Diagonais de David Lee tramam história
21/05/2025 às 22:01
 Reinventar? O estilista David Lee dá de ombros como resposta. Melhor: olha para trás e percebe um atravessamento de “um na história do outro”, ou seja, “uma geometria universal, a dos encontros”. E assim leva à passarela a coleção Diagonais, atravessada de influências.
Um dos inusitados momentos da coleção apresentada em Fortaleza, no encerramento do DFB Festival 2025, sábado passado, foram as blusas e camisas feitas com pano de prato, desses com crochê nos arremates. É como se lembrasse café no bule, mesa pronta para assuntar o passado e sorrir para o futuro.
As palavras sonho, força e crença surgem bordadas à mão, para expressar o delicado fazer manual das nordestinas. As passadeiras, uma tradição nas feiras e mercadinhos do Nordeste, também é outro assunto de David Lee. Essa tapeçaria compõe as bermudas, calças e camisões. “Para o desfile do DFB Festival 2025, focamos no simbolismo do banal, nas trivialidades nossas que se tornam mais interessantes, quando vistas de forma diferente”, diz ele e é verdade.
Despontado internacionalmente por suas coleções bem crochetadas, o designer volta ao crochê, tanto na camisaria de panos de prato, como na composição de flores, unidas uma a uma, formando blusas, tanto femininas quanto masculinas. “É um momento de retomada da palavra, a nossa voz contando a história da nossa região, somos ligados ao nosso senso de pertencimento e aos elementos que compõem a nossa artesania. Toda crocheteira começa pela flor, trouxemos esse ícone para reverenciar e dar ainda mais poder a esse elemento”, observa.
 
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