A compositora, pianista, escritora e cineasta Jocy de Oliveira, curitibana que reside no Rio de Janeiro, aos 89 anos, volta à cidade natal para um encontro que traz um pouco da sua produção em todas essas áreas. Começa nesta terça dia 20, às 19h30, e prossegue até o dia 25, com entrada franca ao público, em vários espaços.
Nesta terça-feira, às 19h, no Memorial de Curitiba/Largo da Ordem, Jocy de Oliveira e Felipe Ribeiro, compositor e professor da EMBAP, fazem um encontro de história sobre a artista.
Nos dias 21 e 25 de maio, quarta-feira e domingo, a Mostra prossegue na Cinemateca com a exibição de “LiquidVoices - A história de Mathilda Segalescu”, que representa um ambicioso projeto de uma concepção da música e roteiro, visando a mescla da linguagem de cinema e ópera. O filme estreou no Festival de Londres em 2019 e foi premiado em nove festivais de cinema na Europa, Israel, Estados Unidos e Chile. Está disponível no Brasil, em várias plataformas streaming e é mundialmente distribuído pela Naxos.
No dia 22 haverá concerto com obras musicais de Jocy, na Capela Santa Maria, com Gabriela Geluda, Lilian Nakahodo e Sérgio Albach. Geluda é soprano, atriz e professora, considerada a principal intérprete da música de Jocy, com 30 anos de colaboração em óperas, discos e filmes. Lilian Nakahodo é pianista trabalha com música contemporânea. Em 2011 gravou CD com obras de John Cage, e atualmente integra o coletivo “Piano Vero”. Sérgio Albach é um dos principais claronistas do país e reconhecido clarinetista, além de diretor da Orquestra à Base de Sopro.
Jocy fará palestra no Auditório Praça Tiradentes, da Escola de Música e Belas Artes no dia 23, sexta-feira, às 15h, para os alunos da Belas Artes e interessados. E no dia 24, sábado, às 10h30, haverá o lançamento do livro Alucinações Autobiográficas, no Museu Alfredo Andersen, que doará ao seu acervo uma tela que Andersen pintou em 1894.
Publicado pela Relicário, o livro Alucinações Autobiográficas foi editado em 2024. Nele, ela conta como foram seus antepassados, a primeira infância, a presença feminina na sua família.
A Mostra Jocy de Oliveira-uma artista curitibana foi idealizada e produzida por Alvaro Collaço, com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura e vÁrios apoiosm oficiais. “A ideia é proporcionar um encontro de Jocy com artistas e público da cidade. E que o público tenha acesso a sua obra”, comenta Alvaro Collaço, que pela segunda vez traz Jocy a Curitiba para apresentar a sua arte.Em 2013, ele trouxe a ópera “Sol(o)”, encenada na Capela Santa Maria.
“Essa Mostra em Curitiba, significa uma volta à memória, ao sonho, aos quintais de minha infância. Reavivar esta memória é um evento importante depois de tantos anos coroados pelo meu novo e recente livro Alucinações autobiográficas”, diz Jocy.
Jocy estudou em Paris e foi solista sob a regência de Igor Stravinsky, nos EUA. Apresentou diversas primeiras audições de compositores que a ela dedicaram obras, como Iannis Xenakis, Luciano Berio, Claudio Santoro e John Cage. Foi solista sob a regência de maestros como Eleazar de Carvalho, LukasFoss, SixtenEhrling e Robert Craft. Em outubro de 1954, sob a regência de Eleazar de Carvalho e na condição de solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, Jocy de Oliveira participou da primeira inauguração do Guairão, em Curitiba.
Ela participou, em 1961, de “Apague meu Spotlight” - composta com Luciano Berio -, foi o primeiro evento de música eletrônica do Brasil e estreou em 1961 no Theatro Municipal de São Paulo. O espetáculo foi produzido por Ferreira Gullar, com direção e cenários de Gianni Ratto, tendo Fernanda Montenegro e Ítalo Rossi no elenco.
Ela compôs nove óperas multimídia, em que utiliza instrumentos acústicos e eletrônicos e instalações com música, teatro e vídeos, buscando reformular o formato convencional operístico. Eleita para a Academia Brasileira de Música, Jocy é detentora desde 2015 do título de Doutora Honoris Causa pela UFRJ, Rio de Janeiro, e Mestre em Artes/Música pela Washington University,St Louis, USA.
Gravou 25 discos no Brasil, Inglaterra, EUA, Alemanha, Itália e no México, e registrou nos Estados Unidos a obra pianística de Olivier Messiaen.
Na sua faceta de escritora, Jocy possui oito livros. Por “Diálogo com cartas”, lançado pelo SESI–SP em 2014, recebeu o Pêmio Jabuti. O livro foi também lançado em Paris pelas Editions Honoré Champion. Já no visual, compôs oito vídeo-óperas, entre as quais “Berio sem Censura”, “Revisitando Stravinsky”e “LiquidVoices”
ANOTE:
Conversa entre Jocy de Oliveira e o professor e compositor Felipe Ribeiro
Data: 20 de maio|terça-feira
Local: Memorial de Curitiba - R. Dr. Claudino dos Santos, 79 - São Francisco
Horário: 19h30
Exibição de“LiquidVoices” – Ópera Cinemática. Direção Jocy de Oliveira
Data: 21 de maio|quarta-feira
Local: Cinemateca - R. Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco
Horário: 19h
Solos – Composições de Jocy. Com Gabriela Geluda-voz, Lilian Nakahodo-piano e Sérgio Albach-clarone
Data: 22 de maio|quinta-feira
Local: Capela Santa Maria Espaço Cultural-R. Conselheiro Laurindo, 273 - Centro.
Horário: 20h
Palestra de Jocy – “Postopera e diálogos”
Data: 23 de maio|sexta-feira
Local: Embap- Auditório Praça Tiradentes – Rua Saldanha Marinho, 131
Horário: 15h
Lançamento do livro “Alucinações Autobiográficas”
Data: 24 de maio|sábado
Local: Museu Casa Alfredo Andersen-Rua Mateus Leme 336
Horário: 10h30
Exibição de “LiquidVoices” – Ópera Cinemática. Direção Jocy de Oliveira
Data: 25 de maio|domingo
Local: Cinemateca - R. Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco
Horário: 19h
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