Cantarim celebra uma década com encontro entre mães solo e mestras de diferentes culturas 
14/05/2025 às 18:38
Juliana Kerexu FOTO CAROL CASTANHO
Produtora curitibana desenvolve projetos voltados ao universo da cultura tradicional popular brasileira; A próxima atividade, dia 18/5, com entrada franca, será uma vivência entre mulheres

A promoção e o estímulo à criação de conexões, trabalhos em rede e intercâmbios é a principal característica da Cantarim - Educação e Interseções Artísticas e Culturais, produtora curitibana que completa 10 anos de atividades voltadas à diversidade da cultura tradicional brasileira. Ponto de Cultura de Curitiba, reconhecido pelo Ministério da Cultura (MINC), a Cantarim Cultural promove pesquisa, documentação, arte-educação e a educação patrimonial, em diversos projetos. 
Em 2025, serão várias atividades para celebrar a primeira década de atividade – e a próxima ação acontece neste final de semana, em Curitiba. Será uma Vivência para mães solo, com a Guiança de várias mestras.  Isolina Mendonça, Mestra da Cultura Caiçara; Juliana Kerexu, Mestra da Cultura Indígena Mbya Guarani; Roxa Belfort, Mestra da Cultura Afro Maranhense e Mide Bahr, Mestra da Cultura Popular Paranaense vão compartilhar seus conhecimentos e experiências de vida. A inscrição é gratuita, mas as vagas são limitadas.  O encontro acontece das 9 às 19h, do dia 18 de maio, na Casa Delas. 
A “Guiança das Mestras”, explica a produtora Jéssica Quadros, criadora da Cantarim, reúne as principais atuantes nessa trajetória colaborativa e multiplicadora. “Essa integração intercultural reverencia a pluralidade de vozes e celebra o bem viver de saberes que se complementam, transformando o modo de ser, pensar e agir. 
Transitando pelas brincadeiras populares e tradicionais, pela arte, convívio, transmissão oral, práticas manuais, ritos, partilha de saberes, vamos ativar e criar memórias afetivas da poética da vida-raiz”, adianta ela.  Para Jéssica, proporcionar o encontro “com mulheres das culturas tradicionais e nossas interações interculturais é uma urgência, pois no poder do encontro encontramos forças e a inspiração que impulsiona a seguir com qualidade de vida, saúde, dignidade, alegria, e cuidado”, completa ela, também uma mãe solo que conhece os desafios diários desta realidade.
As ações desenvolvidas pela Cantarim são o exercício de comunidade na cidade grande, e é isso que acreditamos que deva acontecer, segue Jéssica em sua argumentação sobre a importância da valorização da cultura tradicional e popular brasileira. “Assim, enraizamos na nossa história, reavivamos memórias que vão sendo suprimidas, e resistimos. Nos festivais e com os produtos culturais que criamos de forma colaborativa alcançamos novos públicos”, pontua a produtora, ressaltando as ações regulares que envolvem o fandango caiçara, a cultura indígena, o patrimônio cultural imaterial e atividades artístico sócio culturais, fomentando as práticas.
Dentre as ações já realizadas em 2025 estão Oficina de tambor de crioula, com Carla Coreira, Bailes de Fandango Caiçara, com Fandango Ubá e Família Santos, lançamento do EP “Ubá I” e do videoclipe “Amor pelo Fandango”, além da 2ª Edição do Festival Popular Leva Caiçara, que está em curso no litoral do Estado e em Curitiba. 

História e conquistas - Ao longo de uma década, a produtora estabeleceu vínculos sólidos com mestras e mestres de São Luís do Maranhão, do Litoral de São Paulo e Paraná, do Tambor de Crioula, do Fandango Caiçara e da Cultura Indígena, atuando também na mediação entre estes agentes e o acesso aos recursos das políticas públicas culturais. Suas principais frentes de trabalho são Projeto Guiança; Canto pá Quentá Festival de Culturas Populares; Festival Popular Leva Caiçara; Coletivo Ubá de Fandango Caiçara (apresentações diárias); Festas e Festejos; Livros e publicações. 
O núcleo de trabalho do Ponto de Cultura é formado pela diretora, produtora, pesquisadora Jéssica Quadros, o produtor audiovisual Robson de Paula e a fotógrafa Day Luiza.  Ao todo, no entanto, são mais 15 colaboradores mestres/mestras, brincantes, arte educadores, comunidade e pesquisadores que trabalham colaborativamente. A Cantarim também procura atender demandas trazidas pelas comunidades de Superagui e Tekoa Mbya Guarani Takuaty. 
Ao longo desta primeira década, foram muitos os reconhecimentos conquistados, alguns deles se traduziram em prêmios: Prêmio Culturas Populares 2018 – Edição Selma do Coco; Prêmio AVEC – PR (Associação de Vídeo e Cinema do Paraná) - Menção Honrosa ao documentário “Ko Yvy Ma Ndopa Mo’ãi – essa terra não vai terminar”, várias participações do Festival Internacional Olhar de Cinema, com diferentes documentários; Seleção oficial do documentário "Essa terra não vai terminar" no V Congresso Internacional de Experiências de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em Tlaxcala, México [2021]; Prêmio Memorial de Vivências – UNESPAR [2022]; Prêmio Sérgio Mamberti Cultura Viva! – Ministério da Cultura [2023]

“PROJETO REALIZADO COM RECURSOS DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA – FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, DO MINISTÉRIO DA CULTURA E DO GOVERNO FEDERAL”

Serviço
Vivência gratuita para mães solo. 
Dia 18/05, das 9 às 19h
Na Casa Delas (Rua Paulo Graeser Sobrinho, 332, Curitiba – Brasil)
Inscrições gratuitas: https://encurtador.com.br/UCksZ
Informações: https://www.instagram.com/cantarim_cultural/
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