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O Ibovespa voltou superar os 137 mil pontos nesta sexta-feira, mas perdeu o fôlego e fechou com um acréscimo discreto, apoiado principalmente no avanço de mais de 5% das ações do Itaú Unibanco, após um primeiro trimestre sólido, em uma sessão abarrotada de resultados corporativos.
Porto Seguro, PetroReconcavo, Lojas Renner, Copel e Assaí também tiveram uma repercussão positiva aos balanços, diferentemente de nomes como MRV&Co, CSN, Petz, Braskem, Magazine Luiza e Localiza, que sofreram perdas expressivas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,21%, a 136.511,88 pontos, tendo marcado 137.286,01 pontos na máxima e 136.105,44 pontos na mínima do dia, encerrando a semana com acréscimo acumulado de 1,02% -- no quinto ganho semanal seguido.
O volume financeiro no pregão desta sexta-feira somou R$29,7 bilhões.
Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com decréscimo de 0,07%, com agentes à espera de reunião entre representantes dos Estados Unidos e da China no fim de semana para discutir tarifas, no que pode ser o primeiro passo para resolver as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que tarifas de 80% sobre os produtos chineses "parecem corretas".
De acordo o especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, as declarações de Trump foram interpretadas pelo mercado como um gesto de flexibilização em meio ao impasse comercial.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 5,41%, para R$37,23, renovando máxima histórica após divulgar lucro de R$11,1 bilhões no primeiro trimestre, ligeiramente acima das previsões no mercado, com melhora em rentabilidade e eficiência. "As expectativas eram altas, mas o Itaú mais do que entregou", afirmaram analistas do BTG Pactual. Em teleconferência, o presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, reiterou o guidance para o ano, enquanto afirmou que o Itaú continua trabalhando para entregar dividendos adicionais.
- PORTO SEGURO ON subiu 5,66%, tendo no radar o balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$832,3 milhões, alta de 27,8% sobre o desempenho de um ano antes, com aumento de 14,6% na receita total. O grupo segurador, que tem o Itaú como um dos principais acionistas, mostrou um índice de rentabilidade ROAE de 23,9% ante 20,9% no primeiro trimestre do ano passado e 20,3% no quarto trimestre de 2024. O indicador de eficiência operacional fechou março em 10,9% versus 11,4% no primeiro trimestre do ano passado.
- PETRORECONCAVO ON fechou em alta de 5,49%, em meio à repercussão dos dados do primeiro trimestre mostrando lucro líquido de R$227,5 milhões, com Ebitda de R$423,8 milhões, bem como divulgação de produção média de 27,8 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia em abril, crescimento de 0,5% em relação a março.
- LOJAS RENNER ON valorizou-se 4,92%, em meio à expansão de quase 55% no resultado operacional medido pelo Ebitda, que superou estimativas de analistas, bem como aceleração no crescimento nas vendas mesmas lojas para 10,8% e expansão em margem bruta. Executivos da varejista de moda afirmaram esperar um segundo trimestre melhor do que em 2024. Para analisas do Bradesco BBI, o "momentum" de curto prazo deve persistir, visto que o SSS tende a acelerar sequencialmente no segundo trimestre, dada a base comparável anual mais fácil.
- AZUL PN desabou 11,89%, sem alívio nas preocupações com a liquidez da companhia. No setor, GOL PN, que não está no Ibovespa, afundou 25,21%, após o conselho de administração aprovar proposta a ser submetida a assembleia de acionistas para um aumento de capital de até R$19,25 bilhões, uma das maiores operações do tipo já realizadas no país. O preço de emissão das ações no aumento de capital será de R$0,0002857142 por ação ordinária e R$0,01 por ação preferencial. Na véspera, o papel PN fechou cotado a R$1,19.
- MRV&CO ON despencou 11,22%, tendo no radar a divulgação pela construtora de um prejuízo líquido ajustado de R$262,9 milhões no primeiro trimestre, em desempenho pressionado pelo resultado negativo da operação norte-americana Resia. Em termos consolidados, a receita operacional líquida da MRV&Co totalizou R$2,28 bilhões no período, em linha com a expectativa média de analistas em pesquisa da LSEG.
- CSN ON caiu 9,87%, após divulgar um prejuízo de R$731,6 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 52% em relação ao resultado negativo do mesmo período de 2024 e bem acima do prejuízo de R$85 milhões dos três últimos meses do ano passado. A receita líquida teve alta anual de 12,3% no trimestre passado, para R$10,9 bilhões. A alavancagem financeira do grupo, uma preocupação constante dos investidores, subiu no período de 3,13 vezes para 3,33 vezes, apesar do forte crescimento no Ebitda -- de 27,6% ano a ano no ajustado.
- PETZ ON perdeu 8,8%, conforme o lucro líquido ajustado despencou para R$1,06 milhão no primeiro trimestre, uma diminuição de 86,7% em relação ao período de janeiro a março de 2024. A empresa informou que enfrentou "desafios operacionais" no seu centro de distribuição, que operou com alta ocupação de estoque e acima de sua capacidade ideal ao longo do trimestre -- e durante obra de expansão de sua área de armazenagem. A receita líquida da Petz somou R$839,2 milhões nos primeiros três meses do ano, expansão anual de 7,9%.
Fonte: Reuters