
Intenção é levar iluminação e segurança ao Centro, com lâmpadas de led, como na Praça 29 de Março. CRÉDITO: Daniel Castellano.
Prefeito Eduardo Pimentel destaca importância da parceria entre os setores público e privado em prol de uma região central mais segura e habitável
O programa “Curitiba De Volta ao Centro”, lançado pela Prefeitura de Curitiba na atual gestão, prevê uma série de obras para recuperar o protagonismo da região central da cidade. Para viabilizar essas melhorias, lideranças do setor imobiliário foram convocadas a pensar em soluções estratégicas para o Centro, ao lado do Poder Público.
“O principal objetivo de lançar o programa “Curitiba de Volta ao Centro”, já no segundo mês da minha gestão, é revitalizar a região central da cidade, tornando-a mais segura, habitável, dinâmica e acolhedora para os cidadãos e turistas que nos visitam. A iniciativa busca devolver o "coração da cidade" à população, promovendo uma série de ações integradas em diversas áreas, como: Segurança Pública, Acolhimento Social, Requalificação da Infraestrutura Urbana – com um design urbano mais seguro e acessível – e Valorização Cultural e Turística, compreendendo a preservação do patrimônio histórico e promoção de atividades culturais e turísticas, habitação e diversidade de uso imóveis”, garante o prefeito Eduardo Pimentel.
A colaboração é vista com bons olhos pelo setor, que reivindica investimentos públicos na região central de Curitiba desde o período eleitoral, quando Pimentel ainda era candidato ao Palácio 29 de Março. “A Confraria Imobiliária hoje está de olho e bastante, não só com os dois olhos, mas com os olhos dos 40 confrades, esperando que isso venha revitalizar a cidade de Curitiba. E temos convicção de que vai acontecer”, afirma Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba, uma das vozes mais respeitadas do setor imobiliário no Paraná.
“O mercado imobiliário é um aliado estratégico da Prefeitura no processo de revitalização do Centro. O engajamento de entidades e empresários do setor é importante para a reocupação de imóveis desocupados e atrair novos moradores e empreendimentos para a região central. Destaca-se também a colaboração do mercado para as iniciativas de retrofit e também quanto à habitação social. Além disso, de maneira especial, o setor contribui significativamente na compreensão do perfil demográfico e do comportamento da população, por meio de dados e análises que são fundamentais para planejar políticas urbanas eficazes e qualificarmos um ambiente propício para investimentos e desenvolvimento sustentável”, acrescenta Eduardo Pimentel.
Principais reivindicações: o que dizem os empresários
Falta de segurança aos frequentadores, IPTU alto, excesso de pessoas em situação de rua e pouca iluminação pública. Essas são algumas das principais queixas dos empresários que possuem imóveis e comércio no Centro de Curitiba. “Os dois maiores problemas e desafios no Centro de Curitiba ainda são a segurança e a reinserção social da população em situação de rua. Sem falar da quantidade de imóveis subutilizados ou abandonados. O valor do IPTU no Centro foi reajustado em 2025 com base no IPCA, o qual registrou uma variação de 4,87%. Consideramos o valor alto em relação a falta de investimentos e melhorias na região”, argumenta João Chede, sócio-diretor da Úniko Imóveis Ltda.
“Na minha opinião a solução, além de uma forte revitalização da região central, é o incentivo fiscal para os empreendedores que estiverem dispostos a voltarem ou a abrirem novos negócios no centro da cidade. Eu lembro que no ano de 2010 eu estava em busca de um imóvel para uma rede de farmácias no calçadão da Rua XV de Novembro e as lojas daquela região eram muito disputadas. Eram tão disputadas que eram cobradas as chamadas luvas no ato da assinatura do contrato de locação” relata Sérgio Zimmerman, diretor-executivo da Estruturar Imóveis.
Michel Issa, da Moufissa Administradora de Imóveis, é proprietário de uma série de imóveis comerciais no Centro de Curitiba. De acordo com ele, a região precisa de investimentos em segurança pública para fortalecer o comércio. “Eu vejo que a coisa mais emergencial a ser feita aqui no Centro é a revisão de toda a iluminação já existente. Porque está faltando muita manutenção da iluminação. Então, a partir das 17h a gente começa a perceber um movimento diferente aqui no Centro. Das 17h às 20h é um horário muito delicado, porque o trabalhador, a trabalhadora está indo para casa, né? E eles ficam esperando os ônibus nos pontos num breu danado” conta o empresário.
Acerca do IPTU cobrado sobre os imóveis do Centro, Carlos Eduardo Canto entende que os valores devem ser revistos, mas faz uma ponderação. “Existe um orçamento da Prefeitura onde você tem que, logicamente, pensar em um desconto de ISS e IPTU, para atrair empresas e profissionais, movimentar o mercado imobiliário com locações e compra de imóveis e para que as pessoas voltem para o Centro, com mais giro nos restaurantes e farmácias, reativando todo o comércio. O prefeito está analisando, mas, essa solução tem que vir através do Poder Público, via projeto de lei, porque nesse caso a Prefeitura deixar de arrecadar um valor previsto em orçamento, então tem de planejar bem e ver de onde vai vir o dinheiro”.
Prefeitura: segurança é prioridade
O prefeito Eduardo Pimentel garante estar atento às solicitações de investimentos, principalmente na área de segurança pública. “Trabalhamos em projetos a curto, médio e longo prazos para revitalizar e trazer a vida de volta para o Centro. No curto prazo, estão as ações voltadas ao acolhimento social e segurança. O médio prazo abrange ações de qualificação urbana e atuação com a moradia e habitação e, para o longo prazo, estão elencados os incentivos aos empreendedores e o retrofit, visando, principalmente, a reocupação de imóveis hoje ociosos”, explica.
“Importante destacar ainda que o programa “Curitiba de Volta ao Centro” é uma ação que envolve não apenas a Prefeitura de Curitiba. É um trabalho conjunto do município, do Governo do Estado, de instituições públicas e privadas e de organizações da sociedade civil que, unidas, definem propostas através da Comissão de Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba”, finaliza o prefeito.