt): os ganhos em bovinos de corte e aquicultura a partir de linhas de base baixas ampliaram em 2,5% a produção geral de ração da Oceania.