Cinema: A História de Souleymane
13/05/2025 às 13:33
Vencedor de quatro César e prêmio do Júri e de Melhor Ator para Abou Sangaré na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes 2024, o longa-metragem A História de Souleymane estreia nos cinemas brasileiros em 22 de maio, com codistribuição Bonfilm e O2 Play.  O filme, dirigido por Boris Lojkine, aborda o tema da imigração na França. E também foi exibido no Festival Varilux de Cinema Francês 2024.
Em 2023, segundo dados do Institut National de La Statistique et Des Études Économiques, em 2023, viviam na França 7,3 milhões de imigrantes, representando 10,7% da população total. Sendo 48% (3,5 milhões) nascidos na África, tornando o continente o principal de origem dos imigrantes na França e 2,5 milhões deles (34%) adquiriram a nacionalidade francesa. O cotidiano de desafios, provações e perseverança é levado às telas a partir da bicicleta do entregador guineense Souleymane Sangaré (Abou Sangaré).
A História de Souleymane denuncia como os olhares contemporâneos, se não propositalmente, de forma involuntária pelo contexto social, seguem inviabilizando e negando direitos básicos aos africanos, em flagrante preconceito e racismo bem simbolizados pela força da polícia e pela grosseria de clientes.
Assim como seu personagem no filme, Abou Sangare é um imigrante e mesmo premiado ainda enfrenta uma série de obstáculos em busca de regularizar sua situação na França. Ele está no país desde seus 16 anos – tem 23 - e, há sete, tenta obter residência, que já foi negada três vezes.
 No ano passado, durante o trabalho de divulgação da produção, o ator chegou a sofrer uma ameaça de deportação. De acordo com o site francês Franceinfo, ele conseguiu uma autorização de permanência de residência, porém ainda não para trabalhar como mecânico, profissão para a qual se preparou.
“Quero que o público se identifique com a jornada de Souleymane e reflita sobre as questões sociais e políticas mais amplas em torno da imigração e do asilo. Em última análise, trata-se de reconhecer nossa humanidade compartilhada e as complexidades das escolhas morais em um sistema injusto”, disse Boris Lojkine em entrevista à revista Final Cut Magazine. Esse sensível olhar volta-se agora para o Brasil. ua próxima produção será uma série de ficção filmada para o canal ARTE sobre o Índio Tanaru ou Índio do Buraco, o último sobrevivente de uma etnia indígena desconhecida massacrada por fazendeiros e grileiros de terra durante as décadas de 1980 e 1990, no sul de Rondônia.
 
 
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