O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, foi palco do 8º Seminário de Finanças e Governança Corporativa no dia 13. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR) em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), reuniu líderes empresariais, conselheiros e especialistas para discutir os desafios e oportunidades nas áreas de governança corporativa e finanças. O início da cerimônia foi marcado pelo Hino Nacional, tocado solenemente pela Orquestra Anima Musicale.
A governança familiar foi um dos temas de destaque, contando com a participação de Renata Abravanel, presidente do conselho do Grupo Silvio Santos, e Paula Setubal, conselheira da Dexco S.A. Renata compartilhou sua experiência na sucessão patrimonial, destacando que seu pai, Silvio Santos, forneceu a base estrutural da governança, mas permitiu que a segunda geração adaptasse a gestão às necessidades atuais. "A governança é um processo vivo e de aprimoramento constante, e diz sobre a ocupação consciente de seu lugar dentro da organização", afirmou Renata.
A presidente do conselho do Grupo Silvio Santos apresentou também como foi o processo de estruturação da governança familiar dentro do Grupo. “A nossa família não estava muito envolvida na gestão. Haviam executivos ocupando as posições de liderança e nós estávamos envolvidos com nossas próprias atividades pessoais, mas depois de uma grande crise que ocorreu em nossa família, percebemos que deveríamos assumir a liderança do grupo”, explicou Renata. Segundo ela, o envolvimento  da família na gestão do grupo já era um desejo de Silvio Santos, que após o momento de crise, convocou os membros da família para organizar de fato como tudo seria a partir de então. O apresentador deixou dois conselhos principais, que foram cruciais no sucesso deste processo: deixar o orgulho de lado para pensar no que é melhor para o grupo e seguir sua intuição com vontade genuína de fazer dar certo.
Paula Setubal também abrilhantou o assunto, trazendo insights sobre a gestão familiar em grandes corporações e enfatizando a importância de alinhar a visão de negócios com as expectativas dos acionistas, especialmente em empresas que já estão na quarta geração de liderança familiar.
Deborah Wright, presidente do conselho de administração do IBGC, enfatizou os três pilares fundamentais de uma boa governança: gestão de pessoas, estratégias e controles. Yuri Müller Ledra, vice-presidente jurídico e de compliance da Copel, compartilhou a experiência da empresa na transformação em uma "true corporation", destacando a eficiência na tomada de decisões e o compromisso com a sustentabilidade, com a meta de se tornar 100% “verde” ao vender sua última unidade de energia a carvão.
Quando o assunto foi inovação, tecnologia e IA, Sandro Guedes, head do Brazil Corporate Team no Google, abordou a importância da inovação e tecnologia, ressaltando que a inteligência artificial representa uma grande virada tecnológica. Ele destacou que a governança é essencial para garantir que essas tecnologias sejam éticas e eficazes em seu funcionamento. Para ele, “a tecnologia impulsiona a inovação através do aumento da produtividade humana e melhorando a colaboração, fazendo parte da nossa vida”, afirmou Guedes.
Sustentabilidade e impacto social também tiveram grande importância na programação, com apresentações de Ariane Santos, fundadora e CEO da Badu Design; Marcelo Rosenbaum, diretor criativo e presidente do Instituto A Gente Transforma; e Miriam Andrade, membro do comitê de sustentabilidade do Grupo Portobello. O debate foi moderado por Gabriel Alencar, chief revenue officer da DEEP ESG. Um dos destaques foi o Projeto Sururu: Conchas que Transformam, uma iniciativa que atua com a comunidade do Vergel do Lago, em Maceió (AL), promovendo a economia circular ao transformar conchas de sururu descartadas em produtos inovadores, gerando renda e melhorando a qualidade de vida dos moradores.

Para concluir, Rita Mundim, diretora da Aporte Educacional e comentarista econômica da Rádio Itatiaia e da CNN Brasil. Ela apresentou uma análise do cenário político e econômico atual, destacando os desafios e oportunidades que o Brasil enfrenta, incluindo questões econômicas e geopolíticas.
Discussões como as apresentadas no evento, fortalecem a cultura de boas práticas nas empresas e ampliam o debate sobre temas estratégicos que impactam diretamente a economia e a sociedade. Ao reunir lideranças do setor financeiro, empresarial e especialistas em governança, o encontro promove a troca de experiências, a disseminação de conhecimento técnico e o incentivo à responsabilidade corporativa, gerando assim decisões mais éticas, sustentáveis e inovadoras nas organizações, refletindo positivamente no desenvolvimento econômico e social do país, como afirma Carlos Peres, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná:

"Este seminário reflete o compromisso do IBEF-PR em promover discussões relevantes sobre governança e finanças. A presença de líderes como Renata Abravanel e os debates enriquecedores sobre inovação, sustentabilidade e economia demonstram a importância de estarmos preparados para os desafios do futuro, sempre alinhados com as melhores práticas de gestão e responsabilidade corporativa”, explica Peres.
 
Sobre o IBEF-PR
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF Paraná é uma instituição sem fins lucrativos, que há 40 anos congrega executivos de finanças dos vários segmentos da atividade econômica do Paraná, dentre eles: executivos das áreas de indústria, comércio, consultorias, empresas de serviços, auditorias, instituições financeiras (bancárias e não-bancárias) e instituições governamentais.
Por meio de seus comitês de Finanças, Desenvolvimento de Lideranças, Tributário e Empresarial, Inovação e ESG, o IBEF Paraná realiza eventos, projetos, discussões e compartilha conhecimento para contribuir com o desenvolvimento dos profissionais de finanças do Paraná.