A empresa já trabalha em conjunto com parceiros globais no novo padrão, para garantir compatibilidade e novas funções proporcionadas pela tecnologia
Enquanto muitas regiões do mundo ainda estão concentradas em adotar as redes 5G e sua evolução imediata, o 5G Advanced, para a MediaTek o momento já é de pensar no 6G. A empresa trabalha no momento em conjunto com parceiros locais e globais para garantir que, quando a nova geração de conectividade estiver disponível, suas soluções estejam adaptadas para liderar a evolução do mercado de semicondutores.
Uma das formas com a qual a MediaTek está se adiantando ao futuro é por meio de uma abordagem inovadora: a computação híbrida. “Esta tecnologia integra comunicação e processamento de dados em uma mesma arquitetura, transformando completamente a forma como os dispositivos funcionam”, explica Samir Vani, diretor de desenvolvimento de negócios da MediaTek para a América Latina.
O que isso significa na prática? Que os dispositivos não dependerão unicamente da nuvem tradicional ou de sua própria capacidade de computação, possibilitando a distribuição dinâmica de tarefas entre o dispositivo, a rede de acesso por rádio (RAN) e a nuvem mais próxima, criando uma “nuvem na borda”.
Este conceito permitiria que a inteligência artificial generativa (Gen-AI), por exemplo, seja executada em tempo real com uma latência ultrabaixa, mantendo simultaneamente altos padrões de privacidade e controle sobre os dados pessoais. Além disso, permite uma programação mais eficiente dos recursos computacionais disponíveis.
Neste contexto, o 6G poderá expandir os limites do que se pode fazer atualmente, como por exemplo tornar factível tecnologias que hoje estão somente no plano da ficção científica. Isso será possível graças a velocidades que poderiam alcançar a ordem de terabits por segundo e uma latência tão baixa que será medida em microssegundos.
A conectividade massiva para cidades inteligentes, metaversos realmente interativos e sem cortes, ou aulas e cirurgias remotas com presença quase física, são aplicações que o 5G apenas tangencia, mas que com o 6G poderão ser implementadas de forma natural, fluida e sem limitações técnicas.
IA desde a origem
Enquanto no 5G a inteligência artificial (IA) cumpre um papel mais de suporte, no 6G ela será o coração de tudo. Esta nova geração está sendo projetada desde o início com a IA como peça central, o que significa que a rede não se limitará mais a mover dados de um lado para o outro, mas também os entenderá, processará e atuará em tempo real. Será como se a rede pensasse junto com os dispositivos para oferecer respostas mais rápidas, inteligentes e com maior privacidade.
Esta integração entre comunicação e computação não existia no projeto base de 4G ou 5G, e é o que permitirá impulsionar serviços completamente novos, como veículos autônomos que colaboram entre si em tempo real ou cidades inteligentes com inteligência distribuída desde a borda até a nuvem.
Conectividade via satélite de próxima geração
A MediaTek segue demonstrando porque é um dos grandes players no desenvolvimento de tecnologias de conectividade. Em uma recente exibição, mostrou avanços importantes em 5G-Advanced com redes não terrestres (NTN), uma evolução que busca levar a banda larga muito além das antenas que já conhecemos.
Durante um teste recente com um satélite de órbita baixa da OneWeb e aliados como Eutelsat, AIRBUS, Sharp e ITRI, a MediaTek alcançou uma conexão estável usando tecnologia 5G. O resultado: conectividade global sem interrupções, inclusive a partir do espaço.
Embora esta conectividade via satélite ainda pertença ao ecossistema 5G, ela já nos dá uma ideia clara do que o 6G trará. Com esta nova geração, os dispositivos poderão se mover sem interrupções entre antenas terrestres, balões estratosféricos ou satélites de órbita baixa, mantendo sempre uma conexão estável e sem que o usuário perceba mudanças, o que representaria uma solução eficiente e concreta para levar internet móvel de alta velocidade a zonas rurais, comunidades remotas e regiões onde hoje a cobertura ainda é um desafio. A MediaTek já está abrindo esse caminho, e sua experiência em NTN a posiciona como uma peça fundamental no que está por vir.
Panorama latino-americano
Embora na América Latina muitas regiões ainda avancem na adoção de redes 4G e a implementação do 5G siga em etapas iniciais, a indústria já começa a olhar para o futuro. “A chegada do 6G não será imediata, mas preparar-se desde agora é ideal para que a região não fique para trás na próxima revolução digital”, comenta Samir Vani, diretor de desenvolvimento de negócios da MediaTek para a América Latina.
Nessa linha, a MediaTek está desenvolvendo uma agenda de seminários e atividades formativas dirigidas ao seu ecossistema de aliados — incluindo fabricantes, operadoras, desenvolvedores e atores do setor educacional e governamental — com o objetivo de fomentar o conhecimento técnico e estratégico necessário para enfrentar os desafios e oportunidades que o 6G trará.
No entanto, há passos estratégicos que os países podem dar desde já para preparar a chegada do 6G, entre os quais se destacam: investir na modernização da infraestrutura atual com foco em tecnologias mais avançadas como edge computing ou redes não terrestres; fomentar a colaboração entre o setor público, operadoras e empresas tecnológicas para alinhar esforços e investimentos; impulsionar o desenvolvimento de talento humano em áreas como redes, inteligência artificial e processamento distribuído; e estabelecer marcos regulatórios que promovam a inovação tecnológica de forma sustentável.
Em linha com sua visão de um
6G mais sustentável e comprometido com a eficiência energética, a MediaTek também apresentou recentemente uma série de inovações, como o modem M90 5G, com sua tecnologia UltraSave, que investe em um consumo energético mais responsável. A isso se soma uma antena inteligente com IA que adapta o desempenho do dispositivo segundo o ambiente, sem intervenção do usuário.
Quanto à fluidez, suas novas CPEs integram tecnologias como 3TX e L4S, alcançando conexões mais velozes, com menor latência e maior agilidade. Além disso, com o sistema Envelope Assisted RFFE, otimiza-se o uso de energia nos dispositivos, melhorando a cobertura e o desempenho sem comprometer a eficiência. Uma evolução que se nota na experiência e na economia energética.
“Em conjunto, estas tecnologias refletem a aposta da MediaTek em somar esforços com toda a indústria para construir um ecossistema 6G que seja não apenas mais potente e conectado, mas também mais responsável com o planeta”, concluiu Samir Vani, diretor de desenvolvimento de negócios da MediaTek para a América Latina.