Menina dos olhos de Helena e Claudio Silveira, criadores do Concurso dos Novos do Dragão Fashion-DFB Festival, o evento de moda realizado há 26 anos em Fortaleza-CE dá mais um passo nesta edição aberta nessa quarta-feira, e que termina no sábado 17. A cada dia a passarela se abre para talentos universitários já revelados, mas que o evento pretente estimular e acompanhar. A abertura foi da UniAteneu, com a coleção Árido.
Assinam o trabalho Milene Silvino, Cidda Lima, Janaina Melo, Kellyane Lopes e Igor Saint, sob coordenação da professora Regina Almeida e orientação do professor  Marcelo Belisário.
Árido - “uma coleção que bebe da força e da beleza da terra nordestina ressecada pelo sol, onde cada trinca carrega histórias de resistência, calor e raiz - traz os diversos tons da terra, texturas que remetem às cicatrizes do chão e à beleza de um Nordeste resistente e de encantarias e encantamentos
Também estão agendados desfiles de Alan Araújo, formado em design pela Universidade Federal do Cariri. Ele, que também desenha joias e é diretor criativo da marca 407 AA, vai apresentar a  elogiável coleçãoTem macaxeira no feijão.
Diz ele sobre a moda: “Penso o vestir como uma forma de expressão, através de roupas, joias e acessórios visito memórias e conto histórias”. O número de sua marca ilustra: é o da casa da avó de Alan, na cidade de Nova Olinda, “onde tudo começou”.
A coleção reúne parceria de João Cortes (ilustrador), Dayane Araujo (joalheira), Shayna Moura (produtora de moda) e Rita Edevanira (Ateliê Ecoed).
Alan Araújo conta que “memórias, afetividades e artesanias locais são as bases dessa coleção. Visitamos a lenda da Ponte de Pedra, localizada no sítio Olho d’Água na cidade de Nova Olinda. Entrada para um castelo encantado protegido por uma princesa com rosto de mulher e corpo de cobra. Assim como na história, Tem macaxeira no feijão é o portal para um universo encantado divido em cinco famílias: macaxeira, feijão, pimenta, coentro e sal, criadas a partir do imaginário de um criativo que cresceu no Cariri cearense nos anos 90”.,
Dessa visita surgem peças construídas com retalhos de tecidos e reaproveitamento de materiais naturais, como  malharias 100% algodão de origem rastreada e crochês e trançados de restos de malhas.
Uma atração a mais são as joias (colaboração com a joalheira Dayane Araújo), que trazem imagem das próprias vargens do feijão, “resgatando memórias do ato de dibulhar e acrescentando texturas que remetem à macaxeira”, descreve Alan Araújo.
A Unifor chega à passarela com a coleção Caldeidoscópio do Sertão, inspirada pelo realismo mágico, “ressignificando as lentes desse sertão nordestino tão rico em histórias e vivências”. E envereda pela vegetação,  cultura,  expressões religiosas e as artesanias do couro e das linhas (mascramê e rendas e bordados).
Já as “silhuetas transitam entre o fluido e o estruturado, como as próprias paisagens do sertão, moldadas pelo vento e pela tradição, apresentando tecidos que dialogam com o linho, algodão, malha, couro e detalhes artesanais que celebram a resistência e a beleza bruta do sertão”.
Dizem os novos talentos sobre a coleção: “É uma homenagem a um sertão que, mesmo em sua aridez, floresce em poesia e arte, convidando todos a redescobrir a riqueza de sua essência através de uma nova ótica caleidoscópica”.
Amanda Nascimento, Ana Beatriz Ribeiro, Gabriele Duarte e Nathan Brito formam a equipe Unifor (Universidade de Fortaleza)

• Cumpre enatecer o trabalho de produção dos vídeos e dos cenários. Todos os desfiles, dos novos aos veteranos, ganham cuidados primorosos, profissionais, tanto das marcas quanto do DFB Festival.
• Esse cuidado se estende ao Concurso dos Novos. Reparando na dificuldade das equipes selecionadas em obter ajuda para participar, o próprio o DFB deu subsídios para viabilizar  suas coleções.
  O resultado do certame acontece no sábado 17, último dia do evento. Participam alunos da Unifor (Ceará), UFCA (Ceará), IFRN (Rio Grande do Norte), Senai RN (Rio Grande do Norte), Unipê (Paraíba), Unama (Pará), UFMG (Minas Gerais) e UCS (Rio Grande do Sul).