De acordo com o CEO da F10, Marcos Pegoraro, plataformas digitais, por exemplo, ajudam na assimilação do conhecimento e são grandes aliadas no reforço escolar
Três em cada dez brasileiros com idade entre 15 e 64 anos não sabem ler e escrever ou sabem muito pouco a ponto de não conseguir compreender pequenas frases ou identificar números ou telefones ou preços. São os chamados analfabetos funcionais. Essa parcela da população corresponde a 29% da população, de acordo com os dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) divulgado na última segunda-feira (5). O Inaf traz ainda outro dado: entre os jovens, o analfabetismo funcional aumentou. Em 2018, o índice era de 14% nos jovens entre 15 e 29 anos, já em 2024 o percentual subiu para 16%. Os números alertam para a necessidade de políticas públicas específicas e, dentre elas, o uso da tecnologia pode ser um fator determinante para mudar esta realidade. A análise é do especialista em Tecnologia e CEO da F10, Marcos Pegoraro, que está há mais de 20 anos no mercado de tecnologia para o setor educacional.
Pegoraro cita o EaD (Educação a Distância) como um significativo aliado para combater o analfabetismo funcional. “No EaD o aluno tem a liberdade de assistir às aulas no momento mais adequado para sua rotina. Além disso, os alunos têm acesso a uma plataforma exclusiva, onde encontram as informações referentes à sua matrícula, disciplinas cursadas e ainda a cursar. As videoaulas estão disponíveis neste Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para que o discente possa assisti-las em um determinado período de tempo, de acordo com a sua disponibilidade”, afirma. “Ter a possibilidade de assistir às aulas e entregar as avaliações a qualquer tempo é, sem dúvida, uma vantagem do EaD que pode ser útil para que a pessoa permaneça estudando”, acrescenta. O especialista lembra que o EaD tem uma metodologia totalmente voltada para o meio virtual, com conteúdos pré-estabelecidos que seguem um padrão, fornecendo ao aluno materiais de apoio, videoaulas e avaliações para que ele possa seguir uma trilha de conhecimento, sempre contando com os tutores online para tirar eventuais dúvidas.
Pegoraro destaque que as soluções tecnológicas estão cada vez mais integradas na sociedade e, na educação, mais presentes em sala de aula. As plataformas colaborativas, como as que simulam jogos, por exemplo, auxiliam na assimilação do conhecimento e podem ser usadas para recuperar a defasagem educacional. Uma das ferramentas disponíveis para os educadores é a gamificação, que adapta os conceitos do universo de games para o conteúdo trabalhado em sala de aula, propondo aos estudantes desafios e tarefas, cumprindo fases e resgatando pontos à medida que o conhecimento é absorvido. “A gamificação é uma das metodologias ativas que permitem que o aluno seja o protagonista do processo de aprendizagem”, pontua o especialista. Neste caso, o professor atua como um mediador na construção do conhecimento. É uma ferramenta lúdica em que os conceitos teóricos são aplicados na prática, dentro de um universo já conhecido das crianças e adolescentes.